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05/12/2006
-
23h09
da Folha Online
A falta de informações sobre atrasos e cancelamentos de vôos nesta terça-feira irrita passageiros que tentam embarcar em vários aeroportos do país. As empresas aéreas, por sua vez, tentam realocar os passageiros que tiveram vôos cancelados no dia seguinte, mas também enfrentam limitações de lugares ainda disponíveis. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) orienta os passageiros a procurarem as empresas para remarcarem seus bilhetes.
Uma falha em um equipamento de comunicação no Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo) causou atrasos em pousos e decolagens e culminou com o cancelamento de cerca de cem decolagens que partiriam de Congonhas, em São Paulo, Confins, em Minas e Brasília após as 19h30. Apenas a ponte aérea São Paulo-Rio opera normalmente.
A passageira Luiza Inez Vilela Ramos, 53, tenta desde as 18h30 embarcar de Congonhas para Brasília. "Está muito difícil conseguir informações", afirma. "A Gol diz que não há como acomodar em hotéis", conta.
"Também não consigo tentar remarcar minha viagem para amanhã. Há apenas um guichê e a fila é enorme", conta. Por meio de sua assessoria de imprensa, a própria Gol informou que os passageiros têm direito a hospedagem, transporte para casa ou reagendar o vôo após quatro horas de atraso, mas negou dificuldade em hospedar passageiros.
Ao cancelar os vôos desta noite, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) orientou os passageiros a procurar as empresas responsáveis. A reportagem entrou em contato com as centrais de atendimento da TAM e da Gol. Nos dois casos, o tempo de espera era de cerca de 20 minutos.
Falha
O comandante do Cindacta 1, coronel-aviador Carlos Vuyk de Aquino, explicou que o problema foi causado por uma falha na ligação entre os sistemas ativo e reserva de freqüências de rádio. Os dois operam juntos, totalizando 20 faixas diferentes. Com o defeito, houve redução na capacidade de comunicação para 13.
A falha nos equipamentos dificultou o contato entre os controladores e as aeronaves, já que havia menos freqüências para o mesmo número de aviões.
Por volta das 13h, houve um problema mais grave, que levou a uma queda total do sistema de comunicação por rádio. Por medida de segurança, o Cindacta 1 orientou que todos os aviões que passassem por sua área a pousar e também proibiu novas decolagens. Essa operação durou até as 16h.
No fim da tarde, segundo Aquino, 15 das 20 freqüências já estavam em funcionamento. No entanto, a área técnica do Cindacta avalia se a qualidade da comunicação está dentro dos padrões de qualidade (com pouco nível de ruído).
"O equipamento que faz essa comunicação [entre ativo e reserva] chama-se central de áudio Sitti, de fabricação italiana e com seis anos de uso, o que é pouco. Nós estamos fazendo a substituição da mesma central em Curitiba, que tem 20 anos", disse Aquino.
Crise
Desde o final de outubro, os passageiros têm enfrentado constantes atrasos nos principais aeroportos do país. Inicialmente, os atrasos foram causados pela chamada operação-padrão dos controladores de tráfego aéreo, que, de forma isolada, decidiram aumentar o espaçamento entre as decolagens. O objetivo seria garantir a segurança dos vôos, após o acidente com o Boeing da Gol, que causou a morte dos 154 ocupantes.
O resultado do movimento foi uma seqüência de atrasos e cancelamentos de vôos. O setor entrou em colapso na madrugada do último dia 2 de novembro, feriado de Finados. No dia 14 do mesmo mês, véspera do feriado da Proclamação da República, grandes atrasos voltaram a ser registrados nos principais aeroportos do país. Na ocasião, os problemas seriam resultado da falta de controladores no Cindacta 1, em Brasília.
Entre os últimos dias 19 e 20 de novembro, os passageiros enfrentaram transtornos atribuídos, desta vez, à chuva e ao efeito bola-de-neve causado pelo rompimento de um cabo de fibra ótica do Cindacta 2 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo) --que coordena o tráfego na região Sul.
