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19/04/2004 - 14h36

Entenda o caso sobre a morte do casal Staheli

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da Folha Online

O diretor de Gás e Energia da Shell, Zera Todd Staheli, 39, e sua mulher, Michelle, 36, morreram após serem golpeados, no dia 30 de novembro de 2003, em casa, no condomínio Porto dos Cabritos, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.

Staheli morreu no próprio dia 30. Michelle ficou internada em coma profundo e morreu na manhã do dia 4 de dezembro no hospital Copa D'Or. O casal foi encontrado na cama pelo filho, que entrou no quarto atraído pelo despertador que não parava de tocar. Nada foi roubado na casa e os portões não foram arrombados.

O casal, de nacionalidade norte-americana, estava no Brasil havia apenas três meses, com os quatro filhos: três meninas --de 13, 8 e 3 anos-- e um menino de 10 anos.

Acusado

Apontado como o responsável pelo assassinato do casal, Jossiel Conceição dos Santos, 20, foi preso na madrugada do dia 1º de abril ao pular o muro de uma casa no mesmo condomínio onde ocorreu o crime. Segundo a polícia, após ser preso, ele confessou o crime contra os Staheli.

Ele trabalhava como caseiro em um imóvel vizinho ao do casal morto.

Aparentando tranqüilidade, o acusado participou de coletiva de imprensa e respondeu a perguntas feitas pelo Secretário da Segurança, Anthony Garotinho, e confessou o crime.

A secretaria chegou a afirmar que a autoria do crime estava esclarecida, mas, um dia após a prisão, Santos foi libertado. A Justiça não aceitou o pedido de prisão feito pela polícia. O caseiro foi incluído no Programa de Proteção à Testemunha, do governo estadual.

No último dia 16, a Justiça decretou a prisão de Souza por tentativa de furto ao imóvel. Ele foi encaminhado para a carceragem da Polinter, no centro do Rio. Ele foi solto na madrugada do dia 18, depois de um habeas corpus solicitado pela Defensoria Pública.

Nesta segunda-feira (19), o Ministério Público voltou a pedir a prisão do caseiro.

Reviravolta

Após sua primeira prisão, ao deixar a 16ª Delegacia de Polícia, onde estava detido, Santos prestou depoimento na Secretaria Estadual de Direitos Humanos e mudou a versão para o crime. Disse que teria apenas facilitado a entrada dos assassinos na casa dos Staheli. Ele receberia R$ 40 mil dos dois homens.

Passados alguns dias, apresentou uma terceira versão: a de que receberia apenas R$ 7.000 mil dos supostos assassinos.

Depois, o caseiro voltou a dizer que matou o casal. Ele teria fornecido, segundo a Secretaria da Segurança, diversos detalhes de como teria cometido o crime e de objetos que estavam na casa das vítimas.

Na madrugada do dia 8, Santos confessou mais uma vez envolvimento do crime, durante nova reconstituição do assassinato, mas disse que matou porque queria roubar.

No dia 12, o caseiro disse a defensores públicos que foi ameaçado e agredido por policiais para confessar o crime. A polícia negou que ele tivesse sido agredido.

Perícia

Com a prisão de Santos, a Secretaria da Segurança afirmou que a arma utilizada no crime --um pé-de-cabra-- foi encontrada em uma caixa de ferramentas, na casa onde Santos trabalhava como caseiro.

Inicialmente, a polícia chegou a cogitar a possibilidade de o criminoso ter usado uma machadinha, uma enxada ou uma tesoura de jardineiro.

Logo que foi preso, o acusado entregou as roupas que estaria usando no dia do crime para a polícia. Exames de DNA feitos no sangue coletado no pé-de-cabra e nas peças de roupas indicaram que o material genético não é do casal.

No último dia 13, um novo exame preliminar feito em um laboratório particular apontou que os vestígios de sangue encontrados nas roupas do caseiro são de Michelle Staheli.

Nesta sexta-feira (16), o chefe da Polícia Civil do Rio, Álvaro Lins, informou que os exames definitivos de DNA nas roupas e na mochila do caseiro confirmaram a presença de sangue do casal Todd e Michelle Staheli.

Sangue

Para a polícia, Santos disse, ao ser preso, ter golpeado Michelle porque ela acordara. Disse que sujou a mão com sangue e que usou uma torneira da casa para se limpar.

No entanto, durante as investigações, a polícia afirmara que nenhum vestígio de sangue fora encontrado na casa, mesmo após a utilização do luminol --substância capaz de revelar sinais de sangue após o lugar ser lavado.

Filhos

Policiais da Delegacia de Homicídios consideraram a filha mais velha como a principal testemunha do caso. Ela teria sido a última pessoa da casa a ir dormir na noite anterior ao crime.

Os dois filhos mais velhos de Michelle e Staheli e um casal de amigos americanos que prestou assistência às crianças após o crime foram obrigados pela Justiça a permanecer no país para que prestassem depoimento.

Os quatro filhos do casal retornaram para os Estados Unidos no dia 11 de dezembro, após a polícia realizar a reconstituição do crime.

Uma machadinha encontrada na casa foi periciada pela polícia. Tanto a perícia quanto a contraprova realizadas com luminol (substância que detecta vestígios de sangue não aparentes a olho nu) deram negativo.

Investigação

Agentes do FBI foram deslocados para acompanhar as investigações.

O secretário da Segurança Pública do Rio, Anthony Garotinho, chegou a sugerir a possível participação de familiares no crime.

Especialistas em DNA da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) encontraram sob uma unha da mão direita de Michelle material genético (células que podem ser de pele ou de sangue, por exemplo) de um homem.

O motorista da família, Sebastião Moura, e um segurança do condomínio onde morava o casal foram submetidos a exames de DNA feitos a partir do material recolhido na unha de Michelle. Os resultados deram negativo, ou seja, o material encontrado na unha da vítima não era do motorista ou do segurança.

Os exames de DNA foram solicitados após a polícia encontrar marcas de sangue no carro de Moura. No entanto, segundo o Ministério Público do Rio, o material encontrado no volante e no câmbio do carro e eOs exames de DNA foram solicitados após a polícia encontrar marcas de sangue no carro de Moura. No entanto, segundo o Ministério Público do Rio, o material encontrado no volante e no câmbio do carro e em um guardanapo que estava em uma lixeira no veículo é do próprio motorista.

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