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17/07/2006 - 21h09

"Era Deus no céu e Daniel na Terra", diz Suzane

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da Folha Online

Suzane von Richthofen, 22, disse nesta segunda-feira, durante seu interrogatório no 1º Tribunal do Júri de São Paulo, que era obediente ao então namorado Daniel Cravinhos, a quem atribui o plano de matar os pais dela, Manfred e Marísia von Richthofen, assassinados na casa em que a família morava, em outubro de 2002. "Para mim, era Deus no céu e Daniel na Terra."

O pai dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos, Astrogildo, deixou o plenário durante o depoimento de Suzane. "Isso é uma palhaçada", disse antes de levantar.

Minutos antes de Astrogildo sair, Suzane o havia acusado de ter sido conivente com uma viagem feita em 2000 por ela e pelo então namorado, Daniel, sem a anuência dos Richthofen.

Suzane, Daniel e Cristian são réus confessos no processo que os acusa de ter planejado e matado os pais dela.

Conforme seus defensores, Suzane acusa Daniel de tê-la convencido a matar os pais com a intenção de apoderar-se da herança, avaliada em R$ 2 milhões. Em seu interrogatório, Suzane fez diversas referências a coisas que pagou em favor de Daniel. "Ele nunca falou assim 'eu quero tanto', mas ele falava 'ah, meu amorzinho, eu queria tanto tal coisa' e eu, querendo agradar, dava."

No começo de 2001, de acordo com as declarações de Suzane, Daniel chegou a convencê-la a pagar as prestações de um carro para ele.

"Ele falava 'não liga, Su, nada no mundo vai separar a gente'. Eu achava ele, assim, o máximo. Eu falava 'nossa, ele é o amor da minha vida."

Segundo Suzane, ela perdeu a virgindade com Daniel, no dia do aniversário dele, na casa dos Cravinhos. "Ele saiu do banho de toalha e sem nada daquilo que eu imaginava, sem nada do que eu sempre sonhei. Naquele dia, eu perdi minha virgindade com ele."

Quando foi interrogado, Daniel afirmou que Suzane havia perdido a virgindade com o namorado anterior. De acordo com o depoimento de Daniel, no primeiro ano de namoro, Suzane chegou a chorar antes de os dois transarem pela primeira vez. Na ocasião, ela teria admitido a ele que chorava por causa das lembranças do ex. "Ficou uma situação muito constrangedora pra mim, inclusive", disse Daniel.

O debate sobre a perda da virgindade de Suzane é importante porque sustenta a principal tese da defesa dela: a de que Daniel a convenceu a matar os pais pelo poder irresistível que exercia sobre ela, desde a perda da virgindade.

Drogas

Suzane, em diversos momentos, afirmou que Daniel usou a influência para convencer a jovem a consumir drogas. Ela relatou que, em 31 de dezembro de 2000, "nem viu o ano virar", de "tão maconhada" que estava.

"Lá [na casa de Daniel], ele começou a cheirar tíner, a cheirar cola. Ele dizia 'vai, Su, cheira, é legal'. E lá ia eu, e lá ia eu. Fazendo tudo e obedecendo."

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