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23/10/2006 - 21h50

Mecânico acusado de mortes de crianças nega 12 crimes

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da Folha Online

O mecânico Francisco das Chagas Rodrigues de Brito, 41, negou durante seu julgamento, nesta segunda-feira, a morte de 12 crianças no Pará. O júri dele começou hoje, em São José de Ribamar, na região metropolitana de São Luís, no qual ele é julgado pela morte de Jonatham Silva Vieira, 15, ocorrida em 2003.

Brito já havia confessado o assassinato de Jonatham, por asfixia, mas negou ser responsável pelas 12 mortes de garotos ocorridas em Altamira (PA), das quais também é acusado. No Maranhão, ele também. Ao todo, ele é suspeito de ser o autor dos assassinatos de 42 meninos, 30 deles no Maranhão.

O advogado de Brito, Erivelton Lago, havia dito que, em encontro na semana passada, ele mantinha a versão dada no processo de que saiu para apanhar açaí com o garoto, mas que ele bateu a cabeça ao cair de uma árvore e morreu.

Depoimento

Ao ser interrogado pelo juiz Márcio de Castro Brandão, Brito chorou, disse que teve uma infância sofrida e relatou ter sido abusado sexualmente aos 6 anos, de acordo com o tribunal.

Sobre a morte de Jonatham, Brito disse ter sentido algo estranho. 'Estava vendo o Carlito na minha frente', afirmou. Carlito é o homem que teria abusado sexualmente de Brito.

Julgamento

O júri começou sob forte esquema de segurança e protestos. Familiares das vítimas e representantes de entidades de direitos humanos realizaram uma manifestação para pedir a condenação do acusado. No início da manhã, outro protesto ocorreu na entrada do Tribunal de Justiça.

Além de familiares de Jonatham e de outros garotos mortos, também acompanham o júri representantes do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, da Rede Amiga da Criança, do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua e do Conselho Estadual dos Direitos Humanos, entre outros, afirma o Tribunal de Justiça.

A previsão é que o julgamento dure três dias.

Vítimas

Em abril de 2004, a polícia encontrou duas ossadas enterradas na casa de Brito. O mecânico, então, disse ter matado outros meninos, de acordo com a polícia. Apesar de admitir os assassinatos, ele diz não lembrar do momento ou motivos dos crimes.

Brito responde a outros 22 processos na Justiça do Maranhão relativos à morte de 24 meninos entre 9 e 15 anos de idade, ocorridas entre 1991 e 2003 em São Luís, Paço do Lumiar e São José de Ribamar.

Ele teria cometido mais 12 crimes em Altamira (PA). Os assassinatos ocorreram entre 1989 e 1993.

A negligência na investigação sobre as mortes dos meninos ao longo dos anos rendeu ao Brasil e ao Estado do Maranhão um processo na OEA (Organização dos Estados Americanos). Desde abril deste ano, o governo do Maranhão paga uma pensão mensal de R$ 500 às famílias das vítimas, como parte de um acordo intermediado pela OEA.

Com Agência Folha

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