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14/03/2010 - 04h07

Polícia negocia apresentação de suposto cúmplice do assassinato de Glauco

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da Folha de S.Paulo
da Folha Online

A Polícia Civil de São Paulo já sabe quem levou Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24, suspeito de matar o cartunista Glauco Vilas Boas, 53, e de seu filho Raoni, 25, até o local do crime, na madrugada da última sexta-feira, 12.

O nome dele não foi divulgado à imprensa para não dificultar sua apresentação à delegacia --o que já está sendo negociado. Sabe-se que ele mora em São Paulo e sua mãe mora na região de Pinheiros, próximo de onde foi encontrado o carro utilizado na fuga de Carlos Eduardo.

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O carro, um Gol cinza escuro quatro portas, foi encontrado na tarde deste sábado pela polícia e estava com alguns amassados na lataria.

Segundo a Folha apurou na Delegacia Seccional de Osasco (Grande SP), investigadores já falaram com a família do motorista do carro e com um advogado, e negocia a apresentação dele. A polícia chegou até o motorista --que também é o proprietário do carro-- pela placa do veículo.

A busca por Cadu, como é conhecido o suspeito, continua. Como é praxe, segundo a Secretaria de Segurança Pública de SP, a Polícia Federal e a Interpol foram acionadas para monitorar aeroportos e fronteiras para impedir a fuga de Nunes.

Equipes também percorrem os possíveis locais onde Nunes costumava frequentar. Ele mora com os avós paternos numa área de classe média alta no Alto de Pinheiros (zona oeste de São Paulo).

Cadu deve ser indiciado por duplo homicídio doloso (com intenção), e o outro suspeito, deverá responder por envolvimento no crime.

Crime

Segundo testemunhas, Nunes chegou ao local e rendeu a enteada de 30 anos, que mora em uma casa no mesmo terreno. Glauco e a mulher Bia ouviram gritos, foram ao quintal, e começaram a conversar com Nunes.

Reprodução
Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24, apontado como autor dos tiros contra Glauco; testemunhas dizem que ele "delirava" quando atirou
Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, 24, apontado como autor dos tiros contra Glauco; testemunhas dizem que ele "delirava" quando atirou

Ele era conhecido da família por já ter frequentado a igreja Céu de Maria, que segue os princípios do Santo Daime e foi fundada por Glauco.

Segundo o relato das testemunhas, Cadu delirava e queria levar todos para a casa de sua mãe, em São Paulo, com o objetivo de afirmarem à mulher que ele era Jesus Cristo. Ele estava armado com uma pistola automática e uma faca.

Glauco tentou negociar com Nunes para ir sozinho, e chegou a ser agredido. De acordo com o delegado Archimedes Veras Júnior, responsável pela investigação, Glauco não reagiu.

No meio da discussão, porém, Raoni chegou ao local de carro. Em seguida, Cadu atirou contra pai e filho, mas os motivos ainda não foram esclarecidos. Os dois chegaram a ser atendidos no hospital, mas não resistiram e morreram.

Enterro

Foram enterrados na manhã deste sábado os corpos do cartunista Glauco e de seu filho Raoni, no cemitério Gethsêmani Anhanguera, zona norte de São Paulo.

A viúva de Glauco, Beatriz Galvão, conhecida como Madrinha Bia na igreja que liderava ao lado do marido, estava inconsolável e abatida, apesar de confortada por amigos. Houve comoção durante a cerimônia, o caixão do cartunista da Folha ficou coberto com um bandeira do Corinthians, e posteriormente com outra do Santo Daime, que contém uma cruz e uma estrela de seis pontas); o caixão de Raoni levava uma bandeira do São Paulo.

Durante toda a cerimônia fúnebre, fiéis daimistas entoaram os cânticos do Santo Daime, especialmente os contidos nos hinários compostos por Glauco.

O cortejo com os corpos chegou ao cemitério às 9h30. O velório começara quase 18 horas antes, na tarde de sexta-feira (12). Ocorreu na igreja Céu de Maria, da qual Glauco é fundador. A igreja ficava ao lado de sua casa e do local em que foram assassinados Glauco e seu filho, Raoni.

 

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