Publicidade
Publicidade
23/08/2006
-
19h27
da Folha Online
A Justiça do Rio condenou o policial militar Carlos Jorge Carvalho, o Carlinhos ou Carlos Cavalo, a 543 anos de prisão pelas 29 mortes ocorridas em 2005 na Baixada Fluminense, por uma tentativa de homicídio e por formação de quadrilha.
Apesar da pena, o policial só deve cumprir 30 anos, pena máxima permitida pela legislação brasileira.
Segundo o Tribunal de Justiça, a juíza Elizabeth Loro, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu condenou o PM a 18 anos de prisão por cada um dos homicídios, mais 12 anos pela tentativa e nove anos por formação de quadrilha.
Além da pena de prisão, a juíza determinou que Carvalho deve ser expulso da Polícia Militar, mas de acordo com a assessoria de imprensa do TJ, ele deve voltar para o BEP (Batalhão Especial Prisional) da corporação, onde estava preso, porque ainda pode recorrer da decisão.
Outros réus
Além de carvalho, os cabos da PM Marcos Siqueira Costa e José Augusto Moreira Felipe e os soldados da PM Fabiano Gonçalves Lopes e Júlio César Amaral de Paula são acusados dos mesmos crimes. Carvalho foi julgado individualmente graças a um acordo firmado entre a defesa dele e o Ministério Público.
Outros dois PMs, os cabos da PM Ivonei de Souza e Gilmar Simão, foram denunciados só por formação de quadrilha e têm direito de aguardar seu julgamento em liberdade.
Durante as investigações, outros quatro PMs haviam sido apontados como suspeitos, mas acabaram sendo liberados por falta de provas.
Julgamento
Na terça-feira, foram ouvidas as testemunhas. Entre as quatro de acusação, três reconheceram Carvalho como um dos atiradores que agiram na chacina, e outra o reconheceu como um dos PMs que planejou a ação, em um bar.
O primeiro a reconhecer o PM foi o único sobrevivente do crime, baleado em uma das pernas. Ele ainda usa muletas devido aos ferimentos. O homem, que está no programa de proteção a testemunhas, chegou ao Tribunal do Júri de Nova Iguaçu de peruca e colete à prova de balas.
Entre as testemunhas de defesa estavam dois amigos de Carvalho. Um deles é o dono do Gol prata usado na chacina. Ele disse que, no dia do crime, o PM pegou o carro emprestado para pagar pedreiros em Barra de São João (RJ). O PM diz que, devido à viagem, só soube da chacina no dia seguinte.
Outra testemunha de defesa afirmou ter visto o delegado Rômulo Vieira, da DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense), coletar cápsulas de armas de fogo nos locais em que os disparos foram efetuados. No primeiro dia de júri, Carvalho acusou Vieira de plantar provas contra ele.
Interrogatório
Em seu interrogatório, na segunda-feira (21), Carvalho negou ter participado da chacina. Ele caiu em contradição.
O principal problema da versão apresentada pelo PM foram as diferenças entre os roteiros de suas atividades no dia da chacina. Ele deu descrições diferentes nas três vezes em que prestou depoimento. Os horários também diferem dos apresentados pelo dono do Gol prata.
Durante sua fala, o PM afirmou que pegou o carro emprestado apenas para ir a Barra de São João (RJ) pagar pedreiros; e que soube da chacina no dia seguinte, quando chegou à Baixada. Ele ainda disse ter encontrado uma ex-namorada naquele dia; e disse ter omitido o fato porque ela é casada.
Carvalho acusou Vieira de plantar provas contra ele e de furtar coisas de sua casa. Na casa do PM foram apreendidos um colete da Polícia Ferroviária e munição do 20º Batalhão. No dia da chacina, o PM estava de férias.
Leia mais
Entenda o caso da chacina ocorrida na Baixada Fluminense
Amigo confirma versão de PM acusado de chacina no Rio
Especial
Leia o que já foi publicado sobre chacinas
Leia a cobertura completa sobre a chacina na Baixada Fluminense
Policial militar pega 543 anos por chacina na Baixada Fluminense
Publicidade
A Justiça do Rio condenou o policial militar Carlos Jorge Carvalho, o Carlinhos ou Carlos Cavalo, a 543 anos de prisão pelas 29 mortes ocorridas em 2005 na Baixada Fluminense, por uma tentativa de homicídio e por formação de quadrilha.
Apesar da pena, o policial só deve cumprir 30 anos, pena máxima permitida pela legislação brasileira.
Segundo o Tribunal de Justiça, a juíza Elizabeth Loro, da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu condenou o PM a 18 anos de prisão por cada um dos homicídios, mais 12 anos pela tentativa e nove anos por formação de quadrilha.
Reuters |
Pedestres observam o corpo de vítima da chacina no chão de uma rua de Nova Iguaçu |
Outros réus
Além de carvalho, os cabos da PM Marcos Siqueira Costa e José Augusto Moreira Felipe e os soldados da PM Fabiano Gonçalves Lopes e Júlio César Amaral de Paula são acusados dos mesmos crimes. Carvalho foi julgado individualmente graças a um acordo firmado entre a defesa dele e o Ministério Público.
Outros dois PMs, os cabos da PM Ivonei de Souza e Gilmar Simão, foram denunciados só por formação de quadrilha e têm direito de aguardar seu julgamento em liberdade.
Durante as investigações, outros quatro PMs haviam sido apontados como suspeitos, mas acabaram sendo liberados por falta de provas.
Julgamento
Na terça-feira, foram ouvidas as testemunhas. Entre as quatro de acusação, três reconheceram Carvalho como um dos atiradores que agiram na chacina, e outra o reconheceu como um dos PMs que planejou a ação, em um bar.
O primeiro a reconhecer o PM foi o único sobrevivente do crime, baleado em uma das pernas. Ele ainda usa muletas devido aos ferimentos. O homem, que está no programa de proteção a testemunhas, chegou ao Tribunal do Júri de Nova Iguaçu de peruca e colete à prova de balas.
Entre as testemunhas de defesa estavam dois amigos de Carvalho. Um deles é o dono do Gol prata usado na chacina. Ele disse que, no dia do crime, o PM pegou o carro emprestado para pagar pedreiros em Barra de São João (RJ). O PM diz que, devido à viagem, só soube da chacina no dia seguinte.
Outra testemunha de defesa afirmou ter visto o delegado Rômulo Vieira, da DHBF (Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense), coletar cápsulas de armas de fogo nos locais em que os disparos foram efetuados. No primeiro dia de júri, Carvalho acusou Vieira de plantar provas contra ele.
Interrogatório
Em seu interrogatório, na segunda-feira (21), Carvalho negou ter participado da chacina. Ele caiu em contradição.
O principal problema da versão apresentada pelo PM foram as diferenças entre os roteiros de suas atividades no dia da chacina. Ele deu descrições diferentes nas três vezes em que prestou depoimento. Os horários também diferem dos apresentados pelo dono do Gol prata.
Durante sua fala, o PM afirmou que pegou o carro emprestado apenas para ir a Barra de São João (RJ) pagar pedreiros; e que soube da chacina no dia seguinte, quando chegou à Baixada. Ele ainda disse ter encontrado uma ex-namorada naquele dia; e disse ter omitido o fato porque ela é casada.
Carvalho acusou Vieira de plantar provas contra ele e de furtar coisas de sua casa. Na casa do PM foram apreendidos um colete da Polícia Ferroviária e munição do 20º Batalhão. No dia da chacina, o PM estava de férias.
Leia mais
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice