08/04/2003 - 07h43

Marta chama empresários de ônibus de "banda podre"

da Folha Online

A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), classificou nesta manhã como "banda podre" os empresários das nove viações que foram descredenciadas pela administração do sistema de transporte na cidade.

Moacyr Lopes/FI

A prefeita Marta

"O transporte está muito ruim. Temos que fazer a concessão e tirar essa banda podre das nove empresas que não pagam salários e prestam um serviço péssimo", disse, em entrevista ao programa Bom Dia São Paulo. "As viações colocam ônibus [nas ruas] caindo aos pedaços."

Nenhum representante do Transurb (sindicato das empresas) foi localizado para comentar o fato. As nove viações representam 20% da frota de ônibus da cidade. Parte das linhas foi repassada a perueiros e motoristas do sistema bairro-a-bairro.

O sindicato da categoria entrou em greve à 0h de ontem. Ele disseram que 10.800 funcionários ficarão desempregados. A prefeitura afirmou que parte dos motoristas e cobradores será absorvido pelos futuros operadores do sistema e que os demais serão incluídos em programas sociais.

Marta disse que, apesar da dor de cabeça enfrentada pelos paulistanos com a paralisação, os moradores da cidade poderão sentir melhoras no sistema de transporte a partir do segundo semestre.

"Teremos ônibus mais decentes. Se queremos colocar uma coisa com mais qualidade, tem que tirar fora [as nove viações]."

A prefeita voltou a dizer que "a greve é política, um ato covarde e uma irresponsabilidade".

O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) realizará hoje nova audiência de conciliação para tentar acabar com a greve.

"Uma semana em greve"

A Globo flagrou, na tarde de ontem, antes da audiência de conciliação no TRT, representantes das viações tentando negociar com o secretário dos Transportes, Jilmar Tatto. Um deles disse a Tatto para dar aos empresários uma semana para resolver o problema.

O secretário negou. O representante disse que nada seria feito. "Então deixa uma semana em greve", disse Tatto, em um certo tom irônico e sorrindo.

Ao assistir à cena, Marta defendeu o secretário e disse que a ordem é "não ceder". "A orientação que ele tem é para não ceder. Ele falou de um modo jocoso, mas a orientação é não ceder", disse.

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