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23/02/2007
-
19h30
da Folha Online
O protesto iniciado na última quarta-feira (21) por presos continua nesta sexta em diferentes unidades do Estado de São Paulo. O movimento, chamado por eles de greve branca, atingiu 80 das 144 unidades do Estado. Nesta sexta, a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) afastou o diretor da penitenciária José Parada Neto, de Guarulhos (região metropolitana), Antonio Samuel de Oliveira Filho.
A secretaria afirma que o afastamento é necessário "para apuração das condições e circunstâncias em que ocorreu o transporte do preso Law Kin Chong à Santa Casa de Misericórdia", no último dia 19. Apontado como um dos maiores contrabandistas do país, ele teria sido autorizado a deixar a unidade para visitar o pai, que está internado.
Os demais presos teriam se revoltado em razão de o prisioneiro ter ido ao hospital, escoltado por mais de dez PMs, dentro de uma ambulância e não em um carro especial para transportar detentos. O fato teria sido o motivo do protesto dos presos, que se recusam a sair para audiências e para o trabalho.
Na versão dos funcionários, os presos afirmam que houve privilégio a Law. Isso porque, muitas vezes, presos doentes deixam de ser removidos das penitenciárias onde estão porque a Administração Penitenciária alega falta de condições de segurança para retirá-los dos presídios.
Outra possibilidade para a chamada greve branca é a suspeita de maus-tratos na penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo) --unidade que abriga integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
No último dia 6, uma vistoria foi feita na unidade e alguns presos foram trocados de cela. Dois deles, Gegê do Mangue e Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, ambos ligados à facção, se recusaram a deixar suas celas e houve um tumulto. Segundo a secretaria, vidros foram quebrados. Na ocasião, 13 porções de maconha, quatro celulares e chips foram apreendidos na unidade. A SAP afirma desconhecer a denúncia de maus-tratos e informou que o Ministério Público investiga a denúncia.
Cícero Santos, presidente do Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo) afirmou que os agentes penitenciários estão relacionando os presos que se recusam a receber atendimento. "Eles [os presos] estão com essa estratégia para sensibilizarem a opinião pública para, futuramente, justificarem ações violentas", afirmou Santos.
Nesta sexta, a SAP não divulgou novo balanço sobre o número de unidades atingidas pelo protesto, apesar de informar que o movimento acabou em algumas. Por meio da assessoria de imprensa, a secretaria informou que as visitas estão mantidas nas unidades durante o fim de semana, e que, apesar da manifestação dos presos, a situação é normal nas prisões.
Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online e Folha de S.Paulo
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O protesto iniciado na última quarta-feira (21) por presos continua nesta sexta em diferentes unidades do Estado de São Paulo. O movimento, chamado por eles de greve branca, atingiu 80 das 144 unidades do Estado. Nesta sexta, a SAP (Secretaria de Administração Penitenciária) afastou o diretor da penitenciária José Parada Neto, de Guarulhos (região metropolitana), Antonio Samuel de Oliveira Filho.
A secretaria afirma que o afastamento é necessário "para apuração das condições e circunstâncias em que ocorreu o transporte do preso Law Kin Chong à Santa Casa de Misericórdia", no último dia 19. Apontado como um dos maiores contrabandistas do país, ele teria sido autorizado a deixar a unidade para visitar o pai, que está internado.
Os demais presos teriam se revoltado em razão de o prisioneiro ter ido ao hospital, escoltado por mais de dez PMs, dentro de uma ambulância e não em um carro especial para transportar detentos. O fato teria sido o motivo do protesto dos presos, que se recusam a sair para audiências e para o trabalho.
Na versão dos funcionários, os presos afirmam que houve privilégio a Law. Isso porque, muitas vezes, presos doentes deixam de ser removidos das penitenciárias onde estão porque a Administração Penitenciária alega falta de condições de segurança para retirá-los dos presídios.
Outra possibilidade para a chamada greve branca é a suspeita de maus-tratos na penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo) --unidade que abriga integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
No último dia 6, uma vistoria foi feita na unidade e alguns presos foram trocados de cela. Dois deles, Gegê do Mangue e Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, ambos ligados à facção, se recusaram a deixar suas celas e houve um tumulto. Segundo a secretaria, vidros foram quebrados. Na ocasião, 13 porções de maconha, quatro celulares e chips foram apreendidos na unidade. A SAP afirma desconhecer a denúncia de maus-tratos e informou que o Ministério Público investiga a denúncia.
Cícero Santos, presidente do Sindasp (Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo) afirmou que os agentes penitenciários estão relacionando os presos que se recusam a receber atendimento. "Eles [os presos] estão com essa estratégia para sensibilizarem a opinião pública para, futuramente, justificarem ações violentas", afirmou Santos.
Nesta sexta, a SAP não divulgou novo balanço sobre o número de unidades atingidas pelo protesto, apesar de informar que o movimento acabou em algumas. Por meio da assessoria de imprensa, a secretaria informou que as visitas estão mantidas nas unidades durante o fim de semana, e que, apesar da manifestação dos presos, a situação é normal nas prisões.
Com LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online e Folha de S.Paulo
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