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15/12/2006
-
09h16
LEILA SUWWAN
da Folha de S.Paulo, em Brasília
A reboque da crise aérea e do caos recente, representantes das empresas aéreas pressionaram ontem o governo pela privatização gradual dos aeroportos brasileiros, sob argumento de ineficiência da Infraero. Antes, o Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas) já havia sugerido que o controle do tráfego civil passasse da Aeronáutica para um novo órgão no Ministério da Defesa.
A proposta de privatização foi apresentada ontem em reunião no comando da Aeronáutica por executivos da Gol, da TAM e da OceanAir. De acordo com os senadores presentes, a discussão foi áspera, e o brigadeiro Luiz Carlos Bueno, comandante da Aeronáutica, rejeitou completamente a exigência feita pelas companhias aéreas.
Após duras críticas das companhias quanto a informações erradas aos passageiros, falta de balcões de atendimento e dificuldades de infra-estrutura nos aeroportos, as empresas decidiram apresentar um cronograma de privatizações. A idéia seria começar com obras paradas ou com terminais.
No entanto, Bueno teria reagido e dito que o plano é inviável porque 11 aeroportos são superavitários, mas 70 dão prejuízo. Assim, não haveria mercado para a maioria. Milton Zuanazzi, presidente da Anac (Agência Nacional da Aviação Civil), é favorável às privatizações, mas afirmou que tem algumas ressalvas. "É preciso fazer todo o debate. É importante resolver o aeroporto de Guarulhos, mas não podemos esquecer Tabatinga", disse em outro evento.
Na reunião, ainda conforme senadores, a Anac também sofreu críticas pela gestão da crise no tráfego aéreo. Para se defender, reclamou que a autonomia administrativa não basta e que faltaria independência financeira e mais verbas para atuar melhor no setor. A Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) não foi à reunião.
Procurada, não se manifestou até o fechamento desta edição. O presidente da Embraer, Maurício Botelho, também opinou ontem e disse que a solução não está na responsabilidade de militares ou civis, mas sim em mais investimentos. Também foram acertadas na reunião as verbas para o controle aéreo, definindo um orçamento de R$ 666 milhões para 2007. Além dos R$ 485 milhões que se espera de arrecadação por tarifas no Fundo Aeronáutico, os senadores disseram que uma emenda do Orçamento destinará mais R$ 60 milhões.
Segundo o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), o superávit de R$ 364 milhões do fundo nos últimos anos que não chegou ao setor será liberado em três parcelas anuais de R$ 121 milhões. Com isso, a Aeronáutica avalia que terá como fazer renovações de equipamentos.
Colaboraram da Folha de S.Paulo e IURI DANTAS, da Folha de S.Paulo em Brasília
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Aéreas querem aeroportos privatizados
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da Folha de S.Paulo, em Brasília
A reboque da crise aérea e do caos recente, representantes das empresas aéreas pressionaram ontem o governo pela privatização gradual dos aeroportos brasileiros, sob argumento de ineficiência da Infraero. Antes, o Snea (Sindicato Nacional das Empresas Aéreas) já havia sugerido que o controle do tráfego civil passasse da Aeronáutica para um novo órgão no Ministério da Defesa.
A proposta de privatização foi apresentada ontem em reunião no comando da Aeronáutica por executivos da Gol, da TAM e da OceanAir. De acordo com os senadores presentes, a discussão foi áspera, e o brigadeiro Luiz Carlos Bueno, comandante da Aeronáutica, rejeitou completamente a exigência feita pelas companhias aéreas.
Após duras críticas das companhias quanto a informações erradas aos passageiros, falta de balcões de atendimento e dificuldades de infra-estrutura nos aeroportos, as empresas decidiram apresentar um cronograma de privatizações. A idéia seria começar com obras paradas ou com terminais.
No entanto, Bueno teria reagido e dito que o plano é inviável porque 11 aeroportos são superavitários, mas 70 dão prejuízo. Assim, não haveria mercado para a maioria. Milton Zuanazzi, presidente da Anac (Agência Nacional da Aviação Civil), é favorável às privatizações, mas afirmou que tem algumas ressalvas. "É preciso fazer todo o debate. É importante resolver o aeroporto de Guarulhos, mas não podemos esquecer Tabatinga", disse em outro evento.
Na reunião, ainda conforme senadores, a Anac também sofreu críticas pela gestão da crise no tráfego aéreo. Para se defender, reclamou que a autonomia administrativa não basta e que faltaria independência financeira e mais verbas para atuar melhor no setor. A Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária) não foi à reunião.
Procurada, não se manifestou até o fechamento desta edição. O presidente da Embraer, Maurício Botelho, também opinou ontem e disse que a solução não está na responsabilidade de militares ou civis, mas sim em mais investimentos. Também foram acertadas na reunião as verbas para o controle aéreo, definindo um orçamento de R$ 666 milhões para 2007. Além dos R$ 485 milhões que se espera de arrecadação por tarifas no Fundo Aeronáutico, os senadores disseram que uma emenda do Orçamento destinará mais R$ 60 milhões.
Segundo o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), o superávit de R$ 364 milhões do fundo nos últimos anos que não chegou ao setor será liberado em três parcelas anuais de R$ 121 milhões. Com isso, a Aeronáutica avalia que terá como fazer renovações de equipamentos.
Colaboraram da Folha de S.Paulo e IURI DANTAS, da Folha de S.Paulo em Brasília
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