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Ministério Público diminui acusação contra dois presos por morte de João Hélio
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da Folha de S.Paulo, no Rio
O Ministério Público do Rio atenuou a acusação contra duas das cinco pessoas presas no episódio da morte do menino João Hélio Vieites. Caso a Justiça concorde com a argumentação da Promotoria, eles não serão processados por latrocínio (roubo seguido de morte).
João Hélio morreu na noite do dia 7 de fevereiro deste ano, na zona norte carioca. Tinha seis anos. Foi arrastado por 7 km do lado de fora do carro da mãe, Rosa Cristina, que acabara de ser assaltada por criminosos armados. Preso ao cinto de segurança, o menino não conseguiu descer do carro.
As investigações da polícia levaram à prisão de quatro adultos e de um menor de 18 anos, supostos responsáveis pelo crime. O adolescente já está cumprindo medida socioeducativa decretada pela Justiça. Ele poderá ficar internado de um a três anos.
Com base nos depoimentos dos acusados e no inquérito da Polícia Civil, o promotor José Luís Ferreira Marques concluiu que Tiago de Abreu Matos e Carlos Roberto da Silva não estavam dentro do carro, logo não poderiam ser responsabilizados pela morte da criança.
Como estiveram no local onde o carro foi roubado, contribuindo com a ação criminosa, Matos e Silva continuarão respondendo pelos crimes de roubo com emprego de arma e por formação de quadrilha armada, caso prevaleça na Justiça a intenção da promotoria.
Se condenados, eles poderão pegar até 18 anos de prisão, contra a estimativa de 30 anos caso fossem também processados por latrocínio. Para o Ministério Público, esse crime só foi praticado pelo menor de idade, por Diego Nascimento da Silva e Carlos Eduardo Toledo Lima, também presos.
Caberá à juíza Marcela Assad Karam, titular da 1ª Vara Criminal de Madureira (zona norte), avaliar a mudança processual sugerida pelo Ministério Público Estadual.
Família
Representante da família da vítima no processo, o advogado Gilberto Fonseca afirmou concordar com a conclusão da promotoria.
"Eles não participaram do arrastamento da criança. Não seria justo enquadrar os elementos nesse registro [latrocínio]. Os outros participaram diretamente", disse Fonseca.
Os pais de João Hélio, Elson Vieites e Rosa Cristina, foram informados da proposta do Ministério Público apresentada à Justiça. "Eles concordaram, não querem cometer injustiças. A verdade é essa", afirmou o advogado.
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