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21/08/2006
-
15h39
da Folha Online
O soldado da PM Carlos Jorge Carvalho, o Carlinhos ou Carlos Cavalo, negou nesta segunda-feira ter participado, em março de 2005, da chacina que matou 29 pessoas na Baixada Fluminense. O julgamento dele começou nesta segunda-feira, no Tribunal do Júri de Nova Iguaçu.
Carvalho foi denunciado (acusado formalmente) pelo Ministério Público por 29 homicídios qualificados --por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas--, uma tentativa de homicídio e formação de quadrilha. Outros quatro PMs são acusados dos mesmos crimes.
O réu afirmou que é inocente. Para o Ministério Público, porém, ele participou do crime e foi responsável pelo empréstimo do carro usado pelos atiradores na ação --um Gol prata pertencente a um amigo dele, que é comerciante. O carro foi reconhecido por testemunhas da chacina.
Durante sua fala, o PM afirmou que pegou o carro emprestado para viajar a Barra de São João (RJ) e pagar os salários aos pedreiros que trabalhavam para ele em uma obra. Disse ainda que soube da chacina no dia seguinte, quando chegou à Baixada.
O interrogatório revelou algumas contradições, principalmente quanto às atividades do réu no dia da chacina. Os roteiros que ele descreveu foram distintos nas três vezes em que prestou depoimento. Os horários também diferem dos apresentados pelo amigo dele, dono do Gol prata.
Carvalho surpreendeu ao acusar a Polícia Civil de ter plantado provas contra ele. No local foram apreendidos um colete da Polícia Ferroviária e munição do 20º Batalhão. Na data da chacina, o PM estava de férias.
Promotoria
Ele será julgado individualmente graças a um acordo firmado entre a defesa dele e o Ministério Público.
De acordo com o promotor responsável pelo caso, Marcelo Muniz, o júri é importante porque pode influenciar no resultado do julgamento dos outros quatro acusados. "Há uma lógica de um grupo que participou [da chacina]." Ele acredita que todos os júris serão realizados em dois meses.
Muniz afirmou que o Ministério Público usará recursos audiovisuais durante o julgamento. "Vamos usar recursos visuais como um documentário sobre a chacina, exibido no exterior, fitas e um 'datashow', expondo dados da investigação e provas periciais de uma forma mais didática."
Réus
Os cabos da PM Marcos Siqueira Costa e José Augusto Moreira Felipe e os soldados da PM Fabiano Gonçalves Lopes e Júlio César Amaral de Paula são acusados dos mesmos crimes que Carvalho.
Outros dois PMs, os cabos da PM Ivonei de Souza e Gilmar Simão, foram denunciados só por formação de quadrilha e têm direito de aguardar seu julgamento em liberdade.
Outros quatro PMs haviam sido apontados como suspeitos durante o inquérito policial, mas acabaram sendo liberados por falta de provas.
Perícia
Durante a fase de instrução do processo, os peritos criminais envolvidos na investigação da chacina foram acusados de terem agido com displicência. Em Nova Iguaçu, apenas um profissional fez a investigação de cinco locais diferentes. Outro trabalhou sozinho em Queimados.
Em dezembro de 2005, dois dos peritos envolvidos no caso foram ouvidos em uma audiência pública pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj (Assembléia Legislativa do Rio).
Na ocasião, o perito Márcio Borges Coelho, contestou as acusações de pressa e imprecisão. "Realmente, não é recomendável fazer a perícia em cinco locais de crime somente com um perito, mas é possível fazer. E nós fizemos bem", afirmou aos deputados.
O colega dele, Tomilis Ribeiro da Silva, relator dos trabalhos feitos em Nova Iguaçu, completou: "Crianças iriam para o colégio e não precisavam ver aquela carnificina por ali".
Com Agência Brasil
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O soldado da PM Carlos Jorge Carvalho, o Carlinhos ou Carlos Cavalo, negou nesta segunda-feira ter participado, em março de 2005, da chacina que matou 29 pessoas na Baixada Fluminense. O julgamento dele começou nesta segunda-feira, no Tribunal do Júri de Nova Iguaçu.
Carvalho foi denunciado (acusado formalmente) pelo Ministério Público por 29 homicídios qualificados --por motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas--, uma tentativa de homicídio e formação de quadrilha. Outros quatro PMs são acusados dos mesmos crimes.
O réu afirmou que é inocente. Para o Ministério Público, porém, ele participou do crime e foi responsável pelo empréstimo do carro usado pelos atiradores na ação --um Gol prata pertencente a um amigo dele, que é comerciante. O carro foi reconhecido por testemunhas da chacina.
Durante sua fala, o PM afirmou que pegou o carro emprestado para viajar a Barra de São João (RJ) e pagar os salários aos pedreiros que trabalhavam para ele em uma obra. Disse ainda que soube da chacina no dia seguinte, quando chegou à Baixada.
O interrogatório revelou algumas contradições, principalmente quanto às atividades do réu no dia da chacina. Os roteiros que ele descreveu foram distintos nas três vezes em que prestou depoimento. Os horários também diferem dos apresentados pelo amigo dele, dono do Gol prata.
Carvalho surpreendeu ao acusar a Polícia Civil de ter plantado provas contra ele. No local foram apreendidos um colete da Polícia Ferroviária e munição do 20º Batalhão. Na data da chacina, o PM estava de férias.
Promotoria
Ele será julgado individualmente graças a um acordo firmado entre a defesa dele e o Ministério Público.
De acordo com o promotor responsável pelo caso, Marcelo Muniz, o júri é importante porque pode influenciar no resultado do julgamento dos outros quatro acusados. "Há uma lógica de um grupo que participou [da chacina]." Ele acredita que todos os júris serão realizados em dois meses.
Muniz afirmou que o Ministério Público usará recursos audiovisuais durante o julgamento. "Vamos usar recursos visuais como um documentário sobre a chacina, exibido no exterior, fitas e um 'datashow', expondo dados da investigação e provas periciais de uma forma mais didática."
Réus
Os cabos da PM Marcos Siqueira Costa e José Augusto Moreira Felipe e os soldados da PM Fabiano Gonçalves Lopes e Júlio César Amaral de Paula são acusados dos mesmos crimes que Carvalho.
Outros dois PMs, os cabos da PM Ivonei de Souza e Gilmar Simão, foram denunciados só por formação de quadrilha e têm direito de aguardar seu julgamento em liberdade.
Outros quatro PMs haviam sido apontados como suspeitos durante o inquérito policial, mas acabaram sendo liberados por falta de provas.
Perícia
Durante a fase de instrução do processo, os peritos criminais envolvidos na investigação da chacina foram acusados de terem agido com displicência. Em Nova Iguaçu, apenas um profissional fez a investigação de cinco locais diferentes. Outro trabalhou sozinho em Queimados.
Em dezembro de 2005, dois dos peritos envolvidos no caso foram ouvidos em uma audiência pública pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj (Assembléia Legislativa do Rio).
Na ocasião, o perito Márcio Borges Coelho, contestou as acusações de pressa e imprecisão. "Realmente, não é recomendável fazer a perícia em cinco locais de crime somente com um perito, mas é possível fazer. E nós fizemos bem", afirmou aos deputados.
O colega dele, Tomilis Ribeiro da Silva, relator dos trabalhos feitos em Nova Iguaçu, completou: "Crianças iriam para o colégio e não precisavam ver aquela carnificina por ali".
Com Agência Brasil
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