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09/12/2006
-
09h45
RICARDO GALLO
da Folha de S.Paulo
Pressionados pela chegada do Natal, os lojistas da Oscar Freire, nos Jardins (zona oeste de São Paulo), decidiram inaugurar a nova cara da rua antes que a reforma no local esteja concluída. A "entrega" será amanhã, às 10h.
As obras na rua, um dos centros de consumo de luxo paulistano, estarão 90% finalizadas, estima a associação dos lojistas. O restante será feito em janeiro, passado o melhor período do ano para as compras --as festas de final de ano.
Iniciada em outubro do ano passado, a reforma da rua aterrou a fiação elétrica e removeu 100 postes, além de nivelar e substituir as calçadas do trecho entre a ruas Dr. Melo Alves e Padre João Manoel. Ipês foram plantados no espaço antes ocupado pelos postes. Atrasaram, segundo a associação, a iluminação decorativa e as grelhas que cercam os ipês.
O mesmo ocorrerá com o arremate nas calçadas --em trechos próximos às lojas e à sarjeta que ainda não receberam piso. Anteontem, montes de areia e pedra, pisos soltos e placas pelo chão podiam ser vistos na rua. O trecho recuperado abriga 130 lojas, 8 restaurantes, 1 café, 1 hotel e 2 galerias de arte.
Madrugada
A pressa da associação em inaugurar a nova Oscar Freire fez a empresa que coloca as calçadas trabalhar diariamente até 2h da manhã. O barulho incomoda os vizinhos. Cerca de 20 dias atrás, reclamações de ruído excessivo renderam à Potenza, empresa responsável pelo trabalho nas calçadas, uma notificação do Psiu (Programa de Silêncio Urbano). Na ocasião, vistoria dos técnicos da prefeitura constatou que a obra emitia mais de 80 decibéis, superior em muito aos 50 dB permitidos para o período entre 19h e 7h. O Psiu diz que a empresa se comprometeu a não trabalhar mais nas calçadas de madrugada.
A promessa, porém, não foi cumprida. A Renger, subcontratada da Potenza para colocação dos pisos nas calçadas, admite colocar operários para trabalhar além do combinado com o Psiu: nos últimos dias, cerca de 60 profissionais estão trabalhando em dois turnos, alguns deles "além do horário".
O potiguar Antonio Bezerra da Silva, 48, morador de Guarulhos (Grande SP), disse não folgar há mais de 40 dias. "A última foi no dia da eleição [31 de outubro]", disse. Após o fim das obras, Silva, salário de R$ 700 não deve passar tão cedo pelo local --a oitava rua comercial mais luxuosa do mundo, diz pesquisa da Excellence Mystery Shopping International.
"Compro o que preciso em Guarulhos. Quando venho a São Paulo, vou à 25 de Março." O prefeito Gilberto Kassab (PFL) e a representante da Dior no Brasil, Rosângela Lyra, presidente da associação dos lojistas, comandarão a cerimônia amanhã.
Só os favorecidos
A saída dos operários deve ser um alívio para a região. Ao menos é o que indica informe da associação de lojistas e da prefeitura: "No lugar dos operários, homens e mulheres bem vestidos e com a aparência favorecida em todos os aspectos".
A assessoria de imprensa da associação diz que o fim das obras fará mulheres deixarem de andar pela rua de tênis no lugar de sapatos, para conseguir andar nas calçadas quebradas.
A reforma da Oscar Freire custou R$ 8,5 milhões, dos quais R$ 4,5 milhões pagos pela prefeitura, R$ 3 milhões pela operadora de cartões American Express e R$ 1 milhão dividido entre os lojistas. O próximo passo é ampliar a reforma para outras trechos da rua, para além da Padre João Manoel --um protocolo de intenções será assinado amanhã. "A idéia é que seja 70% dos proprietários e 30% da prefeitura", afirma Andrea Matarazzo, secretário de Coordenação das Subprefeituras.
