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18/01/2007 - 09h43

Imóveis vizinhos de toda a linha 4 do metrô sofrem danos com as obras

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ANDRÉ CARAMANTE
da Folha de S.Paulo

Imóveis com rachaduras nas quais é possível colocar uma mão, trincas que começam no chão das casas e vão até o teto, portas e portões que não abrem mais porque o solo está totalmente desnivelado e muita revolta.

Os problemas estruturais em casas, edifícios e estabelecimentos comerciais causados pelas obras da linha 4-amarela do metrô de São Paulo estão por todas as outras dez estações do trecho, não somente na de Pinheiros, onde ocorreu o desastre de sexta-feira.

Causados por perfurações e explosões para a escavação do túnel que ligará a estação da Vila Sônia, na zona oeste, ao bairro da Luz, no centro de São Paulo, esses problemas são exatamente os mesmos apresentados pelos moradores da região da futura estação Pinheiros nos últimos dois anos.

Rachadura é o limite

Localizada do lado oposto do rio e da marginal Pinheiros onde está a cratera, a rua Romão Gomes, no Butantã (zona oeste), é o lugar onde os moradores passaram a delimitar suas casas pelas trincas ou rachaduras abertas conforme as obras passavam por ali.

"O meu muro vai até aquela rachadura ali, ó", diz a supervisora de ensino Yolanda Viana, 71, ao apontar um dos vários problemas causados pelas explosões para a continuação do túnel que passou por baixo do rio Pinheiros e seguiu para a futura estação Butantã.

Vizinho de Yolanda, que já obrigou as construtoras da linha 4 a bancar algumas pequenas reformas na sua casa, o corretor de imóveis Massoud Gebara, 77, está conformado. "Esse é o preço pago pelo progresso", diz ele, ao lado de uma fenda no muro que sustenta o portão de sua casa, referência quando o assunto é o estrago causado pelas obras do metrô.

Conversa pela rachadura

Do outro lado da rua onde Gebara mora, fica a Emei (escola municipal) Monte Castelo e seus muros tortos, "estilo balança, mas não cai", segundo a vizinhança. No mesmo quarteirão, o vendedor Bruno Ferrara Juliano, 25, vive preocupado com a segurança dos avós, ambos de 83 anos.

No ano passado, "quando a casa estava para cair mesmo", Juliano e os avós moraram três meses no mesmo hotel que hoje hospeda parte das famílias desabrigadas com a tragédia na futura estação Pinheiros. A casa precisou ser reforçada pelo Metrô. Na semana que vem, segundo a programação da companhia, Juliano e os avós deixarão o lugar novamente, "para mais reparos", diz.

Na ponta da linha onde ficará a estação e o pátio de trens da Vila Sônia, a advogada Ana Lúcia Delázari, 35, conversa com a vizinha através de uma rachadura aberta na parede de sua casa, onde vive com medo.

Outro lado

O presidente da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), Luiz Carlos Frayze David, foi procurado na tarde de ontem para se pronunciar sobre os problemas constatados nos imóveis vizinhos das obras da linha 4-amarela, mas não atendeu ao pedido de entrevista.

No e-mail enviado à assessoria de imprensa do Metrô com o pedido de pronunciamento de David, a Folha também levantou a hipótese de que ele indicasse outro funcionário da companhia para responder aos questionamentos sobre problemas estruturais nos imóveis.
Até a noite de ontem, ninguém havia sido designado.

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