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27/12/2006 - 08h03

TAM vendeu passagens em excesso, aponta Anac

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JANAINA LAGE
da Folha de S.Paulo, no Rio

As primeiras informações da auditoria realizada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) na TAM mostram que houve um erro de gestão da companhia ao operar próximo do limite de sua capacidade.

Também foi constatada a prática de overbooking (venda de passagens acima do número de assentos), mas os números ainda estão sendo levantados, conforme a Folha apurou.

A TAM informou que só irá se pronunciar após a apresentação do relatório final da agência, que deverá ser concluído nos próximos dias.

Em nota, a empresa afirmou que recebeu ontem em sua sede a equipe da Anac e que os técnicos responsáveis pela auditoria no sistema de reserva da empresa tiveram acesso total a todas as informações.

A companhia retomou ontem a venda de passagens --suspensa para vôos domésticos realizados do dia 22 até o dia 25--, após ser responsabilizada por ter provocado um novo caos nos aeroportos do país às vésperas do Natal.
Desde o dia 20, repetiram-se as cenas de filas e de passageiros aglomerados nos principais aeroportos do país.

A Folha apurou que os primeiros indícios apontam para um "excesso de ousadia" na busca por eficiência. Na prática, a TAM estaria operando no limite de sua capacidade para um sistema sem condições de operar no mesmo ritmo.

A empresa não trabalhou com a margem de erro adequada em razão de tudo que se verificou nos últimos meses, como problemas com controladores de vôo, questões climáticas e gestão aeroportuária.

A estimativa no limite da capacidade inclui aspectos como o tempo de pouso e decolagem em cada aeroporto e a eficiência operacional.

Em compensação, a empresa respeitou a norma que permite aos tripulantes permanecer no avião por oito horas no máximo. Com isso, cada vez que ocorria um atraso no vôo e o período de trabalho da tripulação era ultrapassado, uma nova equipe era convocada. A TAM é uma das empresas com o maior número de tripulantes de reserva no país.

Verificação

Além da TAM, outras companhias terão seus dados verificados pela Anac. O objetivo da agência na investigação, segundo a Folha apurou, não é o de incriminar alguma empresa, mas de descobrir as causas do caos no Natal e evitar que ele se repita no Réveillon.

Dos 1.206 vôos previstos ontem no país até as 17h, 281 (23%) tiveram atraso superior a uma hora. Outros 37 vôos foram cancelados.

Até agora, a checagem de informações indica que a TAM perdeu o controle da situação após seis aviões terem ido para manutenção e após quedas sucessivas na rede de dados entre Infraero e a TAM no aeroporto Tom Jobim, no Rio.

O problema foi agravado pelo fechamento do aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo), por razões meteorológicas, por duas vezes na madrugada e uma vez na tarde do último dia 20. A concentração da malha da companhia nesse aeroporto também dificultou a solução do problema.

A TAM representa pouco mais de 50% do mercado doméstico de aviação. Nos últimos anos, a companhia iniciou uma trajetória de corte de gastos e otimização da frota, consolidando assim a liderança no mercado doméstico. Com a crise da Varig, a empresa confirmou também a liderança nos vôos internacionais.

O modelo de otimização da frota, com aviões que voam em média 14 horas/dia, requer também maior eficiência operacional, não só da empresa, mas de todo o sistema aéreo, que enfrentou sucessivas crises nos últimos meses.

Ainda não há definição sobre o tipo de restrição que a empresa pode sofrer após a conclusão da investigação da Anac. As hipóteses incluem multas, obrigação de ressarcimento dos prejuízos e acompanhamento da agência.
Pesam a favor da empresa os bons índices de regularidade e pontualidade apresentados nos últimos meses.

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