Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
08/10/2002 - 13h21

Maníaco pode ter feito 12 vítimas em São Paulo e Guarulhos

MILENA BUOSI
da Folha Online

Doze mulheres, entre elas duas crianças, podem ter sido vítimas do maníaco de Guarulhos. Segundo dados levantados pela Secretaria Municipal para Assuntos de Segurança Pública de Guarulhos, oito são do município e as outras quatro, da zona norte da capital. Três mulheres estão vivas.

Em comum, elas foram estranguladas com pedaços de pano, cinta-liga e alça de bolsa. Nenhuma é negra e tem mais de 30 anos. A maioria foi atacada quando estava sozinha em casa, nunca nos finais de semana.

Na investigação, o secretário Guaracy Mingardi, que é sociólogo, reuniu informações dos boletins de ocorrência e das vítimas sobreviventes ao ataque do maníaco, que ajudaram a elaborar o retrato falado.

Em um quadro, Mingardi trabalha com nomes das vítimas, data dos crimes e a maneira como foram mortas. O maníaco, que aparenta ter entre 25 e 30 anos, tem 1,65 metro, é branco e forte. Ele não usa armas.

O assassino costuma se apresentar como funcionário público. "No entanto, já houve caso em que ele pediu um copo d'água e, em outro, que, quando a vítima abriu a porta, ele já invadiu o local e agarrou o pescoço", disse Mingardi. No caso das sobreviventes, elas desmaiaram.

Algumas vítimas foram encontradas com a saia levantada, shorts abaixados, outras estavam sem calcinha. Nem todas foram violentadas. "Uma das sobreviventes foi encontrada com a roupa abaixada. Ela desmaiou e não soube dizer se teve relação sexual."

Para Mingardi, o fato de o maníaco levar algum aparelho eletrônico das vítimas significa um tipo de "desculpa" para ele próprio. "O roubo seria uma desculpa para ele entrar, matar e não ser apresentado como maluco", disse.

A secretaria trabalha junto com o Ministério Público de Guarulhos e conta com o apoio do psicólogo Nelson de Campos Fragoso, que atua na GCM (Guarda Civil Municipal) e já trabalhou no manicômio de Franco da Rocha. Ele tenta traçar um perfil do maníaco.

Entre as características da atuação de um serial killer analisado pelo psicólogo está o fato de ele geralmente participar dos velórios das vítimas. "Estatisticamente, ele rememora o que fez, gosta de visitar sepultura, vai a velório. Existe a probabilidade de um serial killer fazer isso, para relembrar o caso, se sentir vivo e feliz", disse Mingardi, que não descarta a hipóteses de o maníaco ter comparecido em velórios de suas vítimas.

O secretário disse que não é fácil prender um serial killer, principalmente porque, no Brasil, a polícia não é especializada neste tipo de assassino. O último caso do maníaco ocorreu em 19 de agosto, no bairro Bom Clima, em Guarulhos. Ele pode voltar a atacar e, cada vez, seu crime é aperfeiçoado. "Das primeiras cinco vítimas, três sobreviveram. Depois, com exceção de uma, todas morreram."

Vejas as possíveis vítimas do maníaco:

17 de julho de 2001 - E.N.S., 24, morta em Taboão, Guarulhos.

18 de outubro de 2001 - A.A.A.T., 14, sobreviveu. O crime ocorreu na Vila Maria, em São Paulo.

26 de outubro de 2001 - V.R.S, 21, sobreviveu. O crime ocorreu na Vila Galvão, em Guarulhos.

19 de novembro de 2001 - J.R.S., 10, morreu no Jardim Eliane, em Guarulhos.

27 de novembro de 2001 - A.S.A.R., 29, sobreviveu. Foi atacada na Vila Galvão, Guarulhos.

18 de dezembro de 2001 - V.N., 17, morreu no Jaçanã, em São Paulo.

2 de maio de 2002 - E.S.L., 13, morreu em Taboão, Guarulhos.

18 de junho de 2002 - M.T.F., 20, morreu na Vila Galvão, Guarulhos

26 de junho de 2002 - M.N.S.M., 23, morreu em Taboão, Guarulhos

3 de julho de 2002 - C.T.S., 22, morreu no Tremembé, São Paulo.

22 de julho de 2002 - I.M.Q, 25, morreu no Jaçanã, São Paulo.

19 de agosto de 2002 - C.S.N., 25, morreu em Bom Clima, Guarulhos.

Leia mais:
  • Saiba o que é um serial killer

  • Professor diz ter sido confundido com maníaco e acusa polícia
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página