Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
25/01/2003 - 09h18

Polícia investiga envolvimento de desafeto em morte de rapper

GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo

A polícia investiga o eventual envolvimento de um desafeto no assassinato do rapper Mauro Mateus dos Santos, o Sabotage. Ele morreu ontem com quatro tiros em uma rua da zona sul de São Paulo.

Compositor da maioria das músicas da trilha do filme "O Invasor", Sabotage foi encontrado caído na calçada.

F. Cerchiari/Folha Imagem

O rapper Sabotage, morto nesta madrugada em SP;
veja galeria de fotos

Ele foi atacado às 5h50 na avenida Professor Abraão de Moraes depois de deixar a mulher, a auxiliar de cozinha Maria Dalva da Rocha Viana, 28, no trabalho, em uma concessionária no Bosque da Saúde, na zona sul.

A polícia encontrou o rapper caído, ainda com vida, a 200 metros da concessionária. Ele foi levado ao Hospital São Paulo, na zona sul, mas não resistiu e morreu às 11h25 de ontem.

Os tiros atingiram o ouvido, a boca e a coluna cervical do músico. Três cápsulas deflagradas -provavelmente de uma pistola 380 milímetros- foram encontradas no local. Ao lado do corpo, foi achada uma máscara preta, do tipo da usada por motociclistas. O material foi encaminhado ao Instituto de Criminalística.

Como não tinha carro, Sabotage costumava levar a mulher ao trabalho de ônibus ou de lotação, segundo Fábio Lomonaco, assessor de imprensa da YBrazil, gravadora responsável pelo CD da trilha do filme "O Invasor".

Lomonaco calcula que o rapper, que morava na favela do Canão, no Jardim da Saúde (zona sul), retornava para pegar a condução quando foi atacado. "Ele era uma pessoa muito pacífica. Estamos todos chocados."

A mulher de Sabotage, que chegou a ser atendida no hospital após saber da morte do marido, disse à polícia desconhecer qualquer desavença ou ameaça recente que justificasse o ataque. Mas Maria Dalva informou que o músico "teve algumas brigas três ou quatro anos atrás".

Uma das informações que está sendo investigada é que um antigo desafeto do rapper teria saído da cadeia há alguns dias.

Oficialmente, a polícia diz que investiga todas as possibilidades. "Ainda não há dados suficientes para dizer se foi homicídio premeditado ou latrocínio [matar para roubar]", disse o chefe dos investigadores do 16º DP (Vila Clementino), Miguel Pinheiro.

Sabotage tinha quatro filhos pequenos, um deles recém-nascido. Casado há dez anos com Maria Dalva, ele vivia sua melhor fase na carreira. Ontem, viajaria para Porto Alegre para dois dias de show no bar Opinião, segundo informou Lomonaco.

"Ele era uma pessoa de paz. Só pode ter sido inveja de seu sucesso", disse o rapper Márcio Menezes, 31, amigo há sete anos de Sabotage. "Se ocorreu alguma desavença, foi há muito tempo. Ele era uma pessoa pacífica e brincalhona." Ele disse que viu o amigo pela última vez na madrugada de anteontem. Sabotage gravou uma participação em uma faixa de CD de um grupo rap de amigos.

No boletim de ocorrência do 16º DP, o crime foi registrado como tentativa de homicídio -ele morreu no hospital-, e a investigação não avançou durante o dia. A polícia não soube dizer se algo foi levado do rapper.

Com o pai desconhecido, Sabotage teve duas passagens pela polícia, em 1995. Uma por porte de drogas e a outra por tráfico. Dizia que o rap o salvou do crime.

Leia mais:
  • Rapper Sabotage dizia ter sido salvo do tráfico pelo rap
  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página