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14/03/2003
-
21h36
LETÍCIA JARDIM GUEDES
da Folha Online
Casos de conjuntivite estão provocando uma corrida aos hospitais de ao menos quatro Estados: São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.
São Paulo e Santa Catarina são os Estados mais afetados. A concentração de pessoas durante o Carnaval e também em praias e clubes pode ser a causa do aumento do número de casos da doença.
A conjuntivite é causada por um vírus e se espalha com facilidade.
Olhos avermelhados, lacrimejamento, secreção, intolerância à luz e sensação "de areia" são alguns dos sintomas. A conjuntivite não tem tratamento, sendo controlada apenas com a prevenção.
A maioria dos casos está concentrada em Santa Catarina. A Secretaria de Estado da Saúde já contabiliza 23.542 casos desde o último dia 5.
Em São Paulo são 13 mil casos desde o começo do ano. Em Praia Grande, litoral paulista, 1.800 pessoas contraíram conjuntivite desde o dia 1° de março, no sábado de Carnaval.
De ontem para hoje foram registrados 300 novos casos, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.
Nem mesmo os médicos escapam do contágio. Mais de 50% dos funcionários da rede municipal da Saúde foram afetados devido ao contato com os pacientes.
Na capital, o número de casos também é grande. Segundo Ana Luisa Hofling de Lima, chefe do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo, entre 40 e 50 pessoas são atendidas diariamente no pronto-socorro do Hospital São Paulo. No ano passado, no mesmo período, eram entre um e dois atendimentos diários.
De acordo com Ana Luisa, a conjuntivite "é como uma gripe", que precisa da proximidade com outra pessoa para o contágio e vai embora, geralmente, entre sete e dez dias, com ou sem tratamento. A diferença é que o tratamento alivia o desconforto.
"A pessoa [que contrai conjuntivite] deve tentar se resguardar para não passar aos outros", afirmou.
No país
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, a região de Joinville registra o maior número de contaminações, totalizando 7.993 casos desde o último dia 15. A Grande Florianópolis vem em seguida com 7.001 notificações.
Dos 13 mil casos notificados no Estado de São Paulo, Praia Grande se destaca. A Secretaria da Saúde, porém, afirma não ter um comparativo por regiões porque a conjuntivite não é doença que, obrigatoriamente, deva ser notificada.
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de mil casos foram notificados em Mato Grosso do Sul até esta sexta-feira. As características, em alguns municípios, são idênticas aos casos ocorridos em Santa Catarina.
No Paraná, a Secretaria de Saúde foi comunicada da ocorrência de casos de conjuntivite em alguns áreas.
Recomendações e tratamento
Como a conjuntivite não tem tratamento, a higiene é indispensável para aliviar os sintomas.
A chefe do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo recomenda a limpeza dos olhos com soro fisiológico, compressas de água gelada e aplicação de colírios lubrificantes, como lágrimas artificiais.
A pessoa afetada deve lavar as mãos e usar sabonetes e toalhas individuais. Deve evitar esfregar ou coçar os olhos, não usar maquiagem e evitar locais com aglomerações.
Apesar de não ter tratamento para conjuntivite, pessoas com os sintomas devem procurar um médico.
"Nem todo olho vermelho é conjuntivite", afirma Ana Luisa.
A conjuntivite é uma doença virótica e pode se tornar bacteriana em um segundo estágio.
Leia mais
Atendimentos aumentaram em SP após o Carnaval
Joinville lidera casos de conjuntivite em SC
Praia Grande tem 1.800 casos este mês
Casos de conjuntivite provocam corrida a hospitais em 4 Estados
LÍVIA MARRALETÍCIA JARDIM GUEDES
da Folha Online
Casos de conjuntivite estão provocando uma corrida aos hospitais de ao menos quatro Estados: São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul.
São Paulo e Santa Catarina são os Estados mais afetados. A concentração de pessoas durante o Carnaval e também em praias e clubes pode ser a causa do aumento do número de casos da doença.
A conjuntivite é causada por um vírus e se espalha com facilidade.
Olhos avermelhados, lacrimejamento, secreção, intolerância à luz e sensação "de areia" são alguns dos sintomas. A conjuntivite não tem tratamento, sendo controlada apenas com a prevenção.
A maioria dos casos está concentrada em Santa Catarina. A Secretaria de Estado da Saúde já contabiliza 23.542 casos desde o último dia 5.
Em São Paulo são 13 mil casos desde o começo do ano. Em Praia Grande, litoral paulista, 1.800 pessoas contraíram conjuntivite desde o dia 1° de março, no sábado de Carnaval.
De ontem para hoje foram registrados 300 novos casos, segundo a Secretaria Municipal da Saúde.
Nem mesmo os médicos escapam do contágio. Mais de 50% dos funcionários da rede municipal da Saúde foram afetados devido ao contato com os pacientes.
Na capital, o número de casos também é grande. Segundo Ana Luisa Hofling de Lima, chefe do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo, entre 40 e 50 pessoas são atendidas diariamente no pronto-socorro do Hospital São Paulo. No ano passado, no mesmo período, eram entre um e dois atendimentos diários.
De acordo com Ana Luisa, a conjuntivite "é como uma gripe", que precisa da proximidade com outra pessoa para o contágio e vai embora, geralmente, entre sete e dez dias, com ou sem tratamento. A diferença é que o tratamento alivia o desconforto.
"A pessoa [que contrai conjuntivite] deve tentar se resguardar para não passar aos outros", afirmou.
No país
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, a região de Joinville registra o maior número de contaminações, totalizando 7.993 casos desde o último dia 15. A Grande Florianópolis vem em seguida com 7.001 notificações.
Dos 13 mil casos notificados no Estado de São Paulo, Praia Grande se destaca. A Secretaria da Saúde, porém, afirma não ter um comparativo por regiões porque a conjuntivite não é doença que, obrigatoriamente, deva ser notificada.
De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de mil casos foram notificados em Mato Grosso do Sul até esta sexta-feira. As características, em alguns municípios, são idênticas aos casos ocorridos em Santa Catarina.
No Paraná, a Secretaria de Saúde foi comunicada da ocorrência de casos de conjuntivite em alguns áreas.
Recomendações e tratamento
Como a conjuntivite não tem tratamento, a higiene é indispensável para aliviar os sintomas.
A chefe do Departamento de Oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo recomenda a limpeza dos olhos com soro fisiológico, compressas de água gelada e aplicação de colírios lubrificantes, como lágrimas artificiais.
A pessoa afetada deve lavar as mãos e usar sabonetes e toalhas individuais. Deve evitar esfregar ou coçar os olhos, não usar maquiagem e evitar locais com aglomerações.
Apesar de não ter tratamento para conjuntivite, pessoas com os sintomas devem procurar um médico.
"Nem todo olho vermelho é conjuntivite", afirma Ana Luisa.
A conjuntivite é uma doença virótica e pode se tornar bacteriana em um segundo estágio.
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