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08/03/2007 - 09h50

Mulher em posto de comando ainda é uma exceção, apontam especialistas

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DANIELA TÓFOLI
da Folha de S.Paulo

Cento e cinqüenta anos depois de 129 operárias morrerem queimadas pela polícia em uma fábrica têxtil de Nova York ao reivindicarem redução na jornada de trabalho e direito à licença-maternidade, tornando-se um dos símbolos do movimento feminista, as mulheres ainda comemoram quando alguém do mesmo sexo chega ao poder.

Michelle Bachelet na presidência do Chile; Drew Gilpin Faust na reitoria de Harvard; Angela Merkel à frente da chancelaria alemã; Ellen Johnson Sirleaf no comando da Libéria; Dilma Rousseff no ministério da Casa Civil; Ellen Gracie na presidência do STF (Supremo Tribunal Federal); Suely Vilela na reitoria da USP são pioneiras nos cargos que assumiram dentro de seus países e se tornaram aplaudidas. Mas ainda são raridade.

A maior parte dos principais postos no mundo político, econômico, empresarial e acadêmico continua sendo dos homens. À frente de uma pesquisa na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), a professora do Instituto de Geociências Sandra de Negraes Brisolla tem números que dimensionam essa diferença. Em 2004, afirma, havia 354 professores-doutores homens na universidade e 307 mulheres. Ou seja, um número quase equilibrado nesse cargo, considerado inicial dentro de uma instituição acadêmica. Já entre os professores titulares, cargo de ponta, havia 207 homens e apenas 57 mulheres. "Conforme o cargo vai aumentando, a participação das mulheres, infelizmente, vai diminuindo."

O mundo acadêmico é uma das áreas perversas com as mulheres. Tanto que só em 2005 a USP (Universidade de São Paulo), maior universidade pública da América Latina, teve sua primeira reitora. Também é só agora que uma mulher assumirá o mesmo cargo em Harvard, uma das mais importantes universidades no mundo.

A conquista de Drew Faust soou como um tapa com luva de pelica no reitor anterior, Larry Summers, que havia comprado uma briga com as feministas ao dizer, em 2005, que as mulheres eram menos aptas que os homens para as carreiras em ciências naturais.

No mundo político, a vida para as mulheres também não é das mais fáceis. Dilma Rousseff é a ministra mais poderosa do governo Lula, mas no último pleito, realizado em outubro do ano passado, foram eleitas apenas três governadoras e quatro senadoras. Na Câmara Federal, elas conquistaram só 46 das 513 cadeiras.

A mesma situação se repete no exterior. A primeira presidente do Chile, Michelle Bachelet, assumiu em março do ano passado. Na África, Ellen Johnson Sirleaf se tornou a primeira presidente do continente ao assumir o comando da Libéria em janeiro de 2006.

Na Alemanha, Angela Merkel, considerada hoje a mulher mais poderosa do mundo, tornou-se a primeira representante do sexo feminino a ocupar a chancelaria alemã em 2005. Nos EUA, Hillary Clinton é pré-candidata democrata à presidência. São exceções.

Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas da Mulher da UnB (Universidade de Brasília), Lourdes Bandeira, afirma que dados da Organização Internacional do Trabalho mostram que, no setor público, as mulheres ocupam 51% dos postos de trabalho iniciais. Já os postos de comando são ocupados por 13% de mulheres. "Uma mulher em cargo de chefia ainda é vista como exceção."

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