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06/09/2006 - 09h04

PF acusa candidato de ligação com o PCC

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ANDRÉ CARAMANTE
da Folha de S.Paulo

A Polícia Federal acusa o advogado Eliseu Minichillo de Araújo, candidato a deputado estadual pelo PMDB em São Paulo, de ligação com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) e participação no furto dos R$ 164,8 milhões do Banco Central de Fortaleza, em 2005. Desde ontem, ele é considerado foragido.

Araújo, conhecido nos presídios de São Paulo como o "Doutor Paciência", teve a prisão preventiva decretada pelo juiz federal Danilo Fontenelle Sampaio, da 11ª Vara Criminal do Ceará. Casado, com 50 anos, e concorrendo à Assembléia Legislativa pelo nº 15.155, o advogado costuma defender acusados de tráfico de drogas, roubo e formação de quadrilha.

Assim como ocorreu na sexta-feira, quando o delegado Marcelo Sabadin Baltazar e os investigadores da Delepat (Delegacia de Repressão a Crimes contra o Patrimônio), da PF, prenderam dez pessoas no Estado de São Paulo sob a acusação de ligação com o furto dos R$ 164,8 milhões, a polícia paulista não sabia da caça ao candidato do PMDB.

Na tarde de ontem, os agentes federais da Delepat fizeram buscas no escritório de Araújo, em Diadema (ABC), e na casa dele, na Vila das Mercês (zona sul de São Paulo), mas ele não foi encontrado. Em 2002, Araújo foi candidato derrotado a deputado estadual, também pelo PMDB, e recebeu 3.580 votos, segundo o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral).

Dentro das investigações da "Operação Facção Toupeira", a PF também busca informações sobre as movimentações financeiras e telefônicas do irmão do candidato, Isaac Minichillo de Araújo, que também é advogado e igualmente suspeito de ter recebido dinheiro furtado do BC como forma de pagamento.

Para a PF do Ceará, tanto o candidato do PMDB quanto seu irmão são ligados à família Laurindo. Entre os 47 presos até agora sob a acusação de participação no furto ao BC de Fortaleza e também na tentativa frustrada de assalto a duas agências bancárias de Porto Alegre, na última sexta-feira, cinco são dessa família.

Patrimônio

Uma das principais suspeitas da inteligência da PF é a de que Araújo recebia dinheiro furtado do BC para financiar sua campanha política.

Na declaração de bens que fez à Justiça Eleitoral, o candidato afirmou ser dono de um patrimônio avaliado em R$ 240 mil (50% de um imóvel em Balneário Flórida, na Praia Grande), um apartamento na Vila das Mercês, um carro BMW, dez alqueires de terra em Cananéia (300 km de SP) e alguns terrenos em Tupi Paulista (663 km de SP). Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o acusado comunicou oficialmente que gastaria até R$ 1 milhão na campanha deste ano.

O mandado de prisão contra ele foi expedido pela Justiça Federal no Ceará no dia 17 de agosto, mas não foi cumprido antes porque o serviço de inteligência da PF acreditava que a prisão imediata de Araújo poderia atrapalhar o desenrolar das investigações.

Dos R$ 164,8 milhões levados do BC de Fortaleza, cerca de R$ 20 milhões já foram recuperados. A PF investiga 11 imóveis, entre eles fazendas e um posto de gasolina, que teriam sido adquiridos com o dinheiro.

Anteontem, agentes da Delepat prenderam o advogado Edson Campos Luziano, em São Bernardo do Campo, sob a acusação de ligação com a quadrilha de roubo a bancos do PCC. Ele é suspeito de manter ligações com o integrante do PCC Reinaldo Teixeira dos Santos, 27, o Funchal, acusado de ter matado o juiz-corregedor Antonio José Machado Dias, em 2003, em Presidente Prudente. A PF não informa se Luziano tem advogado.

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