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12/07/2003
-
17h03
da Folha Online
Primeiro nome ventilado como adversário de Marta Suplicy (PT) nas eleições municipais de 2004, o líder da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, 47, aproximou-se de Leonel Brizola para tentar concretizar o sonho de lançar uma candidatura pelo PDT.
Paulinho é um dos principais críticos da atual gestão. No confronto de Marta com sindicalistas dos transportes, colocou a Força contra a prefeitura. Defende o fim das taxas, principalmente a do lixo, que ele aponta como fonte potencial de geração de empregos.
Leia abaixo trechos da entrevista concedida à Folha Online.
Folha Online - O senhor pretende ser candidato à Prefeitura de São Paulo em 2004?
Paulinho - Estamos trabalhando para isso e primeiro definimos o problema do PDT em São Paulo. Na prática eu vou tocar o partido no Estado. Agora vou procurar outros partidos para buscar uma aliança. Tenho uma boa relação com o PPS e seria interessante manter a tendência de esquerda. tenho também boa relação com a diretoria do PP e pretendo conversar com o PL.
Folha Online - Qual será a prioridade da sua campanha ou de uma gestão?
Paulinho - Eu pretendo trabalhar muito na questão do desemprego, em fazer um programa de diminuição das taxas e trazer as empresas de volta. Toda e qualquer empresa teria seus impostos diminuídos se eu ganhasse a eleição, e sobre essas taxas todas eu pensaria em uma forma mais criativa de arrecadação.
Folha Online - O senhor acredita que conseguirá formar uma chapa forte para disputar as eleições?
Paulinho - A fragilidade da Marta assanhou muita gente. Como a prefeita está muito mal, todos os partidos estão tentando se colocar. O PT errou porque o Lula lançou ela e quando fez isso chamou a atenção dos outros partidos. As campanhas talvez só seriam iniciadas no começo do mês que vem até fevereiro de 2004, mas terão que sair antes. A possibilidade de reeleição faz com que os partidos tenham que se mexer.
Folha Online - Quais são os principais problemas que a cidade enfrenta na atualidade? Em qual área o senhor acredita que a cidade enfrenta mais dificuldades?
Paulinho - O principal problema é o desemprego. Hoje quase 2 milhões de pessoas sofrem desse problema na cidade, e isso deriva outros como a violência. O segundo maior é o transporte e depois a saúde. São os três pontos principais hoje da cidade. E do meu ponto de vista a prefeita só contribui para piorar o problema.
Folha Online - Por que contribui?
Paulinho - Na medida que ela encarece a cidade, faz com que as empresas fechem, outras vão embora e aumenta o desemprego. Uma boa parte da culpa é dela. E além disso ela tem uma iniciativa para gerar emprego, é só assitencialismo, dar bolsa disso, bolsa daquilo.
Folha Online - O senhor concorda com a taxa do lixo criada pela atual administração?
Paulinho - O lixo, por exemplo, é uma grande fonte de emprego. Em qualquer cidade da Europa, ao invés de criar taxas, eles estão diminuindo as taxas à medida que as pessoas reciclam. Era uma iniciativa que poderia ter sido criada logo de cara, gerando empregos. É mais fácil taxar a população do que tomar iniciativas.
Folha Online - Esse será um projeto de campanha, ou possível uma medida como prefeito?
Paulinho - É uma coisa que poderíamos fazer. Acaba com a taxa e cria uma verdadeira usina de lixo em São Paulo, criando emprego para uma parte da população que realmente está precisando.
Folha Online - E as taxas da iluminação elétrica? Como seria possível administrar a cidade sem os recursos dessas taxas?
Paulinho - A taxa de luz é um capricho dela. Ela encareceu a cidade em mais de R$ 2 bilhões, ou seja, o Orçamento passou de R$ 9 bilhões para R$ 11 bilhões. O Orçamento precisa ser aperfeiçoado, porque ela fala que é participativo, mas é participativo só com o PT. É preciso abrir o Orçamento para a população discutir. Não concordo também com a redução do recurso da Educação, de 30% para 25%.
Folha Online - O senhor manteria as subprefeituras? A prefeita acerta em terminar o Paulistão (antigo Fura-Fila)?
Paulinho - As subprefeituras foram uma boa iniciativa, mas talvez tenha sido mal montada, porque foi distribuída aos vereadores aliados. Isso faz com que muitos que estão na direção não sabem nem o que estão fazendo lá. Quanto ao Fura-Fila ela não tinha muita saída, o Pitta [Celso, ex-prefeito] deixou uma obra faraônica. Acabar a obra é a melhor coisa, aliás, acabar a obra de quem deixou, por pior que seja, é um dever do prefeito.
Folha Online - Como o senhor vê um possível impacto das reformas tributária e previdenciária nas contas do município?
Paulinho - A reforma fiscal do governo Lula tira de um lado e passa para o outro. A idéia não era essa. Acho que a reforma ajuda muito o governo federal e atrapalha os Estados e os municípios, porque vai aumentar a carga tributária. Quanto à Previdência, o recuo do governo Lula foi terrível, porque todos sabem das dificuldades, mas a medida que cede à pressão do privilégio, faz com que o país não tenha saída. Fazer uma reforma para manter a aposentadoria integral é melhor não fazer... vem a público e diga que não dá para fazer, porque desse jeito não vai dar em nada, será um remendo.
