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19/03/2003 - 20h40

Preso confirma que escreveu bilhete que liga PCC à morte de juiz

LÍVIA MARRA
da Folha Online

Um integrante do PCC (Primeiro Comando da Capital), preso em Avaré, confirmou à polícia ter escrito um bilhete que liga a facção ao assassinato do juiz-corregedor Antonio José Machado Dias, 47. O crime ocorreu na última sexta-feira em Presidente Prudente (565 km a oeste de São Paulo).

O preso Rogerio Simoni, conhecido como Gegê Mangue, foi levado nesta quarta-feira para o Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado). A polícia, porém, ainda não confirmou o envolvimento da facção no crime.

Os detalhes do que o preso disse estão sob sigilo.

A polícia acredita que o bilhete, apreendido na penitenciária de Avaré (262 km a oeste de SP), era destinado ao líder do PCC (Primeiro Comando da Capital) Marcos Willian Herbas Camacho, o Marcola, e seria um recado em código para avisar sobre a morte do juiz.

"A caminhada já foi feita. O machado já era. É o caminho do câncer", diz um trecho do bilhete.

O papel foi interceptado por um agente da penitenciária quando era lançado de uma cela para outra, com a ajuda de uma linha. Em Avaré, os presos ficam em celas isoladas.

Mangue é um "piloto" (líder) da facção em Avaré. A organização criminosa tem um líder em cada presídio, que é subordinado à cúpula da facção.

o juiz assassinado era responsável por conceder ou negar benefícios aos presos da região de Presidente Prudente. Entre eles, o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, e líderes do PCC. Ele era considerado como um juiz sério e duro ao julgar pedidos dos presos.

Assassinato

Dias foi assassinado por volta das 18h30 da última sexta-feira, logo após sair do fórum. Seu carro foi interceptado por dois veículos. Um deles _um Uno furtado em São Paulo_ foi abandonado nas proximidades.

O juiz foi assassinado com três tiros, segundo laudo preliminar do IML (Instituto Médico Legal). A perícia feita no local do crime apontava quatro perfurações de bala.

Segundo cartas apreendidas pela polícia, Dias era ameaçado desde 2001. A Promotoria de Justiça de Presidente Prudente e familiares do juiz-corregedor disseram que o magistrado já sabia que era "a bola da vez" de facções criminosas espalhadas pelos presídios do extremo oeste de São Paulo.

Suspeitos

Suspeitos de envolvimento no crime foram detidos em Mato Grosso do Sul. Seriam parecidos com os retratos falados divulgados.

Segundo a assessoria de imprensa da Polícia Civil do Estado, a polícia de Presidente Prudente fez um reconhecimento fotográfico dos dois suspeitos detidos em Campo Grande e, a princípio, não seriam eles os assassinos, apesar da semelhança de um deles com o retrato falado.

Uma pistola 9 milímetros apreendida com a dupla passará por uma perícia para saber se foi a arma utilizada no crime.


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