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15/01/2007
-
13h59
da Folha Online
As equipes de resgate ainda trabalham para içar o microônibus soterrado na última sexta-feira (12) devido ao desabamento nas obras da estação Pinheiros do metrô de São Paulo, na zona oeste da cidade. Nesta segunda, as equipes removem a terra para chegar ao veículo.
Segundo o secretário da Segurança do Estado, Ronaldo Marzagão, são duas frentes de trabalho: uma para retirar a terra que deslizou no túnel que era usado para o resgate e outra por cima, para retirar um poste que estaria segurando o veículo. Depois, o microônibus deverá ser içado.
A cratera deixada pelo desabamento atingiu cerca de 80 metros de diâmetro e engoliu veículos. O corpo da aposentada Abigail Rossi de Azevedo, 75, foi resgatado na madrugada desta segunda-feira. Outras seis pessoas permanecem desaparecidas nos escombros das obras da linha 4-Amarela.
O deputado estadual Simão Pedro (PT-SP) deve começar a buscar a partir do próximo dia 22 assinaturas para pedir a abertura de uma CPI focada nas obras do metrô paulista. De acordo com a assessoria do deputado, a comissão deve questionar o nível de segurança e os métodos de construção da linha do metrô, que já havia sido objeto de denúncia do Sindicato dos Metroviários.
Vítimas
O microônibus foi localizado visualmente no domingo (14), mas um deslizamento de terra impediu que as equipes chegassem até ele. Dentro do veículo estavam o motorista Reinaldo Aparecido Leite, 40, o cobrador Wescley Adriano da Silva, 22, e o funcionário público Marcio Rodrigues Alambert, 31. Há um outro desaparecido, o office-boy Cícero Augustino da Silva, 60.
Outros desaparecidos são a bacharel em direito Valéria Alves Marmit, 37, que pretendia pegar o trem na volta para casa, e o motorista de caminhão Francisco Sabino Torres, 48, que trabalhava na obra há um ano e meio.
A mãe do cobrador do microônibus, Elenilda da Silva, disse ter esperanças de encontrar o filho com vida. "Meu filho está com vida lá embaixo. Eu não preciso me desesperar, eu preciso é passar energia positiva para ele", afirmou.
Parte da equipe do Corpo de Bombeiros que trabalhou da madrugada de domingo até a madrugada desta segunda decidiu permanecer no local do desabamento após o término de seu turno. De acordo com o coronel João dos Santos, a permanência foi uma escolha dos profissionais, que estão "empenhados na busca".
Imóveis
Equipes da Defesa Civil começam nesta segunda-feira a avaliar as casas interditadas na última sexta-feira devido ao desabamento nas obras da linha 4-Amarela do metrô. No total, 55 imóveis foram interditados --três residências já foram condenadas, na rua Capri. A cratera deixada pelo acidente engoliu veículos e ao menos sete pessoas. Um corpo foi resgatado.
O início da vistoria deverá priorizar os imóveis comerciais e aqueles que estão em ruas mais afastadas do local do acidente. A expectativa é que a liberação dos imóveis ocorra em 48 horas.
Moradores das três casas que já tiveram a demolição anunciada tiveram pouco tempo para retirar objetos pessoais, no fim de semana. A costureira Maria do Carmo Moreira, 72, precisou escolher o que guardar de mais importante dos 28 anos em que morou na casa número 187.
"Disseram que eu só podia pegar o essencial porque não havia tempo. Peguei só alguns documentos, roupas e alguns cristais. Sentirei falta das revistas antigas e das receitas que eu deixei para trás", disse.
O Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras, afirma que os moradores serão ressarcidos.
Desabamento
O canteiro de obras que desabou era usado como acesso de funcionários e equipamentos à obra. Do fosso partem dois túneis. O que desabou havia sido inaugurado há cerca de um ano, segundo informações do governo do Estado. O acidente ampliou o buraco, que passou a ter cerca de 80 metros de diâmetro.
O Consórcio Via Amarela responsabilizou a chuva das últimas semanas pelo desabamento. O consórcio é liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado também pela OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
Neste fim de semana, o governo do Estado anunciou que o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) foi contratado para elaborar um laudo com as causas do acidente.
Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online e GABRIELA MANZINI, da Folha Online
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As equipes de resgate ainda trabalham para içar o microônibus soterrado na última sexta-feira (12) devido ao desabamento nas obras da estação Pinheiros do metrô de São Paulo, na zona oeste da cidade. Nesta segunda, as equipes removem a terra para chegar ao veículo.
Segundo o secretário da Segurança do Estado, Ronaldo Marzagão, são duas frentes de trabalho: uma para retirar a terra que deslizou no túnel que era usado para o resgate e outra por cima, para retirar um poste que estaria segurando o veículo. Depois, o microônibus deverá ser içado.
Danilo Verpa/Folha Imagem |
Bombeiros resgatam dos escombros corpo de vítima de desabamento |
A cratera deixada pelo desabamento atingiu cerca de 80 metros de diâmetro e engoliu veículos. O corpo da aposentada Abigail Rossi de Azevedo, 75, foi resgatado na madrugada desta segunda-feira. Outras seis pessoas permanecem desaparecidas nos escombros das obras da linha 4-Amarela.
O deputado estadual Simão Pedro (PT-SP) deve começar a buscar a partir do próximo dia 22 assinaturas para pedir a abertura de uma CPI focada nas obras do metrô paulista. De acordo com a assessoria do deputado, a comissão deve questionar o nível de segurança e os métodos de construção da linha do metrô, que já havia sido objeto de denúncia do Sindicato dos Metroviários.
Vítimas
O microônibus foi localizado visualmente no domingo (14), mas um deslizamento de terra impediu que as equipes chegassem até ele. Dentro do veículo estavam o motorista Reinaldo Aparecido Leite, 40, o cobrador Wescley Adriano da Silva, 22, e o funcionário público Marcio Rodrigues Alambert, 31. Há um outro desaparecido, o office-boy Cícero Augustino da Silva, 60.
Outros desaparecidos são a bacharel em direito Valéria Alves Marmit, 37, que pretendia pegar o trem na volta para casa, e o motorista de caminhão Francisco Sabino Torres, 48, que trabalhava na obra há um ano e meio.
A mãe do cobrador do microônibus, Elenilda da Silva, disse ter esperanças de encontrar o filho com vida. "Meu filho está com vida lá embaixo. Eu não preciso me desesperar, eu preciso é passar energia positiva para ele", afirmou.
Parte da equipe do Corpo de Bombeiros que trabalhou da madrugada de domingo até a madrugada desta segunda decidiu permanecer no local do desabamento após o término de seu turno. De acordo com o coronel João dos Santos, a permanência foi uma escolha dos profissionais, que estão "empenhados na busca".
Imóveis
Equipes da Defesa Civil começam nesta segunda-feira a avaliar as casas interditadas na última sexta-feira devido ao desabamento nas obras da linha 4-Amarela do metrô. No total, 55 imóveis foram interditados --três residências já foram condenadas, na rua Capri. A cratera deixada pelo acidente engoliu veículos e ao menos sete pessoas. Um corpo foi resgatado.
O início da vistoria deverá priorizar os imóveis comerciais e aqueles que estão em ruas mais afastadas do local do acidente. A expectativa é que a liberação dos imóveis ocorra em 48 horas.
Victor R. Caivano/AP |
Equipes trabalham em área de desabamento em busca de vítimas |
Moradores das três casas que já tiveram a demolição anunciada tiveram pouco tempo para retirar objetos pessoais, no fim de semana. A costureira Maria do Carmo Moreira, 72, precisou escolher o que guardar de mais importante dos 28 anos em que morou na casa número 187.
"Disseram que eu só podia pegar o essencial porque não havia tempo. Peguei só alguns documentos, roupas e alguns cristais. Sentirei falta das revistas antigas e das receitas que eu deixei para trás", disse.
O Consórcio Via Amarela, responsável pelas obras, afirma que os moradores serão ressarcidos.
Desabamento
O canteiro de obras que desabou era usado como acesso de funcionários e equipamentos à obra. Do fosso partem dois túneis. O que desabou havia sido inaugurado há cerca de um ano, segundo informações do governo do Estado. O acidente ampliou o buraco, que passou a ter cerca de 80 metros de diâmetro.
O Consórcio Via Amarela responsabilizou a chuva das últimas semanas pelo desabamento. O consórcio é liderado pela Odebrecht, a maior construtora do país, e integrado também pela OAS, Queiroz Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez.
Neste fim de semana, o governo do Estado anunciou que o IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) foi contratado para elaborar um laudo com as causas do acidente.
Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online e GABRIELA MANZINI, da Folha Online
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