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Polícia diz que empresária "aperfeiçoou tortura" e investiga 5 vítimas em GO
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SEBASTIÃO MONTALVÃO
Colaboração para a Agência Folha, em Goiânia
FELIPE BÄCHTOLD
da Agência Folha
A Polícia Civil de Goiás diz que trabalha com a hipótese de a mulher suspeita de torturar uma garota de 12 anos em Goiânia ter feito anteriormente outras quatro vítimas.
A delegada Adriana Accorsi afirma também que a investigada, Sílvia Calabresi Lima, 41, "aperfeiçoou" modos de tortura ao longo do tempo. Ela está presa desde segunda-feira, quando a menina foi encontrada por policiais amarrada no apartamento dela.
Outras duas supostas vítimas de Lima já foram ouvidas: uma jovem de 21 anos que morou com a suspeita na adolescência e uma menina que hoje tem 11 anos e viveu na casa quando tinha cinco.
A polícia diz ter recebido informações sobre uma outra menina, da cidade de Adelândia (GO), que ficou cerca de seis meses na casa da investigada. A empregada dela, Vanice Novaes, que também está presa, disse em depoimento que outra garota viveu com a suspeita. Mas a jovem não foi localizada pela polícia.
Vanice tem uma filha de cinco meses que, segundo a defesa da empregada, também vivia no apartamento. A advogada dela, Rosângela Vieira, diz que não há como dizer se o bebê sofreu agressões na casa.
A delegada diz que a mulher suspeita vinha aumentando a agressividade da tortura. "Ela foi evoluindo na gravidade das agressões. Uma marca típica de quem pratica crimes em série." Segundo a polícia, a investigada poderia ter matado a garota de 12 ano no sábado passado. "Com sacos plásticos, ela asfixiou a menina até que desmaiasse. Por muito pouco ela não morreu", diz a delegada.
O Ministério Público do Trabalho também pode denunciar a mulher investigada por exploração de trabalho infantil. A menina, cujos pais moram no interior do Estado, está sob a tutela da Justiça.
O advogado da suspeita, Darlan Alves Ferreira, diz que ela negou maus-tratos a outras jovens. Segundo ele, Lima atribuiu à empregada doméstica as agressões à garota de 12 anos. Mas disse, segundo ele, que pode ter cometido agressões "mais leves" contra a menina. Ferreira pretende pedir um exame psiquiátrico para a suspeita e diz temer pela segurança dela na prisão.
A advogada de Vanice Novaes nega qualquer responsabilidade da empregada sobre as agressões. "Ela é tão vítima quanto a menina", diz.
Segundo a defesa da empregada, ela era ameaçada por Lima, não tinha permissão para sair do local e vivia em "condições degradantes".
Anteontem, o marido da mulher suspeita, o engenheiro Marco Antônio Calabresi Lima, prestou depoimento e disse desconhecer as agressões. Ele falou que viajava muito e era "ausente na casa".
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