Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
17/02/2003 - 21h12

Após quatro anos, Girsz Aronson reconhece sequestrador

LÍVIA MARRA
da Folha Online

O empresário Girsz Aronson, 82, reconheceu hoje Pedro Ciechanovicz, 48, como o sequestrador que o manteve, em setembro de 1998, por 14 dias em cativeiro.

"É ele mesmo", afirmou o empresário enquanto observava o acusado através de um olho mágico. O reconhecimento ocorreu no Denarc (Departamento de Investigações Sobre Narcóticos), na zona oeste de São Paulo.

"É mais um [sequestro] fechado 100%", afirmou o delegado divisionário Everardo Tanganelli.

Ciechanovicz foi preso em Curitiba (PR), no último dia 10, e é apontado como líder de uma quadrilha especializada em sequestros.

Antes do reconhecimento, o empresário, dono da rede de lojas G. Aronson, havia dito que os sequestradores usavam capuz, "mas um deles era muito alto". Ciechanovicz tem 1,87 m.

Aronson reconheceu também o cativeiro em São Roque (59 km a oeste de São Paulo). Na sexta-feira, ele esteve no quarto da chácara onde ficou acorrentado e se emocionou.

De acordo com Tangenelli, ao menos cinco vítimas ficaram, "com certeza", no cativeiro de São Roque.

Elo internacional

Segundo o Denarc, organização criminosa liderada por Ciechanovicz possui um elo internacional.

Um argentino, conhecido como Gringo, dividia com o acusado o comando da "célula-mãe", unidade responsável pelas operações de sequestros no país, de acordo com Tanganelli.

O argentino, que já esteve preso em São Paulo e foi resgatado da cadeia, usava nome falso.

Investigação

As investigações sobre Ciechanovicz começaram em junho de 2001, quando Tanganelli era delegado titular da Seccional de Sorocaba (100 km a oeste de SP).

Em maio do 2002, Tanganelli foi transferido para o Denarc e verificou que um dos integrantes da organização, Osman Hassan Issa, fora denunciado por tráfico de drogas e tinha ligação com Anderson Manzinni, parceiro do sequestrador Wanderson de Paula Lima, o Andinho, que está preso.

Desde então, 13 acusados foram presos e várias testemunhas foram ouvidas. Osman, conhecido como Turquinho, mantinha contas no Líbano para lavar o dinheiro dos sequestros, segundo a polícia.

A prisão de Ciechanovicz resultou na libertação do empresário João Bertin, 82, patriarca da família que controla a rede de frigoríficos Bertin. Ele estava sequestrado havia cinco meses.

Segundo a polícia, Ciechanovicz organizava a quadrilha em núcleos chamados de "células", esquema adotado por grupos terroristas para evitar a prisão do líder.

Ele determinava a "soldados" o levantamento das possíveis vítimas, a forma de arrebatamento, local de cativeiro, negociação e divisão do resgate.

Ciechanovicz enviava para as famílias das vítimas, de acordo com o Denarc, fotos com armas apontadas contra a cabeça dos reféns.


Leia mais
  • Polícia identifica elo internacional em quadrilha
  • Ciechanovicz é indiciado por sequestros
  • Líder aprendeu com sequestradores de Abílio Diniz


  •  

    Publicidade

    Publicidade

    Publicidade


    Voltar ao topo da página