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Passageiros enfrentam falta de informação e dificuldade de acomodação
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A falta de informações sobre atrasos e cancelamentos de vôos nesta terça-feira irrita passageiros que tentam embarcar em vários aeroportos do país. As empresas aéreas, por sua vez, tentam realocar os passageiros que tiveram vôos cancelados no dia seguinte, mas também enfrentam limitações de lugares ainda disponíveis. A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) orienta os passageiros a procurarem as empresas para remarcarem seus bilhetes.
Uma falha em um equipamento de comunicação no Cindacta 1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo) causou atrasos em pousos e decolagens e culminou com o cancelamento de cerca de cem decolagens que partiriam de Congonhas, em São Paulo, Confins, em Minas e Brasília após as 19h30. Apenas a ponte aérea São Paulo-Rio opera normalmente.
A passageira Luiza Inez Vilela Ramos, 53, tenta desde as 18h30 embarcar de Congonhas para Brasília. "Está muito difícil conseguir informações", afirma. "A Gol diz que não há como acomodar em hotéis", conta.
"Também não consigo tentar remarcar minha viagem para amanhã. Há apenas um guichê e a fila é enorme", conta. Por meio de sua assessoria de imprensa, a própria Gol informou que os passageiros têm direito a hospedagem, transporte para casa ou reagendar o vôo após quatro horas de atraso, mas negou dificuldade em hospedar passageiros.
Ao cancelar os vôos desta noite, a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) orientou os passageiros a procurar as empresas responsáveis. A reportagem entrou em contato com as centrais de atendimento da TAM e da Gol. Nos dois casos, o tempo de espera era de cerca de 20 minutos.
Falha
O comandante do Cindacta 1, coronel-aviador Carlos Vuyk de Aquino, explicou que o problema foi causado por uma falha na ligação entre os sistemas ativo e reserva de freqüências de rádio. Os dois operam juntos, totalizando 20 faixas diferentes. Com o defeito, houve redução na capacidade de comunicação para 13.
A falha nos equipamentos dificultou o contato entre os controladores e as aeronaves, já que havia menos freqüências para o mesmo número de aviões.
Por volta das 13h, houve um problema mais grave, que levou a uma queda total do sistema de comunicação por rádio. Por medida de segurança, o Cindacta 1 orientou que todos os aviões que passassem por sua área a pousar e também proibiu novas decolagens. Essa operação durou até as 16h.
No fim da tarde, segundo Aquino, 15 das 20 freqüências já estavam em funcionamento. No entanto, a área técnica do Cindacta avalia se a qualidade da comunicação está dentro dos padrões de qualidade (com pouco nível de ruído).
"O equipamento que faz essa comunicação [entre ativo e reserva] chama-se central de áudio Sitti, de fabricação italiana e com seis anos de uso, o que é pouco. Nós estamos fazendo a substituição da mesma central em Curitiba, que tem 20 anos", disse Aquino.
Crise
Desde o final de outubro, os passageiros têm enfrentado constantes atrasos nos principais aeroportos do país. Inicialmente, os atrasos foram causados pela chamada operação-padrão dos controladores de tráfego aéreo, que, de forma isolada, decidiram aumentar o espaçamento entre as decolagens. O objetivo seria garantir a segurança dos vôos, após o acidente com o Boeing da Gol, que causou a morte dos 154 ocupantes.
O resultado do movimento foi uma seqüência de atrasos e cancelamentos de vôos. O setor entrou em colapso na madrugada do último dia 2 de novembro, feriado de Finados. No dia 14 do mesmo mês, véspera do feriado da Proclamação da República, grandes atrasos voltaram a ser registrados nos principais aeroportos do país. Na ocasião, os problemas seriam resultado da falta de controladores no Cindacta 1, em Brasília.
Entre os últimos dias 19 e 20 de novembro, os passageiros enfrentaram transtornos atribuídos, desta vez, à chuva e ao efeito bola-de-neve causado pelo rompimento de um cabo de fibra ótica do Cindacta 2 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo) --que coordena o tráfego na região Sul.
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