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08/10/2006
-
23h25
da Folha Online
Os pilotos do jato Legacy que colidiu com o Boeing da Gol no dia 29 do mês passado disseram em depoimento à Polícia Civil que estavam na altura prevista no plano de vôo --37 mil pés-- no momento do acidente. Militares, porém, afirmam que o Legacy deveria voar a 36 mil pés na região, conforme estabelece a aerovia.
Os pilotos disseram, ainda, que o plano de vôo foi produzido pela Embraer --fabricante do jato, comprado pela empresa americana ExcelAire-- e que tiveram autorização das torres para voar na altura informada. As declarações dadas em depoimento foram divulgadas neste domingo pelo programa "Fantástico", da Rede Globo.
O piloto Joseph Lepore disse ter saído da cabine por alguns instantes, para ir ao banheiro, e que, quando retornou, encontrou o co-piloto tentando falar com o controle de tráfego, sem sucesso. Em seguida, disse ter ouvido um barulho, mas sem sentir nenhum impacto da colisão, e que o avião desviou para a esquerda. Falou também que um dos cinco passageiros entrou na cabine para avisar que um lado da asa havia sido danificado e que, durante o pouso, tentou usar a freqüência de emergência, também sem conseguir contato. Foi auxiliado por um avião de carga, que intermediou a conversa.
O piloto disse ter treinado 20 horas em simulador para o modelo e que havia cumprido cinco horas efetivas de vôo nesse tipo de jato.
Lepore confirmou que não viu o Boeing da Gol, que tinha a visão prejudicada pela posição do sol e que o sistema anticolisão do Legacy não funcionou. O piloto disse que ficou sabendo da queda do Boeing --que resultou na morte dos 154 ocupantes-- somente horas depois, quando jantava na base aérea do Cachimbo, onde pousou. O avião caiu em uma área de mata fechada em Mato Grosso.
O co-piloto Jan Paul Paladino confirmou que o plano de vôo previa a viagem em 37 mil pés --a mesma altura do avião da Gol-- e que havia sido feito pela Embraer. Falou ainda que os equipamentos --como o transponder-- aparentavam funcionar normalmente, antes e depois do impacto, mas que o sistema anticolisão não deu nenhum alerta. Em seu depoimento, Paladino disse ter sentido o impacto da colisão, ao contrário do piloto.
O piloto Joseph Lepore e o co-piloto Jan Paladino, que conduziam o Legacy no momento do acidente, tiveram seus passaportes apreendidos pela PF (Polícia Federal) por força de uma ordem judicial e, consequentemente, estão impedidos de deixar o país. Eles são considerados testemunhas-chave no caso.
Reportagem publicada pela Folha na sexta-feira (6) mostra que o plano de vôo original do Legacy previa que ele mudasse de posição duas vezes antes do ponto onde houve o choque com o Boeing da Gol.
O plano de vôo previsto para o Boeing da Gol foi achado com o corpo do co-piloto da aeronave, Thiago Jordão Cruso, 29, entre os destroços, informou neste domingo a divisão de comunicação da Polícia Civil do Distrito Federal. O documento foi encaminhado à Aeronáutica, que lidera a investigação sobre as circunstâncias do acidente --o maior da história aeronáutica brasileira.
Investigação
Muitas perguntas sobre o acidente permanecem sem resposta. O conteúdo das caixas-pretas do Legacy e do Boeing são determinantes para se chegar à possível causa. Parte da caixa-preta do avião da Gol ainda não foi localizada.
A FAB (Força Aérea Brasileira) vai apurar se o transponder do Legacy apresentou a falha apontada pelas autoridades americanas --que determinou um recall do equipamento marcado para começar no dia 17 de outubro.
Reportagem publicada no sábado pela Folha, mostra que a FAA (Administração Federal de Aviação) indicou, em 12 de setembro, que o transponder podia ficar inoperante inadvertidamente se a tripulação manuseasse um botão no painel de comunicação do avião por mais de cinco segundos.
Seria apenas mais um fator contribuinte para o acidente, uma vez que houve aparente falha de comunicação entre pilotos e o controle de Brasília e o Legacy estava na mesma altura do Boeing.
Sem o transponder, equipamento que transmite dados como altitude e velocidade do avião para o controle em solo e outros aviões, o sistema anticolisão do avião não consegue 'avisar' o mesmo aparelho em outra aeronave.
