Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
07/08/2006 - 16h51

Sindicato recomenda que agentes penitenciários evitem locais públicos

Publicidade

da Folha Online

O Sifuspesp (sindicato que representa os agentes penitenciários de São Paulo) recomenda que seus filiados evitem lugares públicos devido à onda de ataques atribuídos ao PCC (Primeiro Comando da Capital), iniciada nesta segunda-feira.

A medida, de acordo com o sindicato, se deve ao fato de a maioria dos casos de agentes mortos durante as ações da facção anteriores terem ocorrido em locais públicos e próximos às casas dos agentes. Por isso, o Sifuspesp também recomenda que os agentes evitem repetir itinerários entre suas casas e locais de trabalho para não serem pegos.

Segundo representantes da categoria, os agentes temem que ocorram ataques contra eles no próximo fim de semana, quando muitos presos deixam as cadeias temporariamente por causa do Dia dos Pais. Na primeira onda de ataques, em maio deste ano, as forças de segurança pública começaram a ser atacadas no fim de semana do dia das mães.

De acordo com a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária), no Dia das Mães deste ano saíram 12.645 presos das unidades prisionais do Estado, dos quais 965 não voltaram. No Dia dos Pais do ano passado, 11.087 presos tiveram o benefício e 808 não voltaram.

Ao mesmo tempo que teme o benefício dado aos presos, o sindicato também não acredita que o fim dele pode ser benéfico aos agentes, pois os presos poderiam endurecer os ataques caso ele fosse cancelado.

Balanço

A Secretaria de Estado da Segurança Pública confirmou a realização de 27 ataques, em todo o Estado. Pelo menos cinco cidades do interior foram atingidas pela onda de violência. Dois suspeitos foram mortos e outros dois, presos. Pelo menos duas pessoas ficaram feridas.

Em São Paulo, bombas foram atiradas no Poupatempo da Luz, na sede do Ministério Público Estadual e na Secretaria de Estado da Fazenda, todos na região central.

Por medo dos ataques, as cooperativas de microônibus e vans que operam na zona leste e em parte da zona norte de São Paulo recolheram as frotas. Houve ao menos dois na capital e mais de dez na Grande São Paulo.

Os dois suspeitos presos foram flagrados com uma garrafa de gasolina e um pedaço de pano --que seriam usados na fabricação de um coquetel molotov-- nas proximidades de uma agência do Itaú, na zona norte de São Paulo. Os dois tinham antecedentes criminais.

O governo não divulgou as circunstâncias em que dois suspeitos foram mortos.

De acordo com informações preliminares da PM, outros dois homens foram presos na avenida Mateo Bei, em São Mateus (zona leste de São Paulo), depois de atearem fogo a um ônibus. Com eles teriam sido apreendidas uma metralhadora e uma espingarda calibre 12.

Houve ao menos um confronto entre suspeitos de envolvimento nos novos ataques e a PM (Polícia Militar), às 5h, também na zona norte. Os disparos chegaram a atingir um vagão do Metrô que estava estacionado próximo à estação Tucuruvi. Ninguém ficou ferido.

Outro ataque ocorrido na cidade de São Paulo atingiu o Deic (Departamento de Investigação sobre o Crime Organizado), em Santana (zona norte). Dois carros que estavam estacionados foram incendiados. Devido à ação, a avenida Zaki Narchi foi interditada e o policiamento, reforçado.

Bases da GCM (Guarda Civil Metropolitana) de São Paulo foram alvo de ao menos quatro ações em aproximadamente uma hora --das 4h30 às 5h30.

Terceira vez

Esta é a terceira série de ataques contra forças de segurança e alvos civis --como agências bancárias, postos de gasolina e ônibus-- promovida pelo PCC, desde o começo do ano.

Os primeiros atentados ocorreram entre os dias 12 e 19 de maio. Foram 299 ações, incluindo incêndios a ônibus. Simultaneamente, uma onda de motins atingiu 82 unidades do sistema penitenciário paulista. Na ocasião, a onda de violência foi interpretada como uma resposta à decisão do governo estadual de isolar líderes da facção criminosa.

Nos dois meses seguintes, criminosos mataram 16 agentes penitenciários, de acordo com o sindicato que representa a categoria.

Uma segunda série de ataques ocorreu entre os últimos dias 11 e 14 de julho. Desta vez, os principais alvos foram os ônibus. Quase cem foram incendiados ou atacados a tiros, em todo o Estado. Durante os ataques, prédios públicos e particulares, agências bancárias, lojas e agentes de segurança também foram atacados. Oito morreram.

Leia mais
  • Criminosos tentam atacar Poupatempo; governo confirma 27 ações
  • Criminosos atacam mais forças de segurança no interior de São Paulo
  • Procurador de Justiça cobra votação de RDD maior para presos

    Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o PCC
  • Leia a cobertura completa sobre os ataques do PCC
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página