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10/11/2003
-
15h03
da Folha Online
Oito detentos da Penitenciária do Estado morreram soterrados quando parte do túnel usado para a fuga desabou, neste domingo (9), em São Paulo. O Corpo de Bombeiros suspendeu as buscas.
No total, 87 detentos tentaram deixar a penitenciária, localizada no Carandiru, zona norte da capital. Segundo o governo do Estado, 48 presos foram recapturados e os outros 31 não foram localizados e são considerados foragidos.
A polícia acreditava que encontraria mais corpos no túnel. De acordo com os bombeiros, as buscas foram encerradas por volta das 13h30 desta segunda-feira.
Um outro homem, que seria um dos fugitivos, morreu durante a madrugada em tiroteio com policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) na Parada Inglesa (zona norte). A polícia aguarda identificação do morto para saber se ele havia escapado da Penitenciária do Estado.
Boca-de-lobo
A ação dos presos foi notada por um morador que viu homens saindo de uma boca-de-lobo perto do complexo penitenciário e acionou a polícia. Outros moradores se surpreenderam ao verem homens sujos de barro circulando pela região.
A Polícia Militar, que estava em alerta por suspeitar de que haveria uma rebelião organizada pela facção PCC (Primeiro Comando da Capital), conseguiu interromper a fuga e prender um grupo de detentos nas proximidades do túnel. Com os recapturados foram apreendidos 21 celulares, um revólver calibre 38 com duas cápsulas deflagradas e 13 baterias de carro, usadas para iluminar o túnel.
Outros presos foram recapturados em uma casa em reforma na rua Jovita, a cerca de 500 metros da penitenciária. A casa teria sido usada para base da construção do túnel.
O pedreiro Ailton Alves Vieira e o servente de pedreiro Manoel de Almeida, acusados de envolvimento na fuga, também foram detidos no local.
Vizinhos disseram não desconfiar de que a residência seria usada para a escavação de um túnel. Eles disseram que apenas um pedreiro era visto no local.
Túnel
O túnel tem pelo menos 120 metros de comprimento e 50 centímetros de diâmetro. Ninguém da penitenciária notou a fuga dos presos. Segundo o secretário da Administração Penitenciária do Estado, Nagashi Furukawa, uma pessoa de fora da cadeia rompeu o piso de uma oficina desativada e arrombou dois portões, abrindo passagem para os presos até o túnel.
O secretário afirmou que os fugitivos eram dos pavilhões 1, 2 e 3. Ele negou envolvimento do PCC com a fuga. Os nomes dos presos que escaparam, no entanto, não foram divulgados.
Furukawa, que foi ao local da fuga na tarde de ontem, disse que o total de fugas neste ano em São Paulo "é um terço do registrado em 2002". "São percentuais dos melhores países da Europa. Mesmo com a fuga de hoje [ontem], o Estado de São Paulo tem um sistema penitenciário seguro", disse Furukawa.
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Bombeiros suspendem buscas em túnel usado para fuga de presos
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Oito detentos da Penitenciária do Estado morreram soterrados quando parte do túnel usado para a fuga desabou, neste domingo (9), em São Paulo. O Corpo de Bombeiros suspendeu as buscas.
No total, 87 detentos tentaram deixar a penitenciária, localizada no Carandiru, zona norte da capital. Segundo o governo do Estado, 48 presos foram recapturados e os outros 31 não foram localizados e são considerados foragidos.
A polícia acreditava que encontraria mais corpos no túnel. De acordo com os bombeiros, as buscas foram encerradas por volta das 13h30 desta segunda-feira.
Um outro homem, que seria um dos fugitivos, morreu durante a madrugada em tiroteio com policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) na Parada Inglesa (zona norte). A polícia aguarda identificação do morto para saber se ele havia escapado da Penitenciária do Estado.
Tony Vieira/Folha Imagem |
Presos são recapturados |
A ação dos presos foi notada por um morador que viu homens saindo de uma boca-de-lobo perto do complexo penitenciário e acionou a polícia. Outros moradores se surpreenderam ao verem homens sujos de barro circulando pela região.
A Polícia Militar, que estava em alerta por suspeitar de que haveria uma rebelião organizada pela facção PCC (Primeiro Comando da Capital), conseguiu interromper a fuga e prender um grupo de detentos nas proximidades do túnel. Com os recapturados foram apreendidos 21 celulares, um revólver calibre 38 com duas cápsulas deflagradas e 13 baterias de carro, usadas para iluminar o túnel.
Outros presos foram recapturados em uma casa em reforma na rua Jovita, a cerca de 500 metros da penitenciária. A casa teria sido usada para base da construção do túnel.
O pedreiro Ailton Alves Vieira e o servente de pedreiro Manoel de Almeida, acusados de envolvimento na fuga, também foram detidos no local.
Vizinhos disseram não desconfiar de que a residência seria usada para a escavação de um túnel. Eles disseram que apenas um pedreiro era visto no local.
Túnel
O túnel tem pelo menos 120 metros de comprimento e 50 centímetros de diâmetro. Ninguém da penitenciária notou a fuga dos presos. Segundo o secretário da Administração Penitenciária do Estado, Nagashi Furukawa, uma pessoa de fora da cadeia rompeu o piso de uma oficina desativada e arrombou dois portões, abrindo passagem para os presos até o túnel.
O secretário afirmou que os fugitivos eram dos pavilhões 1, 2 e 3. Ele negou envolvimento do PCC com a fuga. Os nomes dos presos que escaparam, no entanto, não foram divulgados.
Furukawa, que foi ao local da fuga na tarde de ontem, disse que o total de fugas neste ano em São Paulo "é um terço do registrado em 2002". "São percentuais dos melhores países da Europa. Mesmo com a fuga de hoje [ontem], o Estado de São Paulo tem um sistema penitenciário seguro", disse Furukawa.
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