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06/12/2006 - 08h27

Aeroportos brasileiros amanhecem com atrasos, após pane em controle

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da Folha Online

O movimento nos aeroportos brasileiros na manhã desta quarta-feira permanece intenso, após mais uma série de atrasos e cancelamentos de vôos. Os problemas começaram terça (5), quando uma pane cortou a comunicação entre os controladores do Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), em Brasília, e os aviões.

Para tentar contornar os atrasos provocados pela pane e pelos procedimentos de segurança adotados após a falha, a Anac (Agência Nacional da Aviação Civil) decidiu suspender todas as decolagens que seriam realizadas após as 19h30 de terça nos aeroportos de Congonhas, em São Paulo, Confins, em Minas, e de Brasília.

Somente a ponte aérea Rio-São Paulo foi mantida, no aeroporto de Congonhas. O terminal, ainda a pedido da Anac, também teve seu horário de funcionamento estendido. Atualmente, ele fecha à 0h30. Nesta quarta, houve pousos durante toda a madrugada.

Da 0h às 7h de ontem, de acordo com a Anac, dos 1.241 vôos programados, 350 sofreram atrasos de mais de uma hora e 67 foram cancelados.

O número de passageiros prejudicados sobrecarregou a rede hoteleira, e muitos tiveram que passar a noite nos próprios aeroportos. Segundo as companhias aéreas, eles deverão ser realocados ainda nesta quarta.

Atrasos

Em São Paulo, no aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos, às 8h40 desta quarta, ainda não havia previsão para pouso de dez vôos que deveriam ter chegado entre as 20h15 de terça e as 6h de hoje. O pouso de um vôo da TAM oriundo de Recife (PE), por exemplo, estava atrasado em 11 horas. Entre as decolagens, os atrasos eram menores --de uma hora a meia hora.

Em Congonhas, todos os pousos agendados para ocorrer entre as 6h e as 8h05 desta quarta sofreram ao menos meia hora de atraso, de acordo com informações da Infraero (estatal que administra os aeroportos do país). O caso mais grave era de um vôo da TAM com destino a Maringá (PR) que teve o pouso atrasado das 7h30 para as 15h35.

No aeroporto internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, havia atrasos em somente dois vôos da TAM, às 8h40 desta quarta. Um deles deveria ter chegado de Macapá (AP) às 5h35, porém foi reagendado para as 9h35; e outro chegaria de Cuiabá (MT) às 7h59, mas estava previsto para pousar apenas às 8h12.

Entre as decolagens, o maior problema era um avião da TAM que deveria ter chegado de Congonhas às 6h05, mas teve o pouso remarcado para as 10h.

Falha

O comandante do Cindacta 1, coronel-aviador Carlos Vuyk de Aquino, explicou que o problema foi causado por uma falha na ligação entre os sistemas ativo e reserva de freqüências de rádio. Os dois operam juntos, totalizando 20 faixas diferentes. Com o defeito, houve redução na capacidade de comunicação para 13.

A falha nos equipamentos dificultou o contato entre os controladores e as aeronaves, já que havia menos freqüências para o mesmo número de aviões.

Por volta das 13h, houve um problema mais grave, que levou a uma queda total do sistema de comunicação por rádio. Por medida de segurança, o Cindacta 1 orientou que todos os aviões que passassem por sua área a pousar e também proibiu novas decolagens. Essa operação durou até as 16h.

No fim da tarde, segundo Aquino, 15 das 20 freqüências já estavam em funcionamento. No entanto, a área técnica do Cindacta avalia se a qualidade da comunicação está dentro dos padrões de qualidade (com pouco nível de ruído).

"O equipamento que faz essa comunicação [entre ativo e reserva] chama-se central de áudio Sitti, de fabricação italiana e com seis anos de uso, o que é pouco. Nós estamos fazendo a substituição da mesma central em Curitiba, que tem 20 anos", disse Aquino.

Crise

Desde o final de outubro, os passageiros têm enfrentado constantes atrasos nos principais aeroportos do país. Inicialmente, os atrasos foram causados pela chamada operação-padrão dos controladores de tráfego aéreo, que, de forma isolada, decidiram aumentar o espaçamento entre as decolagens. O objetivo seria garantir a segurança dos vôos, após o acidente com o Boeing da Gol, que causou a morte dos 154 ocupantes.

O resultado do movimento foi uma seqüência de atrasos e cancelamentos de vôos. O setor entrou em colapso na madrugada do último dia 2 de novembro, feriado de Finados. No dia 14 do mesmo mês, véspera do feriado da Proclamação da República, grandes atrasos voltaram a ser registrados nos principais aeroportos do país. Na ocasião, os problemas seriam resultado da falta de controladores no Cindacta 1, em Brasília.

Entre os últimos dias 19 e 20 de novembro, os passageiros enfrentaram transtornos atribuídos, desta vez, à chuva e ao efeito bola-de-neve causado pelo rompimento um cabo de fibra ótica do Cindacta 2 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo) --que coordena o tráfego na região Sul.

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