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22/04/2003 - 20h43

Investigação vai apurar se houve omissão na tragédia da Tona Galea

SABRINA PETRY
TALITA FIGUEIREDO

da Folha de S.Paulo, no Rio
da Folha de S.Paulo, em Cabo Frio

O Ministério Público Federal decidiu instaurar um procedimento administrativo-criminal para apurar se houve omissão da Capitania dos Portos na fiscalização da embarcação Tona Galea, que adernou no último sábado em Cabo Frio (região dos Lagos), deixando 12 pessoas mortas e três desaparecidas.

O comandante do barco, Norberto Guimarães da Silveira, 72, ainda não foi ouvido pela polícia. Ele estava internado desde domingo no hospital Quarto Centenário, em Santa Teresa, na zona sul do Rio, de onde saiu à tarde. De acordo com o advogado de Silveira, Edson Peixoto, o mestre de cabotagem deixou o hospital porque a família não poderia mais arcar com as despesas.

Peixoto entregou ao delegado José Omena, titular da 126ª DP (Cabo Frio), três laudos médicos que atestariam a impossibilidade de Silveira prestar esclarecimento à Justiça. De acordo com os laudos, ele estaria com estresse agudo e depressão profunda. "Seu estado físico melhorou, mas o emocional ainda é muito grave", disse o advogado.

O laudo mais recente é assinado pelo médico Antônio Abílio da Cunha, do Quarto Centenário. Ele atesta que Silveira foi internado às 16h de domingo com "crise hipertensiva, dor no peito, escoriações
generalizadas, reação aguda de estresse com comportamento depressivo". O delegado considerou o laudo precário e mandou dois policiais ao hospital para conseguir mais detalhes.

Hoje, o marinheiro Ângelo Márcio Pinto, que fazia parte da tripulação do Tona Galea, prestou depoimento na 126ª DP. Segundo o delegado, ele afirmou que o barco adernou a cerca de 300 metros da Ilha do Papagaio, onde havia ficado ancorado por 30 minutos durante o passeio.

Pinto também teria dito que o acidente pode ter sido provocado por uma onda que atingiu a popa do barco, afundando a proa e fazendo que a embarcação virasse.

Uma das vítimas do naufrágio, Henrique Trindade Dutra, 3, que estava internado em uma clínica pediátrica do Rio, recebeu alta hoje. Três pessoas continuam desaparecidas.

Depois de fazer uma inspeção na carpintaria onde a Tona Galea sofreu reforma, em Cabo Frio, o presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Rio, Reynaldo Barros, decidiu autuar o proprietário do estaleiro clandestino, Walder Gusmão Athaíde, por exercício ilegal da profissão. Os policiais da 126ª DP também afixaram um edital de interdição na porta de entrada do estaleiro.

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