Colaborou EVANDRO SPINELLI, da Reportagem Local
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Pressionados pela chegada do Natal, os lojistas da Oscar Freire, nos Jardins (zona oeste de São Paulo), decidiram inaugurar a nova cara da rua antes que a reforma no local esteja concluída. A "entrega" será amanhã, às 10h.
As obras na rua, um dos centros de consumo de luxo paulistano, estarão 90% finalizadas, estima a associação dos lojistas. O restante será feito em janeiro, passado o melhor período do ano para as compras --as festas de final de ano.
Folha Imagem |
Operário trabalha na rua Oscar Freire, um dos centros de consumo de luxo de São Paulo |
Iniciada em outubro do ano passado, a reforma da rua aterrou a fiação elétrica e removeu 100 postes, além de nivelar e substituir as calçadas do trecho entre a ruas Dr. Melo Alves e Padre João Manoel. Ipês foram plantados no espaço antes ocupado pelos postes. Atrasaram, segundo a associação, a iluminação decorativa e as grelhas que cercam os ipês.
O mesmo ocorrerá com o arremate nas calçadas --em trechos próximos às lojas e à sarjeta que ainda não receberam piso. Anteontem, montes de areia e pedra, pisos soltos e placas pelo chão podiam ser vistos na rua. O trecho recuperado abriga 130 lojas, 8 restaurantes, 1 café, 1 hotel e 2 galerias de arte.
Madrugada
A pressa da associação em inaugurar a nova Oscar Freire fez a empresa que coloca as calçadas trabalhar diariamente até 2h da manhã. O barulho incomoda os vizinhos. Cerca de 20 dias atrás, reclamações de ruído excessivo renderam à Potenza, empresa responsável pelo trabalho nas calçadas, uma notificação do Psiu (Programa de Silêncio Urbano). Na ocasião, vistoria dos técnicos da prefeitura constatou que a obra emitia mais de 80 decibéis, superior em muito aos 50 dB permitidos para o período entre 19h e 7h. O Psiu diz que a empresa se comprometeu a não trabalhar mais nas calçadas de madrugada.
A promessa, porém, não foi cumprida. A Renger, subcontratada da Potenza para colocação dos pisos nas calçadas, admite colocar operários para trabalhar além do combinado com o Psiu: nos últimos dias, cerca de 60 profissionais estão trabalhando em dois turnos, alguns deles "além do horário".
O potiguar Antonio Bezerra da Silva, 48, morador de Guarulhos (Grande SP), disse não folgar há mais de 40 dias. "A última foi no dia da eleição [31 de outubro]", disse. Após o fim das obras, Silva, salário de R$ 700 não deve passar tão cedo pelo local --a oitava rua comercial mais luxuosa do mundo, diz pesquisa da Excellence Mystery Shopping International.
"Compro o que preciso em Guarulhos. Quando venho a São Paulo, vou à 25 de Março." O prefeito Gilberto Kassab (PFL) e a representante da Dior no Brasil, Rosângela Lyra, presidente da associação dos lojistas, comandarão a cerimônia amanhã.
Só os favorecidos
A saída dos operários deve ser um alívio para a região. Ao menos é o que indica informe da associação de lojistas e da prefeitura: "No lugar dos operários, homens e mulheres bem vestidos e com a aparência favorecida em todos os aspectos".
A assessoria de imprensa da associação diz que o fim das obras fará mulheres deixarem de andar pela rua de tênis no lugar de sapatos, para conseguir andar nas calçadas quebradas.
A reforma da Oscar Freire custou R$ 8,5 milhões, dos quais R$ 4,5 milhões pagos pela prefeitura, R$ 3 milhões pela operadora de cartões American Express e R$ 1 milhão dividido entre os lojistas. O próximo passo é ampliar a reforma para outras trechos da rua, para além da Padre João Manoel --um protocolo de intenções será assinado amanhã. "A idéia é que seja 70% dos proprietários e 30% da prefeitura", afirma Andrea Matarazzo, secretário de Coordenação das Subprefeituras.
Colaborou EVANDRO SPINELLI, da Reportagem Local
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