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Pilotos do Legacy dizem que voavam na altura prevista no momento do acidente
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Os pilotos do jato Legacy que colidiu com o Boeing da Gol no dia 29 do mês passado disseram em depoimento à Polícia Civil que estavam na altura prevista no plano de vôo --37 mil pés-- no momento do acidente. Militares, porém, afirmam que o Legacy deveria voar a 36 mil pés na região, conforme estabelece a aerovia.
Os pilotos disseram, ainda, que o plano de vôo foi produzido pela Embraer --fabricante do jato, comprado pela empresa americana ExcelAire-- e que tiveram autorização das torres para voar na altura informada. As declarações dadas em depoimento foram divulgadas neste domingo pelo programa "Fantástico", da Rede Globo.
O piloto Joseph Lepore disse ter saído da cabine por alguns instantes, para ir ao banheiro, e que, quando retornou, encontrou o co-piloto tentando falar com o controle de tráfego, sem sucesso. Em seguida, disse ter ouvido um barulho, mas sem sentir nenhum impacto da colisão, e que o avião desviou para a esquerda. Falou também que um dos cinco passageiros entrou na cabine para avisar que um lado da asa havia sido danificado e que, durante o pouso, tentou usar a freqüência de emergência, também sem conseguir contato. Foi auxiliado por um avião de carga, que intermediou a conversa.
O piloto disse ter treinado 20 horas em simulador para o modelo e que havia cumprido cinco horas efetivas de vôo nesse tipo de jato.
Lepore confirmou que não viu o Boeing da Gol, que tinha a visão prejudicada pela posição do sol e que o sistema anticolisão do Legacy não funcionou. O piloto disse que ficou sabendo da queda do Boeing --que resultou na morte dos 154 ocupantes-- somente horas depois, quando jantava na base aérea do Cachimbo, onde pousou. O avião caiu em uma área de mata fechada em Mato Grosso.
O co-piloto Jan Paul Paladino confirmou que o plano de vôo previa a viagem em 37 mil pés --a mesma altura do avião da Gol-- e que havia sido feito pela Embraer. Falou ainda que os equipamentos --como o transponder-- aparentavam funcionar normalmente, antes e depois do impacto, mas que o sistema anticolisão não deu nenhum alerta. Em seu depoimento, Paladino disse ter sentido o impacto da colisão, ao contrário do piloto.
O piloto Joseph Lepore e o co-piloto Jan Paladino, que conduziam o Legacy no momento do acidente, tiveram seus passaportes apreendidos pela PF (Polícia Federal) por força de uma ordem judicial e, consequentemente, estão impedidos de deixar o país. Eles são considerados testemunhas-chave no caso.
Reportagem publicada pela Folha na sexta-feira (6) mostra que o plano de vôo original do Legacy previa que ele mudasse de posição duas vezes antes do ponto onde houve o choque com o Boeing da Gol.
O plano de vôo previsto para o Boeing da Gol foi achado com o corpo do co-piloto da aeronave, Thiago Jordão Cruso, 29, entre os destroços, informou neste domingo a divisão de comunicação da Polícia Civil do Distrito Federal. O documento foi encaminhado à Aeronáutica, que lidera a investigação sobre as circunstâncias do acidente --o maior da história aeronáutica brasileira.
Investigação
Muitas perguntas sobre o acidente permanecem sem resposta. O conteúdo das caixas-pretas do Legacy e do Boeing são determinantes para se chegar à possível causa. Parte da caixa-preta do avião da Gol ainda não foi localizada.
A FAB (Força Aérea Brasileira) vai apurar se o transponder do Legacy apresentou a falha apontada pelas autoridades americanas --que determinou um recall do equipamento marcado para começar no dia 17 de outubro.
Reportagem publicada no sábado pela Folha, mostra que a FAA (Administração Federal de Aviação) indicou, em 12 de setembro, que o transponder podia ficar inoperante inadvertidamente se a tripulação manuseasse um botão no painel de comunicação do avião por mais de cinco segundos.
Seria apenas mais um fator contribuinte para o acidente, uma vez que houve aparente falha de comunicação entre pilotos e o controle de Brasília e o Legacy estava na mesma altura do Boeing.
Sem o transponder, equipamento que transmite dados como altitude e velocidade do avião para o controle em solo e outros aviões, o sistema anticolisão do avião não consegue 'avisar' o mesmo aparelho em outra aeronave.
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