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23/10/2002
-
20h27
da Folha Online
A advogada Ana Maria Olivatto, ex-mulher de um dos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), foi assassinada nesta quarta-feira em sua casa, um sobrado localizado no bairro Inocoop, em Guarulhos, Grande São Paulo.
Ana foi assassinada com dois tiros na cabeça. A polícia descarta a hipótese de assalto para o crime. Ela havia passado informações para a polícia sobre possíveis ações criminosas planejadas pela facção.
"Não formulei nenhuma suspeita [para a morte da advogada] porque vou trabalhar com todas as hipóteses possíveis, menos a de assalto", afirmou o delegado Ruy Ferraz Fontes, da Delegacia de Roubo a Bancos do Deic (Departamento de Investigações Contra o Crime Organizado).
Ana, ex-mulher de Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, era uma das defensoras de Petronilha Maria de Carvalho Felício, mulher de José Márcio Felício, o Geleião, outro líder do PCC.
Petronilha foi presa no domingo (20). Conforme a polícia, grampos telefônicos apontam que ela levava "recados" do marido para outro preso coordenar ações criminosas e atentados em São Paulo.
Ana esteve no Deic na tarde desta terça-feira durante depoimento de Petronilha.
A advogada foi assassinada na garagem de sua casa. Ela iria viajar para Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), onde visitaria três presos, entre eles, Geleião.
Crise no PCC e hipóteses
Um desentendimento entre os próprios líderes da facção criminosa é uma das hipóteses levantadas pela polícia para o assassinato de Ana.
"Existe a hipótese. Parte dos integrantes [do PCC] não quer atentados ou enfrentamentos contra o poder público e outra parte quer", disse Fontes.
Na manhã de segunda-feira (21), a polícia apreendeu 30 quilos de explosivos que eram transportados em um carro roubado. O veículo foi abandonado na via Anhanguera, região de Campinas (95 km a noroeste de São Paulo).
A polícia acredita que a prisão de Petronilha, no domingo, tenha impedido o plano de Geleião, de realizar um atentado contra a Bovespa. O ataque foi descoberto através de grampos telefônicos, segundo a polícia.
Morte e tiros contra seguranças de Alckmin
Na noite desta terça-feira, criminosos atacaram a tiros dois policiais militares que faziam a escolta para Thomaz Alckmin, 19, filho mais novo do governador Geraldo Alckmin. Thomaz visitava a namorada, na rua França Pinto, região da Vila Mariana, zona sul.
Um dos seguranças, Diógenes Barbosa Paiva, 38, morreu. O outro, Adoniran Francisco dos Santos Júnior, 29, está internado.
Para a polícia, o crime pode ter sido cometido durante tentativa de assalto.
"Tudo leva a crer em assalto que não deu certo", disse o delegado Godofredo Bittencourt, diretor do Deic.
Segundo ele, o ataque não caracteriza uma das "festas" do PCC. Conforme as ligações interceptadas pela polícia, Geleião planejada um ataque por dia durante esta semana que antecede o segundo turno das eleições.
Os atentados eram tratados por "festa" na linguagem dos criminosos.
Leia mais:
Ex-mulher de líder do PCC é assassinada em Guarulhos
Saiba mais sobre o PCC, um braço armado do narcotráfico do Rio
Polícia descarta assalto como hipótese para morte de advogada do PCC
LÍVIA MARRAda Folha Online
A advogada Ana Maria Olivatto, ex-mulher de um dos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital), foi assassinada nesta quarta-feira em sua casa, um sobrado localizado no bairro Inocoop, em Guarulhos, Grande São Paulo.
Ana foi assassinada com dois tiros na cabeça. A polícia descarta a hipótese de assalto para o crime. Ela havia passado informações para a polícia sobre possíveis ações criminosas planejadas pela facção.
"Não formulei nenhuma suspeita [para a morte da advogada] porque vou trabalhar com todas as hipóteses possíveis, menos a de assalto", afirmou o delegado Ruy Ferraz Fontes, da Delegacia de Roubo a Bancos do Deic (Departamento de Investigações Contra o Crime Organizado).
Ana, ex-mulher de Marcos William Herbas Camacho, o Marcola, era uma das defensoras de Petronilha Maria de Carvalho Felício, mulher de José Márcio Felício, o Geleião, outro líder do PCC.
Petronilha foi presa no domingo (20). Conforme a polícia, grampos telefônicos apontam que ela levava "recados" do marido para outro preso coordenar ações criminosas e atentados em São Paulo.
Ana esteve no Deic na tarde desta terça-feira durante depoimento de Petronilha.
A advogada foi assassinada na garagem de sua casa. Ela iria viajar para Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), onde visitaria três presos, entre eles, Geleião.
Crise no PCC e hipóteses
Um desentendimento entre os próprios líderes da facção criminosa é uma das hipóteses levantadas pela polícia para o assassinato de Ana.
"Existe a hipótese. Parte dos integrantes [do PCC] não quer atentados ou enfrentamentos contra o poder público e outra parte quer", disse Fontes.
Na manhã de segunda-feira (21), a polícia apreendeu 30 quilos de explosivos que eram transportados em um carro roubado. O veículo foi abandonado na via Anhanguera, região de Campinas (95 km a noroeste de São Paulo).
A polícia acredita que a prisão de Petronilha, no domingo, tenha impedido o plano de Geleião, de realizar um atentado contra a Bovespa. O ataque foi descoberto através de grampos telefônicos, segundo a polícia.
Morte e tiros contra seguranças de Alckmin
Na noite desta terça-feira, criminosos atacaram a tiros dois policiais militares que faziam a escolta para Thomaz Alckmin, 19, filho mais novo do governador Geraldo Alckmin. Thomaz visitava a namorada, na rua França Pinto, região da Vila Mariana, zona sul.
Um dos seguranças, Diógenes Barbosa Paiva, 38, morreu. O outro, Adoniran Francisco dos Santos Júnior, 29, está internado.
Para a polícia, o crime pode ter sido cometido durante tentativa de assalto.
"Tudo leva a crer em assalto que não deu certo", disse o delegado Godofredo Bittencourt, diretor do Deic.
Segundo ele, o ataque não caracteriza uma das "festas" do PCC. Conforme as ligações interceptadas pela polícia, Geleião planejada um ataque por dia durante esta semana que antecede o segundo turno das eleições.
Os atentados eram tratados por "festa" na linguagem dos criminosos.
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