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12/02/2004
-
23h01
ADRIANA CHAVES
da Agência Folha
A Polícia Civil de Goiás indiciou nesta quinta-feira o diretor e três funcionários do laboratório Enila, fabricante do Celobar, por uma das mortes provocadas pelo medicamento, usado como contraste em radiografias. Foi o primeiro inquérito concluído do caso.
Na denúncia, encaminhada ao Fórum de Goiânia, o diretor-presidente do Enila, Márcio D'Icarahi, o químico responsável pelo laboratório, Antônio Carlos Fonseca, a farmacêutica Márcia Fernandes e o químico Vagner Teixeira responderão pela morte da cabeleireira Aldenora Izídio da Silva, 56, ocorrida em maio de 2003.
Segundo o delegado titular da 4ª Delegacia de Polícia de Goiânia, Carlos Fernandes de Araújo, os quatro foram indiciados com base nos artigos 273 (adulteração de produto para fins farmacêuticos) e 258 (agravante de morte) do Código Penal. O crime é considerado hediondo e a pena pode chegar a 30 anos de detenção.
O delegado pediu também a prisão preventiva dos acusados. Além de Aldenora Silva, primeira vítima a ter o corpo exumado, existem inquéritos já instaurados para apurar a morte de outras oito pessoas no Estado. "Nos nove casos, os laudos comprovaram que a ingestão de bário, presente no Celobar, provocou as mortes. Os responsáveis pelo Enila admitiram que o lote [30400 68] estava impróprio", disse Araújo.
Para o delegado, os acusados não reexaminaram o produto antes de colocá-lo no mercado "apenas para obter lucro". "Foram comprados 600 kg de carbonato de bário [usado em raticidas] para ser transformados em sulfato de bário [princípio ativo]."
Seqüelas
A Superintendência da Vigilância Sanitária e Ambiental de Goiás calcula que mais de 170 pessoas tenham tido problemas de saúde após ingerir o lote impróprio. No país, as mortes podem chegar a 21. "Os sintomas mais comuns são distúrbios neurológicos, principalmente dor de cabeça, diarréias, náuseas, abdômen volumoso, mal-estar, fraqueza e cansaço", disse a epidemiologista do CIT (Centro de Informação Toxicológica) do órgão, Hebe Macedo.
O funcionário público Hélio Amador Rodrigues, 51, é um dos que tem seqüelas. Ele ingeriu Celobar para fazer um raio-X do tórax. "Tenho dor de cabeça com muita freqüência. Não era assim. Depois de tomar o contraste, tive diarréia, moleza no corpo, vômitos e fraqueza."
Os Ministérios Públicos de Goiás e do Rio --onde fica a sede do Enila-- aguardam os laudos para requererem indenizações.
Leia mais
Advogado critica pedido de prisão de envolvidos no caso Celobar
Saiba mais sobre as mortes causadas pelo medicamento Celobar
Quatro são indiciados por morte provocada pelo medicamento Celobar
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da Agência Folha
A Polícia Civil de Goiás indiciou nesta quinta-feira o diretor e três funcionários do laboratório Enila, fabricante do Celobar, por uma das mortes provocadas pelo medicamento, usado como contraste em radiografias. Foi o primeiro inquérito concluído do caso.
Na denúncia, encaminhada ao Fórum de Goiânia, o diretor-presidente do Enila, Márcio D'Icarahi, o químico responsável pelo laboratório, Antônio Carlos Fonseca, a farmacêutica Márcia Fernandes e o químico Vagner Teixeira responderão pela morte da cabeleireira Aldenora Izídio da Silva, 56, ocorrida em maio de 2003.
Segundo o delegado titular da 4ª Delegacia de Polícia de Goiânia, Carlos Fernandes de Araújo, os quatro foram indiciados com base nos artigos 273 (adulteração de produto para fins farmacêuticos) e 258 (agravante de morte) do Código Penal. O crime é considerado hediondo e a pena pode chegar a 30 anos de detenção.
O delegado pediu também a prisão preventiva dos acusados. Além de Aldenora Silva, primeira vítima a ter o corpo exumado, existem inquéritos já instaurados para apurar a morte de outras oito pessoas no Estado. "Nos nove casos, os laudos comprovaram que a ingestão de bário, presente no Celobar, provocou as mortes. Os responsáveis pelo Enila admitiram que o lote [30400 68] estava impróprio", disse Araújo.
Para o delegado, os acusados não reexaminaram o produto antes de colocá-lo no mercado "apenas para obter lucro". "Foram comprados 600 kg de carbonato de bário [usado em raticidas] para ser transformados em sulfato de bário [princípio ativo]."
Seqüelas
A Superintendência da Vigilância Sanitária e Ambiental de Goiás calcula que mais de 170 pessoas tenham tido problemas de saúde após ingerir o lote impróprio. No país, as mortes podem chegar a 21. "Os sintomas mais comuns são distúrbios neurológicos, principalmente dor de cabeça, diarréias, náuseas, abdômen volumoso, mal-estar, fraqueza e cansaço", disse a epidemiologista do CIT (Centro de Informação Toxicológica) do órgão, Hebe Macedo.
O funcionário público Hélio Amador Rodrigues, 51, é um dos que tem seqüelas. Ele ingeriu Celobar para fazer um raio-X do tórax. "Tenho dor de cabeça com muita freqüência. Não era assim. Depois de tomar o contraste, tive diarréia, moleza no corpo, vômitos e fraqueza."
Os Ministérios Públicos de Goiás e do Rio --onde fica a sede do Enila-- aguardam os laudos para requererem indenizações.
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