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Pais encontram faxineira que localizou recém-nascida dada como morta em SP
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GABRIELA GASPARIN
do Agora
O encontro entre a faxineira que viu a recém-nascida Geovanna Vida Alves Goes se mexer depois de dada como morta pelos médicos do Hospital Leonor Mendes de Barros, no último dia 2, e os pais da criança aconteceu ontem em São Paulo com muito choro, abraços, revelações, agradecimentos e, aliás, cinco dias atrasado --desde quando souberam do "milagre", os pais procuravam, sem sucesso, a faxineira.
Depois de tanto procurarem, a mãe de Geovanna Vida, Renata Alves de Oliveira, 32, e o pai, o motorista desempregado, Alexandre Vieira Goes, 32, acabaram se encontrando por acaso com a faxineira, Maria Cleide Corrêa, 50.
Quando ambos saíram do hospital na tarde de ontem, após saberem que a filha estava bem e havia tomado o primeiro banho, resolveram passar na delegacia para falar com o delegado que cuida do caso, André Pimentel.
"Ao chegar lá, percebi que o ambiente estava um pouco estranho. Foi quando perguntei para o delegado sobre a faxineira. Ele fez um olhar diferente. Falei "ela está aqui, né, doutor?', e ele disse que sim", revelou Renata.
Minutos depois, por volta das 16h, a reunião da qual os pais chegaram a duvidar que um dia aconteceria, tornava-se realidade. "Quando eu vi aquela mulher foi tudo de bom", disse Renata. Todos se emocionaram e começaram a chorar, contou a mãe, que acrescentou que tanto ela, quanto sua mãe, a cozinheira Sandra Maria de Oliveira, 53 anos, e o pai abraçaram e agradeceram Maria Cleide. "Eu abracei ela e senti ela tremendo de tanta emoção."
De acordo com Renata, Maria Cleide, que tem problemas de audição, confirmou toda a história que já tinha sido contada sobre ela ter visto o bebê se mexendo em uma sala do hospital onde esperava, como morto, ser levado para o IML.
A faxineira disse à Renata que sabia o tempo todo quem eram os pais e que ambas já haviam se encontrado pelo menos três vezes: minutos após o parto, quando Maria Cleide passou para limpar a sala; no dia seguinte, no hospital, e ainda uma outra vez, quando ambos foram à UTI visitar a criança. "Ela é uma pessoa muito humilde e tímida. Disse que não nos procurou para evitar maiores repercussões", explicou.
A dona-de-casa afirmou que encontrou em Maria Cleide uma nova amiga. Segundo ela, ambas pretendem se encontrar mais vezes.
Além da faxineira, que não quis dar entrevistas e saiu em um carro de dentro da delegacia, o delegado André Pimentel afirmou ontem que já ouviu oito pessoas, mas que ainda faltam algumas a serem ouvidas.
Segundo Pimentel, os dois médicos responsáveis pelo parto já foram ouvidos. Um deles é um obstetra experiente e, a outra, uma médica residente, que estava sendo orientada pelo superior. Os depoimentos passarão por análise da junta médica legal.
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