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Comissão de Ética vai discutir gesto obsceno feito por assessor de Lula
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RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília
A Comissão de Ética Pública, vinculada à Presidência da República, vai discutir os gestos obscenos feitos por Marco Aurélio Garcia, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O órgão não tem poderes punitivos, mas faz recomendações sobre a posição a ser assumida pelos servidores federais. As imagens já estão na internet, na página do site YouTube.
De acordo com a comissão, há um conjunto de regras contidas no Código de Alta Conduta da Administração Federal que devem ser seguidas pelas autoridades federais. No dia 30, o assunto está previsto para ser colocado em pauta.
Garcia foi flagrado ontem fazendo um gesto obsceno dando a entender que comemorava a suspeita de o Airbus-A320 da TAM ter apresentado um defeito mecânico antes de ocorrer o acidente em Congonhas. A informação sobre a falha na aeronave foi divulgada pelo "Jornal Nacional" e o ministro assistia à reportagem.
A imagem dele e do auxiliar Bruno Gaspar aparentemente comemorando a informação foi feita por um cinegrafista da TV Globo, que captou a cena da parte de baixo do Palácio do Planalto --aproveitando que Garcia e Gaspar estavam com a janela da sala aberta.
O presidente da Comissão de Ética Pública é o ex-ministro Marcílio Marques Moreira. Também integram o órgão Fernando Neves, ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), além dos advogados Hermann Assis, José Ernanne Pinheiro e Roberto Figueiredo Caldas.
A Comissão de Ética Pública foi criada em 1999 para assessorar o presidente da República e propor sugestões à conduta de autoridades. Sem poderes para punir, o órgão já avaliou outras denúncias de suspeitas de desrespeito às normas de conduta da administração pública, como quando houve a acusação envolvendo o ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que supostamente estaria envolvido no episódio da quebra ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Costa.
A comissão também avaliou os comportamentos dos ex-ministros Antonio Palocci (Fazenda) e Agnelo Queiroz (Esporte) --que teriam sido beneficiados com o recebimento de transporte e presentes de particulares, no período em que exerciam cargos públicos.
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