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15/04/2004 - 21h15

Secretário ouve acusações de moradores da Rocinha contra policiais

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MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio

O secretário estadual de Direitos Humanos, coronel Jorge da Silva, esteve na tarde desta quinta-feira na favela da Rocinha para ouvir pessoalmente acusações feitas por moradores contra policiais militares que estão participando da ocupação à comunidade. Eles alegam que os PMs praticam extorsões, agressões e invasão a domicílios.

Segundo ele, já foram abertos procedimentos apuratórios na Corregedoria Geral Unificada para duas das acusações. Uma delas é a de que motoqueiros que trabalham no serviço de mototáxi na comunidade estariam sendo supostamente obrigados a pagar propinas de R$ 3 a R$ 5 aos PMs para poderem circular pela favela.

A outra acusação que está sendo apurada é a da doceira Renata Queiroz Freire, 23, que afirma que policiais invadiram sua casa e roubaram DVD e video-cassete. Silva não quis comentar as acusações.

Ouvidora

Por determinação do secretário, uma comissão formada pela ouvidora de polícia, Maria do Carmo Alves e por representantes da Corregedoria Geral Unificada ficarão na Rocinha até pelo menos terça-feira ouvindo queixas dos moradores contra a ação policial.

O subsecretário estadual de Direitos Humanos, Paulo Baía, afirmou que a pasta, desde sexta-feira, já recebeu cerca de cem denúncias contra a truculência policial na Rocinha.

"A população está querendo proteção da polícia mas, ao mesmo tempo, quer ser respeitada por ela", declarou.

Uma moradora da Rocinha, que não quis se identificar, disse à Folha ter sido espancada por policiais no domingo na localidade conhecida como Boiadeiro.

Ela afirmou que estava em uma rua quando a polícia chegou e a espancou só porque a viu correr. "Os policiais me deram um chute com a bota perto do olho", afirmou ela, que levou três pontos próximo ao olho esquerdo.

Rosinha

Nesta quinta-feira, pela primeira vez desde o início da guerra do tráfico na Rocinha, a governadora do Rio, Rosinha Matheus, apareceu publicamente. No entanto, ela se recusou a falar com os jornalistas.

Desde o início das operações policiais na favela, ela deu entrevista a apenas uma rádio CBN, há três dias.

Na ocasião, afirmou que pediria ao governo federal o apoio das Forças Armadas para reforçar a segurança do Estado. O pedido foi negado pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

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