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27/09/2006 - 14h42

Promotoria considera Carla culpada e diz que fará denúncia à Justiça

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TATIANA FÁVARO
da Folha Online

O promotor Luiz Fernando Vaggione, que acompanha as investigações sobre a morte do deputado estadual e coronel da PM de São Paulo Ubiratan Guimarães, disse nesta quarta-feira que o Ministério Público oferecerá denúncia (acusação formal) contra a namorada da vítima, a advogada Carla Cepollina, em até dez dias após a conclusão do inquérito policial sobre o assassinato.

"Eu não tenho dúvida nenhuma de que ela é a assassina do coronel e deputado estadual", disse.

Carla, que nega envolvimento na morte, voltou ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) na tarde de hoje para concluir seu depoimento sobre a morte. Ela chegou ao prédio da Polícia Civil por volta das 14h30 e entrou sem falar com a imprensa.

O delegado Armando de Oliveira Costa Filho, que afirmou que o caso está "100% esclarecido", disse também que Carla será indiciada após ser ouvida. O inquérito policial deve ser finalizado nos próximos dias.
Caio Guatelli/Folha Imagem
Liliana Prinzivalli e a filha, Carla Cepollina, chegam escoltadas ao DHPP
Liliana Prinzivalli e a filha, Carla Cepollina, chegam escoltadas ao DHPP


Carla deverá ser indiciada por homicídio duplamente qualificado --por motivo fútil (ciúme) e recurso que impossibilitou a defesa da vítima (Ubiratan estava desarmado). A polícia e o Ministério Público dizem que ela colaborou com as investigações, por isso não pedirão sua prisão preventiva.

"Como estou acompanhando as investigações e os depoimentos, isso facilita a compreensão do inquérito e acelera a finalização do meu trabalho", disse o promotor. Segundo ele, Carla ocultou provas depois do encontro do corpo do coronel, no último dia 10. Entre as provas, Vaggione citou uma blusa de cor clara, que Carla teria usado no dia do crime. À polícia ela entregou uma blusa escura.

O advogado Antônio Carlos Carvalho Pinto, que defende Carla, considera que os indícios que apontam a autoria do crime para sua cliente são "esquálidos e nem um pouco consistentes". Nesta quarta, ele criticou a polícia paulista e disse que o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) deveria ser mais "prudente".

"Sou capaz de entender o indiciamento, mas considero prematuro. O DHPP deveria ser mais prudente e mais cauteloso", afirmou o advogado.

Ubiratan foi morto com um tiro no abdômen, em seu apartamento, na região dos Jardins (zona oeste), na noite do dia 9. Caberá à Justiça aceitar ou não a denúncia do Ministério Público. Se a denúncia for aceita, Carla será processada.

Indiciamento

O processo de indiciamento de Carla começou na segunda-feira (25). A advogada, que era tratada como testemunha desde o início das investigações, foi ouvida pela primeira vez na condição de suspeita. O depoimento foi suspenso depois de aproximadamente sete horas e deveria ser retomado ontem, mas foi adiado para esta quarta.

Nenhuma prova material que ligue a advogada ao crime foi oficialmente apresentada e, apesar de alguns laudos do IC (Instituto de Criminalística) ainda não terem sido concluídos, o delegado Armando de Oliveira Costa Filho, do DHPP, afirma que o caso está "100% esclarecido". "Nada que venha do IC agora poderia alterar nossa convicção absoluta de que Carla Cepollina é autora do homicídio que vitimou o coronel", disse na terça-feira (26).

Segundo testemunhas, Carla foi a única pessoa vista com o coronel no dia do crime.

Crime

Comandante da operação conhecida como massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 presos em 1992, Ubiratan morreu com um tiro no abdômen, na noite do último dia 9. O corpo foi encontrado na noite seguinte, enrolado em uma toalha, no apartamento dele, nos jardins, zona oeste de São Paulo.

Uma das sete armas que o coronel mantinha em casa --um revólver calibre 38-- não foi encontrada no local do crime. Segundo a polícia, o coronel foi morto com uma bala do mesmo calibre, que poderia ser de uma munição especial, segundo o advogado da família de Ubiratan, Vicente Cascione.

Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online

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