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17/05/2008 - 08h48

Procuradoria apura menções a esquadrão da morte no Orkut

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da Agência Folha

O Ministério Público Federal no Espírito Santo quer a retirada de comunidades virtuais do site de relacionamentos Orkut que reproduzam símbolos, emblemas e slogans de uma organização que é suspeita de atuar como esquadrão da morte, a Scuderie Le Cocq.

Registrada na década de 1980 no Espírito Santo como uma instituição filantrópica, a Le Cocq foi acusada de ser uma entidade paramilitar que agia como um grupo de extermínio.

A organização começou a ser investigada no Estado em 1991, depois que ocorreram assassinatos de crianças de rua.

O pedido feito pelo Ministério Público Federal, e que foi enviado ontem à Justiça, afirma que o Google Brasil --que é responsável pelo site Orkut-- tem o "dever jurídico de cumprir sentença que, em novembro de 2004, proibiu a utilização dos símbolos e dos slogans da entidade".

Mesmo com a proibição, é possível encontrar em páginas do Orkut comunidades que fazem apologia à Le Cocq, de acordo com o Ministério Público Federal.

Na página, há citações "típicas" da Scuderie Le Cocq. "Bandido bom é bandido morto" é um exemplo delas.

O Ministério Público Federal também solicitou a retirada de qualquer alusão à Scuderie Le Cocq de uma antiga sede da entidade, localizada no município de Serra (região metropolitana de Vitória).

No imóvel, que atualmente está abandonado, há placas e pinturas da organização.

Extinção

A ação que resultou na extinção da Scuderie Le Cocq, ajuizada pelo Ministério Público Federal em 1996, dizia que a entidade agia como "personificação jurídica do crime organizado e como quartel de grupos paramilitares de extermínio de supostos delinqüentes".

Ainda de acordo com o Ministério Público, a Le Cocq "assumia abertamente uma origem policial e intervinha na apuração dos crimes cometidos por seus membros".

O símbolo da Scuderie é formado por um crânio humano sobre dois ossos cruzados e pelas letras "E" e "M", suposta abreviação para a expressão esquadrão da morte.

A reportagem não conseguiu entrar em contato com o Google Brasil ontem.

 

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