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27/09/2006 - 20h53

Polícia conclui indiciamento de namorada do coronel Ubiratan

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TATIANA FÁVARO
da Folha Online

Dezoito dias depois do assassinato do coronel Ubiratan Guimarães, a Polícia Civil de São Paulo concluiu, nesta quarta-feira, o indiciamento da namorada dele, a advogada Carla Cepollina, 40, pelo crime.

Carla foi indiciada por homicídio duplamente qualificado --por motivo fútil (ciúme) e recurso que impossibilitou a defesa da vítima (Ubiratan estava desarmado).

O processo de indiciamento começou na segunda-feira (25), com o início do quarto interrogatório dela na sede do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa). O depoimento havia sido interrompido por sinais de estresse de alguns dos presentes e para que a polícia realizasse buscas no apartamento dela. Na ocasião, foram encontradas três armas no local, e a mãe dela, a também advogada Liliana Prinzivalli, foi indiciada por posse ilegal de arma.

Os outros três depoimentos de Carla ocorreram na semana posterior ao crime, que aconteceu no dia 9. Na época ela ainda era considerada testemunha do caso.

A polícia e o Ministério Público dizem que a namorada de Ubiratan colaborou com as investigações, por isso não pedirão sua prisão preventiva. Segundo a polícia, Carla já foi fotografada e teve suas digitais recolhidas nesta quarta-feira.

O inquérito deve ser concluído na próxima semana. Depois disso, o promotor Vaggione tem 15 para analisar o caso e apresentar a denúncia à Justiça.

Para o delegado Armando de Oliveira da Filho, que conduz as investigações, não há mais dúvidas de que a advogada matou o coronel. "O caso está 100% esclarecido", afirmou. O promotor que acompanha o caso, Luis Fernando Vaggione, também diz ter convicção que ela foi a autora do disparo que matou Ubiratan.

Crime

Comandante da operação conhecida como massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 presos em 1992, Ubiratan morreu com um tiro no abdômen, no último dia 9. O corpo foi encontrado na noite seguinte, enrolado em uma toalha, no apartamento dele, nos jardins, zona oeste de São Paulo.

Uma das sete armas que o coronel mantinha em casa --um revólver calibre 38-- não foi encontrada no local do crime. Segundo a polícia, o coronel foi morto com uma bala do mesmo calibre, que poderia ser de uma munição especial, segundo o advogado da família de Ubiratan, Vicente Cascione.

Depoimento

Segundo informações da polícia, na primeira vez que foi ouvida Cepollina teria confirmado uma discussão com Ubiratan por causa de um telefonema recebido na noite do crime, de uma delegada da Polícia Federal, amiga de Ubiratan. A mãe da namorada do coronel negou que tenha havido uma briga entre os dois.

Na semana passada, o TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo negou um habeas corpus preventivo pedido em favor de Cepollina. O pedido havia sido feito pela mãe de Carla, alegando coação ilegal, de acordo com o tribunal. Em sua decisão, o desembargador José Orestes de Souza Nery, da 9ª Câmara Criminal, não há evidências de ilegalidade.

A investigação corre sob segredo de Justiça, determinado pelo juiz Richard Chequini, do 1º Tribunal do Júri, no dia 15. No mesmo dia, Chequini determinou a quebra de sigilo telefônico do coronel, de sua namorada e de mais seis pessoas.

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