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14/04/2003
-
22h12
da Agência Folha, em Porto Alegre
JAIRO MARQUES,
da Agência Folha, em Santa Catarina
A atuação do operador financeiro uruguaio A.O.O.S, 50 (a polícia uruguaia não fornece nomes de suspeitos), é o motivo oficial para o brasileiro João Arcanjo Ribeiro, conhecido como "comendador" Arcanjo, ser mantido preso em Montevidéu.
De acordo com o serviço de inteligência local, A.O.O.S. atuaria como testa-de-ferro de Arcanjo no Uruguai. Mais: poderia ser a ponta de uma série de golpes no país. Por isso, abriram-se investigações sobre ele.
A.O.O.S. está preso com Arcanjo. A DNII (Direção Nacional de Informação e Inteligência) procura investigar os passos da dupla, que teriam resultado em um dos maiores casos de lavagem de dinheiro já descobertos no Uruguai.
A tendência do ministro do Interior, Guillermo Stirling, e do diretor de Inteligência, Luis Saldías, é manter os dois presos para facilitar as investigações.
O Brasil deve pedir a extradição de Arcanjo na semana que vem. O processo, porém, se estenderia, possivelmente, por meses.
O Uruguai tem uma preocupação especial em relação à lavagem de dinheiro. Desde o atentado terrorista de 11 de setembro nos EUA, as atenções para o tema estão redobradas, pois o Uruguai é conhecido como um paraíso fiscal sul-americano.
Há facilidades para a abertura de contas sigilosas e sociedades anônimas de fachada. Isso poderia encobrir até mesmo grupos terroristas, o que contraria interesses do governo e de investidores norte-americanos. Por outro lado, o sistema bancário uruguaio é importante fonte de divisas.
A assessoria de imprensa de Stirling atribui a permanência de Arcanjo a questões técnicas de uma investigação importante. Consultada pela reportagem a respeito da possibilidade de Stirling ter interesse eleitoral na operação em solo uruguaio, negou qualquer possibilidade de isso estar ocorrendo.
As eleições nacionais uruguaias, para sucessão do presidente Jorge Batlle, ocorrem em 2005. Em 2004, porém, ocorrem as ''internas'' (prévias). Stirling deve ser um dos postulantes do Partido Colorado _governista.
Por enquanto, Arcanjo está preso preventivamente em razão do uso de documento falso. O motivo real, porém, são as investigações sobre lavagem.
Arcanjo teria conseguido lavar um total de US$ 45 milhões no Uruguai, por meio de bancos "offshore" e compra de imóveis, dentre os quais estaria incluída uma fazenda no departamento (Estado) de Salto.
Preso uruguaio
O uruguaio Adolfo Gil Ribeiro, 47, preso em uma das mais famosas praias de Florianópolis (Jurerê Internacional) em fevereiro deste ano por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), poderá ser "trocado" por Arcanjo.
Ribeiro, ex-funcionário da Alfândega uruguaia, está detido na carceragem da Polícia Federal na capital catarinense e é acusado de participar de uma quadrilha que adulterava documentos de mercadorias em trânsito na fronteira.
A Justiça uruguaia tem até o final desta semana para enviar ao Brasil a documentação que tramita contra Ribeiro no país vizinho, pois, depois disso, vence o prazo da prisão preventiva do acusado, que poderá ser liberado.
Leia mais
Uruguai prende "comendador"
Testa-de-ferro uruguaio motiva prisão de "comendador"
LÉO GERCHMANNda Agência Folha, em Porto Alegre
JAIRO MARQUES,
da Agência Folha, em Santa Catarina
A atuação do operador financeiro uruguaio A.O.O.S, 50 (a polícia uruguaia não fornece nomes de suspeitos), é o motivo oficial para o brasileiro João Arcanjo Ribeiro, conhecido como "comendador" Arcanjo, ser mantido preso em Montevidéu.
De acordo com o serviço de inteligência local, A.O.O.S. atuaria como testa-de-ferro de Arcanjo no Uruguai. Mais: poderia ser a ponta de uma série de golpes no país. Por isso, abriram-se investigações sobre ele.
A.O.O.S. está preso com Arcanjo. A DNII (Direção Nacional de Informação e Inteligência) procura investigar os passos da dupla, que teriam resultado em um dos maiores casos de lavagem de dinheiro já descobertos no Uruguai.
A tendência do ministro do Interior, Guillermo Stirling, e do diretor de Inteligência, Luis Saldías, é manter os dois presos para facilitar as investigações.
O Brasil deve pedir a extradição de Arcanjo na semana que vem. O processo, porém, se estenderia, possivelmente, por meses.
O Uruguai tem uma preocupação especial em relação à lavagem de dinheiro. Desde o atentado terrorista de 11 de setembro nos EUA, as atenções para o tema estão redobradas, pois o Uruguai é conhecido como um paraíso fiscal sul-americano.
Há facilidades para a abertura de contas sigilosas e sociedades anônimas de fachada. Isso poderia encobrir até mesmo grupos terroristas, o que contraria interesses do governo e de investidores norte-americanos. Por outro lado, o sistema bancário uruguaio é importante fonte de divisas.
A assessoria de imprensa de Stirling atribui a permanência de Arcanjo a questões técnicas de uma investigação importante. Consultada pela reportagem a respeito da possibilidade de Stirling ter interesse eleitoral na operação em solo uruguaio, negou qualquer possibilidade de isso estar ocorrendo.
As eleições nacionais uruguaias, para sucessão do presidente Jorge Batlle, ocorrem em 2005. Em 2004, porém, ocorrem as ''internas'' (prévias). Stirling deve ser um dos postulantes do Partido Colorado _governista.
Por enquanto, Arcanjo está preso preventivamente em razão do uso de documento falso. O motivo real, porém, são as investigações sobre lavagem.
Arcanjo teria conseguido lavar um total de US$ 45 milhões no Uruguai, por meio de bancos "offshore" e compra de imóveis, dentre os quais estaria incluída uma fazenda no departamento (Estado) de Salto.
Preso uruguaio
O uruguaio Adolfo Gil Ribeiro, 47, preso em uma das mais famosas praias de Florianópolis (Jurerê Internacional) em fevereiro deste ano por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal), poderá ser "trocado" por Arcanjo.
Ribeiro, ex-funcionário da Alfândega uruguaia, está detido na carceragem da Polícia Federal na capital catarinense e é acusado de participar de uma quadrilha que adulterava documentos de mercadorias em trânsito na fronteira.
A Justiça uruguaia tem até o final desta semana para enviar ao Brasil a documentação que tramita contra Ribeiro no país vizinho, pois, depois disso, vence o prazo da prisão preventiva do acusado, que poderá ser liberado.
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