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14/05/2010 - 03h04

CNBB reforça veto a padres homossexuais

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LARISSA GUIMARÃES
da Sucursal de Brasília

Quase dez dias após discutir as denúncias de pedofilia envolvendo padres, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) divulgou nesta quinta-feira (13) um documento de orientação em que reforça a recomendação para que seja evitada a ordenação de homossexuais.

Leia pronunciamento da CNBB sobre abusos sexuais na Igreja

O texto foi dividido em três partes --a primeira trata da formação de novos padres. O texto diz que a Igreja deve "ater-se" ao documento de 2005, aprovado pela Santa Sé, chamado "Instrução sobre os critérios de discernimento vocacional acerca de pessoas com tendências homossexuais e da sua admissão ao seminário e às ordens sacras".

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O documento define que, "embora respeitando profundamente as pessoas em questão, [a Igreja] não pode admitir ao seminário e às ordens sacras aqueles que praticam a homossexualidade, apresentam tendências homossexuais profundamente radicadas ou apoiam a chamada cultura gay".

O objetivo do texto é explicar como agir em casos de denúncias de abusos sexuais que envolvam membros da Igreja.

O assunto foi discutido na Assembleia Geral da CNBB. Padres foram acusados de abuso em São Paulo e Alagoas.

Ontem, o presidente da CNBB, dom Geraldo Lyrio Rocha, defendeu a recomendação. "A posição da Igreja não pode ser interpretada como se fosse discriminatória, como se fosse de condenação ou de repúdio às pessoas que trazem a característica da homossexualidade."

"A questão se coloca em outro nível. A Igreja tem direito de estabelecer critérios para conceder o sacramento da ordem, constituir alguém como sacerdote", completou.

Ainda em relação à formação dos novos padres, a CNBB indicou que deverá ser feita uma "acurada seleção dos candidatos" ao seminário, com testes que permitam a admissão de pessoas "com indispensável saúde física e mental, somada aos atributos de equilíbrio moral, psicológico e espiritual".

Outra orientação foi a suspensão do padre de suas funções na paróquia quando surgirem denúncias, como a Folha havia adiantado ontem.

No documento fechado nesta quinta, a CNBB pediu perdão às vítimas de abuso sexual, reconhecendo "o mal irreparável a que foram acometidas".

Repercussão

Para o padre e teólogo inglês James Alison, o texto é "para inglês ver": "Estão fazendo declarações públicas grandiosas para dar a impressão de que estão limpando o curral, mas não estão atacando o problema. É um sério erro de categoria vincular pedófilos e gays."

Para Toni Reis, presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), a posição da Igreja é uma "atitude da idade das trevas".

Colaborou RICARDO WESTIN, da Reportagem Local

 

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