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Concorrência ganha rosto e traça estratégia para barrar reeleição de Marta
Paulinho diz que fragilidade de Marta faz partidos se mexer
SILVIO NAVARROda Folha Online
Primeiro nome ventilado como adversário de Marta Suplicy (PT) nas eleições municipais de 2004, o líder da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, 47, aproximou-se de Leonel Brizola para tentar concretizar o sonho de lançar uma candidatura pelo PDT.
Divulgação Paulinho |
Paulinho é um dos principais críticos da atual gestão. No confronto de Marta com sindicalistas dos transportes, colocou a Força contra a prefeitura. Defende o fim das taxas, principalmente a do lixo, que ele aponta como fonte potencial de geração de empregos.
Leia abaixo trechos da entrevista concedida à Folha Online.
Folha Online - O senhor pretende ser candidato à Prefeitura de São Paulo em 2004?
Paulinho - Estamos trabalhando para isso e primeiro definimos o problema do PDT em São Paulo. Na prática eu vou tocar o partido no Estado. Agora vou procurar outros partidos para buscar uma aliança. Tenho uma boa relação com o PPS e seria interessante manter a tendência de esquerda. tenho também boa relação com a diretoria do PP e pretendo conversar com o PL.
Folha Online - Qual será a prioridade da sua campanha ou de uma gestão?
Paulinho - Eu pretendo trabalhar muito na questão do desemprego, em fazer um programa de diminuição das taxas e trazer as empresas de volta. Toda e qualquer empresa teria seus impostos diminuídos se eu ganhasse a eleição, e sobre essas taxas todas eu pensaria em uma forma mais criativa de arrecadação.
Folha Online - O senhor acredita que conseguirá formar uma chapa forte para disputar as eleições?
Paulinho - A fragilidade da Marta assanhou muita gente. Como a prefeita está muito mal, todos os partidos estão tentando se colocar. O PT errou porque o Lula lançou ela e quando fez isso chamou a atenção dos outros partidos. As campanhas talvez só seriam iniciadas no começo do mês que vem até fevereiro de 2004, mas terão que sair antes. A possibilidade de reeleição faz com que os partidos tenham que se mexer.
Folha Online - Quais são os principais problemas que a cidade enfrenta na atualidade? Em qual área o senhor acredita que a cidade enfrenta mais dificuldades?
Paulinho - O principal problema é o desemprego. Hoje quase 2 milhões de pessoas sofrem desse problema na cidade, e isso deriva outros como a violência. O segundo maior é o transporte e depois a saúde. São os três pontos principais hoje da cidade. E do meu ponto de vista a prefeita só contribui para piorar o problema.
Folha Online - Por que contribui?
Paulinho - Na medida que ela encarece a cidade, faz com que as empresas fechem, outras vão embora e aumenta o desemprego. Uma boa parte da culpa é dela. E além disso ela tem uma iniciativa para gerar emprego, é só assitencialismo, dar bolsa disso, bolsa daquilo.
Folha Online - O senhor concorda com a taxa do lixo criada pela atual administração?
Paulinho - O lixo, por exemplo, é uma grande fonte de emprego. Em qualquer cidade da Europa, ao invés de criar taxas, eles estão diminuindo as taxas à medida que as pessoas reciclam. Era uma iniciativa que poderia ter sido criada logo de cara, gerando empregos. É mais fácil taxar a população do que tomar iniciativas.
Folha Online - Esse será um projeto de campanha, ou possível uma medida como prefeito?
Paulinho - É uma coisa que poderíamos fazer. Acaba com a taxa e cria uma verdadeira usina de lixo em São Paulo, criando emprego para uma parte da população que realmente está precisando.
Folha Online - E as taxas da iluminação elétrica? Como seria possível administrar a cidade sem os recursos dessas taxas?
Paulinho - A taxa de luz é um capricho dela. Ela encareceu a cidade em mais de R$ 2 bilhões, ou seja, o Orçamento passou de R$ 9 bilhões para R$ 11 bilhões. O Orçamento precisa ser aperfeiçoado, porque ela fala que é participativo, mas é participativo só com o PT. É preciso abrir o Orçamento para a população discutir. Não concordo também com a redução do recurso da Educação, de 30% para 25%.
Folha Online - O senhor manteria as subprefeituras? A prefeita acerta em terminar o Paulistão (antigo Fura-Fila)?
Paulinho - As subprefeituras foram uma boa iniciativa, mas talvez tenha sido mal montada, porque foi distribuída aos vereadores aliados. Isso faz com que muitos que estão na direção não sabem nem o que estão fazendo lá. Quanto ao Fura-Fila ela não tinha muita saída, o Pitta [Celso, ex-prefeito] deixou uma obra faraônica. Acabar a obra é a melhor coisa, aliás, acabar a obra de quem deixou, por pior que seja, é um dever do prefeito.
Folha Online - Como o senhor vê um possível impacto das reformas tributária e previdenciária nas contas do município?
Paulinho - A reforma fiscal do governo Lula tira de um lado e passa para o outro. A idéia não era essa. Acho que a reforma ajuda muito o governo federal e atrapalha os Estados e os municípios, porque vai aumentar a carga tributária. Quanto à Previdência, o recuo do governo Lula foi terrível, porque todos sabem das dificuldades, mas a medida que cede à pressão do privilégio, faz com que o país não tenha saída. Fazer uma reforma para manter a aposentadoria integral é melhor não fazer... vem a público e diga que não dá para fazer, porque desse jeito não vai dar em nada, será um remendo.
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