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24/01/2007 - 15h57

Júri de traficante acusado de incendiar ônibus deve acabar amanhã

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da Folha Online

Começou no final da manhã desta quarta-feira o novo júri do traficante Anderson Gonçalves dos Santos, o Lorde, acusado de ter ordenado o ataque ao ônibus da linha 350 (Passeio-Irajá) que causou a morte de cinco pessoas --sendo um bebê--, em 2005, no Rio. A sentença só deverá sair na manhã de quinta (25). No primeiro júri, ocorrido em novembro passado, ele foi condenado pelo 2º Tribunal do Júri a 444 anos e seis meses de prisão.

Desde a manhã, Lorde foi interrogado e peças do processo selecionadas pelo Ministério Público e pela defesa foram lidas. Dezesseis testemunhas serão ouvidas, no total.

Segundo o promotor de Justiça Riscalla Abdenur, Lorde encomendou o incêndio em protesto à morte de um de seus comparsas, conhecido como Ciborg. Ele teria sido avisado sobre a morte de Ciborg por Beto, na época era presidente da Associação de Moradores da Vila Periqui, região na qual Lorde comandava o tráfico de drogas.

Para a defesa de Lorde, ele não pode ser responsabilizados pelas mortes porque deu uma ordem para que um ônibus fosse incendiado, e não para que passageiros fossem mortos; e porque, no momento do crime, estava "em um churrasco a 2 km de distância do local".

De acordo com a legislação brasileira, todo réu condenado a mais de 20 anos de prisão por um júri popular tem direito de requerer um novo júri.

Outros réus

Em novembro de 2006, Alberto Maia da Silva, o Beto, acusado de ter avisado Lorde sobre a morte de Ciborg, foi condenado a 309 anos e cinco meses de prisão. Ele deverá cumprir 30 anos de prisão, pena máxima permitida pela legislação brasileira.

Um mês depois, Sheila Messias Nogueira, acusada de ter parado o ônibus atacado e impedido os passageiros de fugir, foi condenada a 19 anos e nove meses de prisão por uma das mortes e absolvida pelas outras quatro.

O quarto réu no processo, Cristiano Dutra Medeiros, ainda não foi julgado, porque recorre da sentença de pronúncia, que determina os crimes imputados aos réus.

Crime

No dia 29 de novembro de 2005, o ônibus foi invadido por criminosos que espalharam gasolina pelos bancos e atearam fogo. Eles ainda bloquearam as portas e impediram que os ocupantes do ônibus descessem. Cinco pessoas morreram carbonizadas.

O crime causou grande revolta, inclusive entre outros traficantes. Em represália ao crime, o grupo criminoso CVRL (Comando Vermelho Rogério Lemgruber) matou quatro homens, dos quais dois foram reconhecidos por ocupantes do ônibus incendiado como autores do ataque.

Os corpos foram achados num carro, dois dias depois do ataque. O recado deixado pelos assassinos ao lado dos cadáveres fazia referência a Lorde: "Tá aí os que queimaram o ônibus. Nós do CVRL [grupo criminoso] não aceitamos ato de terrorismo. CVRL lado certo da vida errada. Fé em Deus. Só falta o safado do pela-saco do Lorde [sic]"

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