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27/02/2003
-
22h45
da Folha Online
O destino do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, ainda é incerto. Transferido do complexo de Bangu (Rio) para a penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), ele ficará no Estado por somente 30 dias, afirma o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
O traficante é ligado ao Comando Vermelho, facção apontada como responsável pela onda de violência que atinge o Rio desde a última segunda-feira.
Alckmin disse que aceitou Beira-Mar em São Paulo por "solidariedade" aos governos federal e do Estado do Rio. Ele descarta, porém, a "possibilidade de prorrogação" da custódia do traficante.
A governadora do Rio, Rosinha Garotinho (PSB), afirmou em Brasília que não aceitará o retorno de Beira-Mar para seu Estado.
Apesar da indefinição sobre o destino do traficante, é praticamente certo, no entanto, que Beira-Mar não será transferido para Brasília, como o governo chegou a negociar. Isso porque o presídio da Papuda não tem local adequado para abrigar o criminoso.
Presidente Bernardes
A penitenciária de Presidente Bernardes é considerada a mais segura do país. Foi a primeira a ganhar bloqueador de celular.
Os presos não têm contato com outros detentos e ficam sem acesso à rádio ou televisão. As celas da penitenciária são individuais. O banho de sol limitado a uma hora e meia por dia _por grupos de cinco presos.
Inaugurada em abril de 2002, a penitenciária tem capacidade para 160 presos, mas abriga 71 (com Beira-Mar).
Em Presidente Bernardes, o piso tem um metro de concreto, com tapetes de chapas de aço _para evitar fugas. Além das muralhas com oito metros de altura, agentes penitenciários ficam espalhados pelo pátio, alguns com cães treinados.
Os advogados dos criminosos também precisam passar por detectores de metal para entrar no local. As conversas com seus clientes ocorrem por meio de vidros.
Desde que foi inaugurada, a unidade não registrou nenhuma fuga ou tentativa.
A unidade abriga presos considerados perigosos. Os principais líderes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) _como José Márcio Felício, o Geleião, e César Augusto Roris da Silva, o Cesinha_ estão detidos no local.
O sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, também está detido na penitenciária.
Violência no Rio
Conversas telefônicas interceptadas pela polícia revelam que presos de Bangu ordenavam as ações a criminosos fora das cadeias. As ordens partiriam do CV.
As ações criminosas que atingem o Rio resultaram em ônibus queimados, em supermercados atacados e no fechamento do comércio em alguns bairros.
A aposentada Aury Maria do Canto, 70, uma das vítimas da violência, morreu nesta quinta-feira no hospital Souza Aguiar. Ela estava internada desde a última segunda-feira, quando criminosos atearam fogo em um ônibus em Botafogo.
Para coibir as ações criminosas, atribuídas a traficantes, o governo do Estado deflagrou ontem a operação "Rio Seguro". Sete pessoas morreram em confrontos com a polícia entre quarta-feira e esta quinta-feira. Suspeitos são detidos.
Serão empregados na operação, de prazo final ainda não estabelecido, 23 mil homens da Polícia Militar, 5.000 da Polícia Civil e 4.500 servidores da Guarda Municipal.
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O destino do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, ainda é incerto. Transferido do complexo de Bangu (Rio) para a penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), ele ficará no Estado por somente 30 dias, afirma o governador Geraldo Alckmin (PSDB).
O traficante é ligado ao Comando Vermelho, facção apontada como responsável pela onda de violência que atinge o Rio desde a última segunda-feira.
Alckmin disse que aceitou Beira-Mar em São Paulo por "solidariedade" aos governos federal e do Estado do Rio. Ele descarta, porém, a "possibilidade de prorrogação" da custódia do traficante.
A governadora do Rio, Rosinha Garotinho (PSB), afirmou em Brasília que não aceitará o retorno de Beira-Mar para seu Estado.
Apesar da indefinição sobre o destino do traficante, é praticamente certo, no entanto, que Beira-Mar não será transferido para Brasília, como o governo chegou a negociar. Isso porque o presídio da Papuda não tem local adequado para abrigar o criminoso.
Presidente Bernardes
A penitenciária de Presidente Bernardes é considerada a mais segura do país. Foi a primeira a ganhar bloqueador de celular.
Os presos não têm contato com outros detentos e ficam sem acesso à rádio ou televisão. As celas da penitenciária são individuais. O banho de sol limitado a uma hora e meia por dia _por grupos de cinco presos.
Inaugurada em abril de 2002, a penitenciária tem capacidade para 160 presos, mas abriga 71 (com Beira-Mar).
Em Presidente Bernardes, o piso tem um metro de concreto, com tapetes de chapas de aço _para evitar fugas. Além das muralhas com oito metros de altura, agentes penitenciários ficam espalhados pelo pátio, alguns com cães treinados.
Os advogados dos criminosos também precisam passar por detectores de metal para entrar no local. As conversas com seus clientes ocorrem por meio de vidros.
Desde que foi inaugurada, a unidade não registrou nenhuma fuga ou tentativa.
A unidade abriga presos considerados perigosos. Os principais líderes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) _como José Márcio Felício, o Geleião, e César Augusto Roris da Silva, o Cesinha_ estão detidos no local.
O sequestrador Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, também está detido na penitenciária.
Violência no Rio
Conversas telefônicas interceptadas pela polícia revelam que presos de Bangu ordenavam as ações a criminosos fora das cadeias. As ordens partiriam do CV.
As ações criminosas que atingem o Rio resultaram em ônibus queimados, em supermercados atacados e no fechamento do comércio em alguns bairros.
A aposentada Aury Maria do Canto, 70, uma das vítimas da violência, morreu nesta quinta-feira no hospital Souza Aguiar. Ela estava internada desde a última segunda-feira, quando criminosos atearam fogo em um ônibus em Botafogo.
Para coibir as ações criminosas, atribuídas a traficantes, o governo do Estado deflagrou ontem a operação "Rio Seguro". Sete pessoas morreram em confrontos com a polícia entre quarta-feira e esta quinta-feira. Suspeitos são detidos.
Serão empregados na operação, de prazo final ainda não estabelecido, 23 mil homens da Polícia Militar, 5.000 da Polícia Civil e 4.500 servidores da Guarda Municipal.
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