Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
20/09/2007 - 07h57

Metrô agora vê falha primária em desencontro de túneis

Publicidade

ALENCAR IZIDORO
da Folha de S.Paulo

O Metrô de São Paulo criticou ontem, por meio de nota, o que agora considera ser uma falha "incompatível com o estágio atual da engenharia" o desencontro de túneis durante a execução da obra linha 4-amarela (Luz-Vila Sônia), conforme revelou ontem a Folha.

Em comunicado à imprensa, a companhia considerou primária a existência do desalinhamento de 80 cm entre as duas frentes de escavação.

A empresa também indicou, de maneira ambígua, a possibilidade de alguma punição ao Consórcio Via Amarela, responsável pela obra, embora não tenha detalhado qual.

O Metrô informou que "todas as providências cabíveis" serão tomadas depois de receber os esclarecimentos solicitados às empreiteiras e que haverá a "responsabilização do consórcio, nos termos do contrato, assim como toda e qualquer falha de execução na obra demandará a aplicação [...] de medidas previstas em lei".

O problema ocorreu no último dia 10, em um ponto que deveria ser a conexão dos túneis Caxingui/Três Poderes.

O Metrô fala em um desencontro lateral de 80 cm entre as duas frentes de escavação, enquanto trabalhadores da obra chegaram a citar 1,5 m.

Especialistas dizem que parâmetros aceitáveis nesse caso seriam de até 10 cm -para alguns, até menos.
O engenheiro Luiz Célio Bottura, ex-presidente da Dersa e especialista em trabalhos topográficos, considerou ontem a informação "estarrecedora".

"É algo incompatível até na engenharia primária. Os equipamentos de hoje são de precisão milimétrica. Você se organiza para uma diferença de até uns 0,5 cm", afirma Bottura.

O engenheiro considera que a falha põe em xeque a atividade topográfica da linha 4. Ele afirma que a abertura da cratera na estação Pinheiros em janeiro, que deixou sete mortos, foi precedida de um rebaixamento do nível do terreno. "O erro lá, em tese, pode ter sido também topográfico, na falta de detecção do rebaixamento do terreno", avalia.

A opinião predominante de especialistas foi a de que se trata de uma falha incomum e de nível mediano. Um deles avaliou ser uma "barbeiragem". O tom da nota do Metrô foi diferente do dia anterior, quando se limitou a relatar a ocorrência. Mas a falha foi minimizada pelo governador em exercício, Alberto Goldman (PSDB). O titular, José Serra (PSDB), está em viagem.

"Não chega a ser um acidente, não vai interferir no cronograma. Não sei detalhar os termos do contrato, só ele vai dizer se haverá punições", diz Goldman, para quem a situação "não preocupa".

O Ministério Público Estadual vai pedir uma "auditoria no local" ao IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) "para que se verifique a adequação do controle executivo da obra".

O sindicato dos metroviários pediu rompimento contratual. "A obra não está sendo conduzida com a devida responsabilidade", disse Manuel Xavier Lemos Filho, diretor da entidade.

O custo da obra é de R$ 2 bilhões. As construtoras reivindicam mais R$ 180 milhões.

Colaborou CATIA SEABRA

Acompanhe as notícias da Folha Online em seu celular: digite wap.folha.com.br.

 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página