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11/09/2002
-
19h03
Editor-chefe da Folha Online
LÍVIA MARRA
da Folha Online
A colaboração entre presos ligados às facções Terceiro Comando (TC) e ADA (Amigos dos Amigos) e policiais e promotores pode ter motivado a chacina no presídio Bangu 1, nesta quarta-feira. Segundo a polícia há seis mortos. A matança foi liderada por integrantes do Comando Vermelho _rivais do TC e da ADA.
A Folha Online ouviu nesta quarta-feira um ex-membro da PF no Rio. Ele não pode ser identificado por questões de segurança. Ele afirma que a chacina ocorreu porque Fernandinho Beira-Mar descobriu que seus inimigos, dentro de Bangu 1, estariam ajudando a polícia a grampear suas ligações telefônicas _prejudicando seus negócios.
Autoridades não se pronunciam
Procurada pela reportagem, a Secretaria da Segurança Pública do Rio disse não poder confirmar a informação de que a rebelião tenha sido motivada pelos supostos "informantes". A assessoria de imprensa do Ministério Público também disse não poder confirmar a informação.
Cabe lembrar que, mesmo se for confirmada a ajuda de presos à polícia e à promotoria, essa colaboração não é considerada ilegal.
Somente o uso de detentos em operações policiais, que prevêem a saída do presídio, é considerado inconstitucional. A Constituição só prevê a infiltração de agentes públicos nesses casos.
Em São Paulo, essas operações são alvo de investigações e vinham sendo feitas pelo Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância), da polícia.
Beira-Mar e a chacina
Mais de 1.000 horas de conversas de Beira-Mar e membros de seu grupo já foram transcritas pelo Ministério Público este ano. Conversas telefônicas divulgadas na semana passada mostram o traficante Beira-Mar comandando assassinatos, tráfico de drogas e compra de armas do interior do presídio Bangu 1.
Segundo o Ministério Público, as gravações foram feitas entre 19h18 e 23h45 de 27 de julho. As mortes ocorreram por volta das 22h30. Na ocasião, Beira-Mar fez 24 ligações por celular dentro de Bangu 1.
Em depoimento à Justiça do Rio, o traficante negou que a voz seja sua.
Meses atrás, os grampos revelaram ainda que traficantes ligados a Beira-Mar negociaram a compra de um míssel Stinger.
Chacina desta quarta-feira
Hoje, o tumulto começou por volta das 8h30, depois que presos atacaram as facções rivais.
Os mortos seriam o traficante Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, que morreu carbonizado, Wanderley Soares, o Orelha, Carlos Alberto da Costa, o Robertinho do Adeus, e um quarto preso ainda não identificado. Os traficantes Celsinho da Vila Vintém e Marcelo Lucas da Silva, o Café, teriam ficado feridos.
Até a publicação desta reportagem, oito reféns amarrados a grades onde foram colocados dois botijões de gás.
Os presos fizeram duas reivindicações à cúpula da Segurança Pública do Rio: eles querem a garantia de que não haverá agressões físicas aos presos após o motim e também pedem a não transferência de presídio.
Leia mais:
Entenda as denúncias de recrutamento de presos pela polícia de SP
"Grampos" em Beira-Mar podem ser causa da chacina em Bangu 1
RICARDO FELTRINEditor-chefe da Folha Online
LÍVIA MARRA
da Folha Online
A colaboração entre presos ligados às facções Terceiro Comando (TC) e ADA (Amigos dos Amigos) e policiais e promotores pode ter motivado a chacina no presídio Bangu 1, nesta quarta-feira. Segundo a polícia há seis mortos. A matança foi liderada por integrantes do Comando Vermelho _rivais do TC e da ADA.
A Folha Online ouviu nesta quarta-feira um ex-membro da PF no Rio. Ele não pode ser identificado por questões de segurança. Ele afirma que a chacina ocorreu porque Fernandinho Beira-Mar descobriu que seus inimigos, dentro de Bangu 1, estariam ajudando a polícia a grampear suas ligações telefônicas _prejudicando seus negócios.
Autoridades não se pronunciam
Procurada pela reportagem, a Secretaria da Segurança Pública do Rio disse não poder confirmar a informação de que a rebelião tenha sido motivada pelos supostos "informantes". A assessoria de imprensa do Ministério Público também disse não poder confirmar a informação.
Cabe lembrar que, mesmo se for confirmada a ajuda de presos à polícia e à promotoria, essa colaboração não é considerada ilegal.
Somente o uso de detentos em operações policiais, que prevêem a saída do presídio, é considerado inconstitucional. A Constituição só prevê a infiltração de agentes públicos nesses casos.
Em São Paulo, essas operações são alvo de investigações e vinham sendo feitas pelo Gradi (Grupo de Repressão e Análise dos Delitos de Intolerância), da polícia.
Beira-Mar e a chacina
Mais de 1.000 horas de conversas de Beira-Mar e membros de seu grupo já foram transcritas pelo Ministério Público este ano. Conversas telefônicas divulgadas na semana passada mostram o traficante Beira-Mar comandando assassinatos, tráfico de drogas e compra de armas do interior do presídio Bangu 1.
Segundo o Ministério Público, as gravações foram feitas entre 19h18 e 23h45 de 27 de julho. As mortes ocorreram por volta das 22h30. Na ocasião, Beira-Mar fez 24 ligações por celular dentro de Bangu 1.
Em depoimento à Justiça do Rio, o traficante negou que a voz seja sua.
Meses atrás, os grampos revelaram ainda que traficantes ligados a Beira-Mar negociaram a compra de um míssel Stinger.
Chacina desta quarta-feira
Hoje, o tumulto começou por volta das 8h30, depois que presos atacaram as facções rivais.
Os mortos seriam o traficante Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, que morreu carbonizado, Wanderley Soares, o Orelha, Carlos Alberto da Costa, o Robertinho do Adeus, e um quarto preso ainda não identificado. Os traficantes Celsinho da Vila Vintém e Marcelo Lucas da Silva, o Café, teriam ficado feridos.
Até a publicação desta reportagem, oito reféns amarrados a grades onde foram colocados dois botijões de gás.
Os presos fizeram duas reivindicações à cúpula da Segurança Pública do Rio: eles querem a garantia de que não haverá agressões físicas aos presos após o motim e também pedem a não transferência de presídio.
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