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16/08/2006 - 09h34

Metrô quer reajustar tarifa para R$ 2,30

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ALENCAR IZIDORO
FABIO SCHIVARTCHE
da Folha de S.Paulo

O Metrô já negocia a elevação da tarifa cobrada dos passageiros em São Paulo, de R$ 2,10 para R$ 2,30, mas a definição só deve sair depois das eleições.

O aumento também deverá provocar reajuste do bilhete único integrado com os ônibus, promessa de campanha do ex-prefeito José Serra (PSDB), atual candidato a governador, e que foi implantado no final de 2005 pelo preço de R$ 3.

A solicitação de reajuste na tarifa é considerada urgente pela direção do Metrô, que já expôs a situação ao governador Cláudio Lembo (PFL).

Ela foi admitida à Folha ontem pelo presidente do Metrô, Luiz Carlos Frayze David, ao ser questionado sobre a concessão da linha 4, motivo alegado pelo sindicato dos metroviários para a greve de ontem.

Pelas regras contratuais, a empresa que vai gerenciar essa ligação metroviária teria hoje, em valores atualizados, direito a uma remuneração de R$ 2,23 por passageiro. Questionado sobre como bancar a diferença, já que os usuários pagam R$ 2,10, David alegou haver defasagem no preço cobrado hoje.

"Vamos lutar desesperadamente, como empresa, até para continuar existindo [sobrevivendo], que a tarifa do Metrô seja reajustada", afirmou ele, acrescentando que a última alta se deu em janeiro de 2005.

Véspera de eleição

Mas quando a tarifa vai subir? "Eu queria que tivesse acontecido ontem. Mas não depende do presidente do Metrô", respondeu David. Em seguida, ele acrescentou que a reivindicação já foi exposta a Lembo, mas que há dificuldade política do momento atual.

"Não vamos ser hipócritas, é difícil conseguir um reajuste da tarifa às vésperas da eleição. Eu até entendo isso", afirmou ele.

Segundo David, os custos para a operação subiram no intervalo de um ano e oito meses. Além de a tarifa não ter crescido nesse período, ainda houve a integração do bilhete único dos ônibus, para a qual há necessidade de subsídios superiores a R$ 200 milhões por ano. "Se não existe reajuste da tarifa, alguém tem que pagar", diz.

A alta de 9,52% considerada necessária pelo Metrô para equilibrar as contas superaria atualmente a inflação acumulada de janeiro de 2005, data do último reajuste, a julho de 2006. Pelo IPCA ela foi de 7,52%, contra 2,81% do IGP-M.

O secretário municipal dos Transportes, Frederico Bussinger, confirmou que qualquer aumento na tarifa do metrô tem efeito imediato no preço do bilhete único integrado.

"O bilhete único integrado sofre reflexo direto. A regra estabelecida é parametrizada nas tarifas de cada um dos módulos", disse ele, que nega saber sobre a discussão de reajuste na rede sobre trilhos ou a existência de estudo para reajustar a tarifa dos ônibus paulistanos, atualmente em R$ 2.

A revelação do Metrô sobre a necessidade de aumentar a tarifa se dá num momento em que os metroviários questionam os reajustes anuais previstos na remuneração da empresa que operar a futura linha 4.

"Se a gente não garantisse uma remuneração anual conforme a inflação, quem se arriscaria a ficar à mercê do governador de plantão?", diz David.

O consórcio MetroQuatro foi quem apresentou a melhor proposta para gerenciar a linha 4. Ele tem a participação da CCR (Companhia de Concessões Rodoviárias, com 68%) e também de empresas do Metrô de Buenos Aires e de Paris.

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