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02/08/2006 - 09h12

Polícia matou 84% a mais e prendeu 2% a menos

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ANDRÉ CARAMANTE
KLEBER TOMAZ
da Folha de S.Paulo

A polícia de São Paulo matou no primeiro semestre --período marcado pelos ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital)-- 84,27% pessoas a mais do que nos seis primeiros meses do ano passado.

Enquanto houve aumento de 84,27% na letalidade policial, o número de prisões efetuadas pela polícia sofreu redução de 2,6%. De 45.454, nos seis meses iniciais de 2005, para 44.270, no mesmo período deste ano.

De janeiro a junho de 2006, segundo dados oficiais divulgados ontem pelo governo Cláudio Lembo (PFL), 328 suspeitos foram mortos por policiais civis e militares no Estado; no mesmo período do ano passado, 178 mortes foram contabilizadas. Durante todo o ano de 2005, foram cometidas 329 mortes atribuídas a policiais. Dessas, 278 ocorridas em confrontos com a PM, segundo o comando da corporação.

Por lei, o governo estadual é obrigado a apresentar publicamente os índices de criminalidade a cada três meses.

Ontem, a Secretaria da Segurança Pública divulgou os números referentes ao segundo trimestre, que incluem o período de 12 a 19 de maio, quando houve a primeira onda de ataques do PCC. O aumento de mortes entre um trimestre e outro é considerável. Foram 212 (abril, maio e junho) contra 116 (janeiro, fevereiro e março).

Na época dos ataques, o governo afirmou que, das pessoas mortas por policiais, 92 tinham ligação com os atentados da facção criminosa PCC.

Considerando-se as 328 mortes cometidas por policiais militares e civis em São Paulo, até o dia 30 de junho, a média diária é de 1,82. No primeiro semestre de 2005, esse mesmo índice de letalidade na ação de PMs e civis foi de 0,98 caso.

Entre as duas polícias, a Militar foi a que mais matou -como ocorre desde julho de 1995, quando o governo paulista começou a tornar público os números da violência no Estado.

Somente no primeiro semestre deste ano, PMs mataram 298 pessoas em São Paulo, contra 158 no mesmo período de 2005. O aumento foi de 88,61%. Os policiais civis também mataram mais agora (30 pessoas) do que nos primeiros seis meses de 2005 (20 mortes).

"A polícia não matou inocentes nos confrontos com o PCC", afirmou ontem o coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, comandante-geral da PM. "O lado negativo é que morreram mais criminosos. O aumento é normal, mas o infrator se expôs mais", afirmou o coronel.

O número total de apreensões de armas também sofreu uma queda: no primeiro semestre de 2005, 16.238 armas foram encaminhadas para os depósitos da Polícia Civil; neste ano, 13.437, ou seja, o período foi marcado por uma queda de 17,25% nas apreensões.

Policiais mortos

Ainda por conta da guerra travada entre criminosos do PCC e o Estado, o número de policiais civis e militares mortos nos primeiros seis meses deste ano também sofreu um aumento considerável em relação ao ano passado: 90,91%.

No primeiro semestre de 2005, 11 policiais foram mortos; no mesmo período de 2006, 21. Outros crimes, como o homicídio doloso (intencional), o seqüestro e o roubo a banco também aumentaram em todo o Estado.

Os PMs mortos em 2006 foram 19; em 2005, nove, ou seja, 111,11% de aumento. Em 2005, entre janeiro e junho, dois policiais civis foram mortos em São Paulo; neste ano, o índice voltou a se repetir, apesar do PCC.

Maior letalidade

O ano de maior letalidade policial foi 2003, quando 915 pessoas (868 pela PM e 47 pela Polícia Civil) foram mortas. Somente no primeiro semestre daquele ano, 487 pessoas foram mortas durante ações nas quais policiais estavam envolvidos. A média diária foi de 2,66.

No período compreendido entre 1º de julho de 1995 até 30 de junho deste ano, policiais militares e civis mataram 5.473 pessoas em todo o Estado de São Paulo, ainda segundo os dados oficiais da Secretaria da Segurança Pública. Desde julho de 1995 até hoje, 501 policiais civis ou militares foram mortos no Estado.

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