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27/06/2003
-
10h00
da Folha Online, no Rio de Janeiro
Os altos índices de desemprego e os programas sociais implementados pelos governos têm contribuído para mudar o perfil migratório no Brasil. A mudança foi constatada nos dados do Censo 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Até a década de 80, a migração brasileira era marcada pela grande saída de nordestinos rumo ao Sudeste, fixando-se na região. Atualmente, a migração não significa mais a possibilidade de ascensão social.
Segundo o técnico do IBGE Fernando Albuquerque , as condições desfavoráveis da economia aliada à menor qualificação para o trabalho e aos programas sociais governamentais, especialmente nas regiões carentes, também têm ajudado a reduzir a procura dos nordestinos ao Sudeste e reforçado o movimento de retorno aos Estados de origem.
Desemprego
"[A mudança na migração] está fundamentalmente ligada à estagnação econômica e ao desemprego", afirmou. "O migrante sai mais jovem, constitui família e volta. A maioria das pessoas não tem sucesso no movimento migratório", diz o gerente do projeto.
A migração está bastante relacionada à baixa escolaridade, o que em época de desemprego crescente, contribui para que o migrante volte ao Estado de origem.
Do total de 5,196 milhões que migraram entre 1995 e 2000, 66% não haviam completado o ensino fundamental. "Nesse momento de exigência de qualificação e desemprego, eles não conseguem emprego", diz Albuquerque.
A maior parte dos migrantes (34,1%) era formada por analfabetos ou analfabetos funcionais (que possuem de um a três anos de estudo). Já os que estudaram de quatro a sete anos, mas não completaram o ensino fundamental (até a oitava série), corresponderam a 31,4%.
A idade média de quem migra é de 25,3 anos e a de quem retorna ao Estado de nascimento, de 28,5 anos.
São Paulo
São Paulo, embora concentre metade dos nordestinos que saíram da sua região, não é tão atrativo quanto antes. Caiu em 12% o número de pessoas se mudou para o Estado em 2000. Por outro lado, o número de pessoas que deixaram São Paulo aumentou 36,4%.
O Censo revela ainda que os próprios paulistas estão saindo de São Paulo. Dos 884 mil que foram embora em 2000, 41% haviam nascido no Estado. "Há uma volta para o Estado de origem, mas há muitos paulistas que saíram de São Paulo", afirmou Albuquerque.
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ANA PAULA GRABOISda Folha Online, no Rio de Janeiro
Os altos índices de desemprego e os programas sociais implementados pelos governos têm contribuído para mudar o perfil migratório no Brasil. A mudança foi constatada nos dados do Censo 2000 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Até a década de 80, a migração brasileira era marcada pela grande saída de nordestinos rumo ao Sudeste, fixando-se na região. Atualmente, a migração não significa mais a possibilidade de ascensão social.
Segundo o técnico do IBGE Fernando Albuquerque , as condições desfavoráveis da economia aliada à menor qualificação para o trabalho e aos programas sociais governamentais, especialmente nas regiões carentes, também têm ajudado a reduzir a procura dos nordestinos ao Sudeste e reforçado o movimento de retorno aos Estados de origem.
Desemprego
"[A mudança na migração] está fundamentalmente ligada à estagnação econômica e ao desemprego", afirmou. "O migrante sai mais jovem, constitui família e volta. A maioria das pessoas não tem sucesso no movimento migratório", diz o gerente do projeto.
A migração está bastante relacionada à baixa escolaridade, o que em época de desemprego crescente, contribui para que o migrante volte ao Estado de origem.
Do total de 5,196 milhões que migraram entre 1995 e 2000, 66% não haviam completado o ensino fundamental. "Nesse momento de exigência de qualificação e desemprego, eles não conseguem emprego", diz Albuquerque.
A maior parte dos migrantes (34,1%) era formada por analfabetos ou analfabetos funcionais (que possuem de um a três anos de estudo). Já os que estudaram de quatro a sete anos, mas não completaram o ensino fundamental (até a oitava série), corresponderam a 31,4%.
A idade média de quem migra é de 25,3 anos e a de quem retorna ao Estado de nascimento, de 28,5 anos.
São Paulo
São Paulo, embora concentre metade dos nordestinos que saíram da sua região, não é tão atrativo quanto antes. Caiu em 12% o número de pessoas se mudou para o Estado em 2000. Por outro lado, o número de pessoas que deixaram São Paulo aumentou 36,4%.
O Censo revela ainda que os próprios paulistas estão saindo de São Paulo. Dos 884 mil que foram embora em 2000, 41% haviam nascido no Estado. "Há uma volta para o Estado de origem, mas há muitos paulistas que saíram de São Paulo", afirmou Albuquerque.
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