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25/09/2006 - 13h21

Polícia ouve namorada do coronel Ubiratan pela quarta vez

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da Folha Online
da Folha de S.Paulo

Policiais do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) voltaram a ouvir nesta segunda-feira a advogada Carla Cepollina, 40, namorada do coronel da PM de São Paulo e deputado estadual Ubiratan Guimarães, assassinado com um tiro no último dia 9.

É a quarta vez que a Polícia Civil ouve Cepollina. Após o depoimento, a advogada, que nega envolvimento no crime, deve ser indiciada (acusação formal na fase de inquérito policial) por homicídio duplamente qualificado --motivo fútil (ciúmes) e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. Os policiais, porém, não devem pedir sua prisão à Justiça, apesar de homicídio qualificado ser considerado crime hediondo.

Ela chegou ao prédio do DHPP por volta das 10h15. Durante toda a investigação, a polícia paulista evitou usar a palavra suspeito para se referir a Cepollina, que foi tratada como testemunha. Agora, os policiais afirmam ter provas o indiciamento.

'O DHPP formalmente tem a Carla como autora do homicídio', afirmou no domingo (24) o delegado Armando de Oliveira Costa Filho, divisionário do DHPP.

O promotor que acompanha o caso, Luis Fernando Vaggione, disse que a mãe de Cepollina entregou hoje uma pasta com documentos que serão analisados pela polícia. O teor dos documentos não foi divulgado, pois o caso corre sob segredo de Justiça.

Mesmo com o indiciamento, o inquérito presidido pelo delegado Marco Antonio Olivatto só deve ser encerrado nos próximos dez dias. Nesse período, devem ser concluídos os laudos feitos pelo IC (Instituto de Criminalística).

Depois, o caso será encaminhado ao Ministério Público, que, de acordo com o promotor, tem 15 dias para decidir se denuncia ou não a advogada à Justiça. Se a denúncia for aceita, ela será processada.

Em entrevista publicada no domingo pela Folha, Cepollina negou o crime e afirmou que a polícia não tem provas contra ela. A advogada também insinuou que a morte pode ter sido provocada por uma "questão patrimonial", pois Ubiratan transferiu seus bens para o nome dos filhos por causa de uma dívida trabalhista.

Liliana Prinzivalli, mãe e advogada de Carla, afirmou que vai tomar "medidas legais" contra o indiciamento. Ela também vai nomear um outro advogado para defender a filha.

Morte

Comandante da operação que terminou com a morte de 111 presos durante rebelião na Casa de Detenção de São Paulo, em 1992, Ubiratan foi assassinado com um tiro no abdômen, em seu apartamento, nos Jardins (zona oeste de São Paulo).

Na semana passada, o TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo negou um habeas corpus preventivo pedido em favor de Cepollina. O pedido havia sido feito pela mãe de Carla, alegando coação ilegal, de acordo com o tribunal. Em sua decisão, o desembargador José Orestes de Souza Nery, da 9ª Câmara Criminal, não há evidências de ilegalidade.

"Não se concede liminar em habeas corpus preventivo quando a coação sequer é vista como possibilidade, ficando vaga e imprecisamente relatada e que visa impedir atos regulares de jurisdição", disse na decisão, segundo o TJ. A decisão é em caráter liminar e o julgamento do mérito não tem data definida.

A investigação corre sob segredo de Justiça, determinado pelo juiz Richard Chequini, do 1º Tribunal do Júri, no dia 15. No mesmo dia, Chequini determinou a quebra de sigilo telefônico do coronel, de sua namorada e de mais seis pessoas.

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