Publicidade
Publicidade
15/04/2004
-
22h05
da Folha Online
Pessoas ligadas a Luciano Barbosa da Silva, o Lulu, chefe do tráfico na favela da Rocinha (zona sul do Rio), e que acompanharam seu enterro no cemitério São João Batista, provocaram tumulto na volta para casa.
Por cinco minutos, carros e motos da polícia interromperam o trânsito no túnel Zuzu Angel, que liga a Gávea a São Conrado, para a passagem do comboio de sete ônibus que levaram os moradores para o enterro.
No trajeto, homens com os rostos cobertos por camisetas quebraram janelas de ônibus, e alguns subiram no teto. Entre outros gritos de guerra entoados, os passageiros cantavam: "Ahá, uhú, é o bonde do Lulu".
Enterro
As confusões começaram ainda no cemitério, quando jornalistas que faziam a cobertura do enterro foram hostilizados. A repórter Monica Ferreira, da TV Bandeirantes, foi atingida por uma pedra no pé e encaminhada a um hospital.
O corpo de Lulu foi enterrado sob aplausos, no final da tarde desta quinta-feira. Ele e o comparsa Ronaldo Araújo Silva, 27, o Digão, foram mortos na quarta-feira, durante ação do Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM) na Rocinha. Digão também foi enterrado no São João Batista.
Após o enterro, parentes e amigos dos mortos fizeram gestos obscenos para a imprensa, ao deixarem o cemitério, e gritavam frases como "Dudu, pode esperar. Sua hora vai chegar", que pode ser interpretada como uma ameaça de vingança pela morte do traficante. Dudu é o apelido de Eduíno de Araújo, que, com outros criminosos, tentou invadir a Rocinha no dia 9 para retomar os pontos-de-venda de drogas.
Segundo a PM, cerca de cem homens fizeram a segurança no cemitério. A corporação estima que cerca de 400 pessoas acompanharam a cerimônia.
Alerta
A polícia está em alerta por causa da morte do traficante. Existe a possibilidade de protesto de moradores da Rocinha. Também há o risco de tentativa de nova invasão na favela e ataque por parte de traficantes rivais.
Com a morte dos dois traficantes, subiu para 12 o número de vítimas dos confrontos --sete supostos criminosos, dois policiais e outras três pessoas.
A disputa por pontos-de-venda de drogas começou na última sexta-feira, quando traficantes do vizinho morro do Vidigal --entre Dudu (antigo chefe do tráfico na Rocinha)-- tentaram invadir a Rocinha. A polícia tenta capturar Dudu.
Cerca de 1.300 policiais ocupam a Rocinha desde o início da semana.
Leia mais
Promotoria pede prisão de traficante pela morte de motorista
Corpo de traficante é enterrado sob aplausos no Rio
Polícia reforça segurança na Rocinha após morte de traficante
22% da população da Rocinha é considerada miserável, mostra estudo
Moradores da Rocinha depredam ônibus após enterro de Lulu
Publicidade
Pessoas ligadas a Luciano Barbosa da Silva, o Lulu, chefe do tráfico na favela da Rocinha (zona sul do Rio), e que acompanharam seu enterro no cemitério São João Batista, provocaram tumulto na volta para casa.
Por cinco minutos, carros e motos da polícia interromperam o trânsito no túnel Zuzu Angel, que liga a Gávea a São Conrado, para a passagem do comboio de sete ônibus que levaram os moradores para o enterro.
No trajeto, homens com os rostos cobertos por camisetas quebraram janelas de ônibus, e alguns subiram no teto. Entre outros gritos de guerra entoados, os passageiros cantavam: "Ahá, uhú, é o bonde do Lulu".
Enterro
As confusões começaram ainda no cemitério, quando jornalistas que faziam a cobertura do enterro foram hostilizados. A repórter Monica Ferreira, da TV Bandeirantes, foi atingida por uma pedra no pé e encaminhada a um hospital.
O corpo de Lulu foi enterrado sob aplausos, no final da tarde desta quinta-feira. Ele e o comparsa Ronaldo Araújo Silva, 27, o Digão, foram mortos na quarta-feira, durante ação do Bope (Batalhão de Operações Especiais da PM) na Rocinha. Digão também foi enterrado no São João Batista.
Felipe Varanda/Folha Imagem |
Ônibus levam moradores da Rocinha a enterro |
Após o enterro, parentes e amigos dos mortos fizeram gestos obscenos para a imprensa, ao deixarem o cemitério, e gritavam frases como "Dudu, pode esperar. Sua hora vai chegar", que pode ser interpretada como uma ameaça de vingança pela morte do traficante. Dudu é o apelido de Eduíno de Araújo, que, com outros criminosos, tentou invadir a Rocinha no dia 9 para retomar os pontos-de-venda de drogas.
Segundo a PM, cerca de cem homens fizeram a segurança no cemitério. A corporação estima que cerca de 400 pessoas acompanharam a cerimônia.
Alerta
A polícia está em alerta por causa da morte do traficante. Existe a possibilidade de protesto de moradores da Rocinha. Também há o risco de tentativa de nova invasão na favela e ataque por parte de traficantes rivais.
Com a morte dos dois traficantes, subiu para 12 o número de vítimas dos confrontos --sete supostos criminosos, dois policiais e outras três pessoas.
A disputa por pontos-de-venda de drogas começou na última sexta-feira, quando traficantes do vizinho morro do Vidigal --entre Dudu (antigo chefe do tráfico na Rocinha)-- tentaram invadir a Rocinha. A polícia tenta capturar Dudu.
Cerca de 1.300 policiais ocupam a Rocinha desde o início da semana.
Leia mais
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice