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17/01/2007
-
09h19
AFRA BALAZINA
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
da Folha de S.Paulo
O Consórcio Via Amarela ignorou uma recomendação de estudo contratado pelo Metrô que indicava a necessidade de montar um plano para alertar moradores, empresas e concessionárias de serviços públicos quando houvesse riscos de acidentes nas obras. A recomendação faz parte do RAP (Relatório Ambiental Preliminar) realizado pelo Metrô para a obtenção da licença para as obras da linha 4-amarela.
Durante a obra, segundo o relatório, é preciso, se necessário, elaborar um "plano de comunicação social para informar sobre eventuais riscos e/ou danos que possam afetar as edificações lindeiras". O documento diz especificamente que essas providências deveriam ser tomadas quando há recalques (afundamentos), como ocorreu na obra da estação Pinheiros na véspera do acidente.
Um plano para isolar e esvaziar as áreas afetadas por obras do metrô, afirma o coordenador-geral da Defesa Civil na cidade de São Paulo, coronel Jair Paca de Lima, poderia retirar rapidamente moradores e interditar ruas próximas às obras.
Moradores ouvidos pela Folha disseram que foram pegos de surpresa pelo acidente e que desconheciam os riscos de haver desabamento.
"Foi uma lição, é algo em que deveremos pensar", disse o coronel. Quando existe o chamado plano de contingência, as empresas ou órgãos públicos preparam as pessoas para evacuar o local, como ocorre em países em que há terremotos.
Ao contrário do que ocorre com as obras, as estações do metrô contam com um plano de retirada de passageiros.
No dia do deslizamento, os operários que trabalhavam na obra, ao perceberem que a terra se deslocava, saíram às pressas.
Segundo o depoimento de um funcionário à Folha, após o grupo deixar o buraco, passaram-se pelo menos 20 minutos antes do deslizamento.
Porém, apesar do risco iminente, os moradores da região não foram avisados nem houve interdição do trânsito perto da obra. Isso poderia ter evitado, por exemplo, que o microônibus soterrado estivesse naquele local na hora do acidente.
O morador Jorge Luiz Bordaz, 36, que estava em uma das casas mais próximas do desabamento, disse que só deixou a residência após ter ouvido um estrondo. Bordaz, cuja casa entrou na lista das que serão demolidas, conta que o único aviso dado aos vizinhos foi em relação às detonações.
"Nunca ninguém passou aqui para nos orientar sobre riscos de deslizamentos", disse.
O corretor de imóveis Antonio Manuel Dias Pereira, 53, confirma a versão de Bordaz. "Minha mulher saiu de casa quando sentiu a terra tremer e nem sabia o que estava acontecendo. Nunca soubemos que havia risco", declarou.
Procurado para se manifestar sobre a necessidade de um plano de contingência, o Metrô não se manifestou .
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Consórcio ignorou recomendação para ter plano de retirada dos moradores
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JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
da Folha de S.Paulo
O Consórcio Via Amarela ignorou uma recomendação de estudo contratado pelo Metrô que indicava a necessidade de montar um plano para alertar moradores, empresas e concessionárias de serviços públicos quando houvesse riscos de acidentes nas obras. A recomendação faz parte do RAP (Relatório Ambiental Preliminar) realizado pelo Metrô para a obtenção da licença para as obras da linha 4-amarela.
Durante a obra, segundo o relatório, é preciso, se necessário, elaborar um "plano de comunicação social para informar sobre eventuais riscos e/ou danos que possam afetar as edificações lindeiras". O documento diz especificamente que essas providências deveriam ser tomadas quando há recalques (afundamentos), como ocorreu na obra da estação Pinheiros na véspera do acidente.
Um plano para isolar e esvaziar as áreas afetadas por obras do metrô, afirma o coordenador-geral da Defesa Civil na cidade de São Paulo, coronel Jair Paca de Lima, poderia retirar rapidamente moradores e interditar ruas próximas às obras.
Moradores ouvidos pela Folha disseram que foram pegos de surpresa pelo acidente e que desconheciam os riscos de haver desabamento.
"Foi uma lição, é algo em que deveremos pensar", disse o coronel. Quando existe o chamado plano de contingência, as empresas ou órgãos públicos preparam as pessoas para evacuar o local, como ocorre em países em que há terremotos.
Ao contrário do que ocorre com as obras, as estações do metrô contam com um plano de retirada de passageiros.
No dia do deslizamento, os operários que trabalhavam na obra, ao perceberem que a terra se deslocava, saíram às pressas.
Segundo o depoimento de um funcionário à Folha, após o grupo deixar o buraco, passaram-se pelo menos 20 minutos antes do deslizamento.
Porém, apesar do risco iminente, os moradores da região não foram avisados nem houve interdição do trânsito perto da obra. Isso poderia ter evitado, por exemplo, que o microônibus soterrado estivesse naquele local na hora do acidente.
O morador Jorge Luiz Bordaz, 36, que estava em uma das casas mais próximas do desabamento, disse que só deixou a residência após ter ouvido um estrondo. Bordaz, cuja casa entrou na lista das que serão demolidas, conta que o único aviso dado aos vizinhos foi em relação às detonações.
"Nunca ninguém passou aqui para nos orientar sobre riscos de deslizamentos", disse.
O corretor de imóveis Antonio Manuel Dias Pereira, 53, confirma a versão de Bordaz. "Minha mulher saiu de casa quando sentiu a terra tremer e nem sabia o que estava acontecendo. Nunca soubemos que havia risco", declarou.
Procurado para se manifestar sobre a necessidade de um plano de contingência, o Metrô não se manifestou .
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