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10/11/2003
-
10h48
da Folha Online
Oito presos morreram durante fuga realizada ontem da Penitenciária do Estado, no Carandiru, zona norte de São Paulo. Seis corpos foram encontrados ontem e outros dois, hoje. Bombeiros trabalham na remoção dos corpos, que estão no túnel usado para a fuga. A polícia acredita que o número de corpos no local seja maior.
Um outro homem, que seria fugitivo da penitenciária, morreu nesta madrugada durante troca de tiros com policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) na Parada Inglesa, zona norte.
A polícia informou que "tudo leva a crer" que ele era detento da Penitenciária do Estado, mas a corporação aguardará resultado de identificação para confirmar se o homem realmente fazia parte do grupo de 87 detentos que escaparam na tarde de ontem.
Conforme a PM, policiais faziam ronda na região e, ao tentarem abordar o homem, foram surpreendidos por tiros. A polícia revidou e o suposto fugitivo morreu. Com ele foi apreendida uma pistola Bereta calibre 9 milímetros.
Conforme a Secretaria da Administração Penitenciária, 47 presos foram recapturados até o momento.
Além do trabalho de localização de outros prováveis corpos no túnel, a PM, por meio de homens da tropa de choque, realiza também uma revista na Penitenciária do Estado hoje.
Boca-de-lobo
A ação dos presos foi notada por um morador que viu homens saindo de uma boca-de-lobo perto do complexo penitenciário e acionou a polícia. Outros moradores se surpreenderam ao verem homens sujos de barro circulando pela região.
A PM, que estava em alerta por suspeitar de que haveria uma rebelião organizada pela facção PCC (Primeiro Comando da Capital), conseguiu interromper a fuga e prender 29 detentos nas proximidades do túnel. Com os recapturados foram apreendidos 21 celulares, um revólver calibre 38 com duas cápsulas deflagradas e 13 baterias de carro, usadas para iluminar o túnel.
Outros 13 presos foram recapturados em uma casa em reforma na rua Jovita, a cerca de 500 metros da penitenciária. A casa teria sido usada para base da construção do túnel.
Vizinhos disseram não desconfiar de que a residência seria usada para a escavação de um túnel. Eles disseram que apenas um pedreiro era visto no local.
Túnel
O túnel tem cerca de 120 metros de comprimento e 50 centímetros de diâmetro. Ninguém da penitenciária notou a fuga dos presos. Segundo o secretário da Administração Penitenciária do Estado, Nagashi Furukawa, uma pessoa de fora da cadeia rompeu o piso de uma oficina desativada e arrombou dois portões, abrindo passagem para os presos até o túnel.
O secretário afirmou que os fugitivos eram dos pavilhões 1, 2 e 3. Ele negou envolvimento do PCC com a fuga. Os nomes dos presos que escaparam, no entanto, não foram divulgados.
Furukawa, que foi ao local da fuga na tarde de ontem, disse que o total de fugas neste ano em São Paulo "é um terço do registrado em 2002". "São percentuais dos melhores países da Europa. Mesmo com a fuga de hoje [ontem], o Estado de São Paulo tem um sistema penitenciário seguro", disse Furukawa.
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Oito presos morreram durante fuga realizada ontem da Penitenciária do Estado, no Carandiru, zona norte de São Paulo. Seis corpos foram encontrados ontem e outros dois, hoje. Bombeiros trabalham na remoção dos corpos, que estão no túnel usado para a fuga. A polícia acredita que o número de corpos no local seja maior.
Um outro homem, que seria fugitivo da penitenciária, morreu nesta madrugada durante troca de tiros com policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) na Parada Inglesa, zona norte.
A polícia informou que "tudo leva a crer" que ele era detento da Penitenciária do Estado, mas a corporação aguardará resultado de identificação para confirmar se o homem realmente fazia parte do grupo de 87 detentos que escaparam na tarde de ontem.
Conforme a PM, policiais faziam ronda na região e, ao tentarem abordar o homem, foram surpreendidos por tiros. A polícia revidou e o suposto fugitivo morreu. Com ele foi apreendida uma pistola Bereta calibre 9 milímetros.
Tony Vieira/Folha Imagem |
Presos são recapturados |
Além do trabalho de localização de outros prováveis corpos no túnel, a PM, por meio de homens da tropa de choque, realiza também uma revista na Penitenciária do Estado hoje.
Boca-de-lobo
A ação dos presos foi notada por um morador que viu homens saindo de uma boca-de-lobo perto do complexo penitenciário e acionou a polícia. Outros moradores se surpreenderam ao verem homens sujos de barro circulando pela região.
A PM, que estava em alerta por suspeitar de que haveria uma rebelião organizada pela facção PCC (Primeiro Comando da Capital), conseguiu interromper a fuga e prender 29 detentos nas proximidades do túnel. Com os recapturados foram apreendidos 21 celulares, um revólver calibre 38 com duas cápsulas deflagradas e 13 baterias de carro, usadas para iluminar o túnel.
Outros 13 presos foram recapturados em uma casa em reforma na rua Jovita, a cerca de 500 metros da penitenciária. A casa teria sido usada para base da construção do túnel.
Vizinhos disseram não desconfiar de que a residência seria usada para a escavação de um túnel. Eles disseram que apenas um pedreiro era visto no local.
Túnel
O túnel tem cerca de 120 metros de comprimento e 50 centímetros de diâmetro. Ninguém da penitenciária notou a fuga dos presos. Segundo o secretário da Administração Penitenciária do Estado, Nagashi Furukawa, uma pessoa de fora da cadeia rompeu o piso de uma oficina desativada e arrombou dois portões, abrindo passagem para os presos até o túnel.
O secretário afirmou que os fugitivos eram dos pavilhões 1, 2 e 3. Ele negou envolvimento do PCC com a fuga. Os nomes dos presos que escaparam, no entanto, não foram divulgados.
Furukawa, que foi ao local da fuga na tarde de ontem, disse que o total de fugas neste ano em São Paulo "é um terço do registrado em 2002". "São percentuais dos melhores países da Europa. Mesmo com a fuga de hoje [ontem], o Estado de São Paulo tem um sistema penitenciário seguro", disse Furukawa.
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